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“Se for aprovado esse limite aí de 65 anos pra aposentadoria vamos todos trabalhar até morrer!!!!” – MITO OU VERDADE?



A equipe econômica do governo deve enviar ao Congresso em breve a sua proposta de reforma da Previdência. Mesmo antes de estarmos com a papelada em mãos, já ronda por aí: o projeto vai estipular o piso de 65 anos para aposentadoria, independentemente de sexo, região, profissão e tempo de contribuição.

Pois bem. Uma crítica corrente é de que a expectativa de vida em alguns estados é inferior aos 65 anos. Críticos afirmam que viver para um dia se aposentar será um privilégio de poucos. Será?

Nós do Porque.com.br queremos mostrar para vocês que essa história não é bem assim.

Em geral, quando se fala de expectativa de vida, refere-se a UMA das expectativas de vida possíveis de serem calculadas. Na maioria das vezes, não é dito para você que está sendo usada na conta a expetativa de vida AO NASCER – e isso faz toda a diferença.

No cálculo da expectativa de vida ao nascer, leva-se em consideração o risco de morte das pessoas de todas as faixas etárias, inclusive na infância. Entra na conta, portanto, a mortalidade infantil.

Na prática, conforme crescemos e superamos alguns riscos de morte restritos às faixas etárias mais jovens, nossa expectativa de vida aumenta. Se você calcula a expectativa de vida de crianças de 10 anos, que, portanto, já superaram o risco da mortalidade infantil, a idade projetada para a morte dessas crianças de 10 anos será maior que ao nascer.

 



 

Sigamos o mesmo raciocínio para a faixa dos 50 anos de idade.

Ao estimar quando uma pessoa de 50 anos provavelmente vai morrer, a idade projetada será ainda maior do que quando essa pessoa nasceu – já que essa faixa da população já superou todos os riscos de morte de todas as faixas etárias anteriores.

Para efeitos de explicação, essa lógica fica ainda mais fácil de ser compreendida se usarmos números mais radicais.

Imagine um país com uma mortalidade infantil ridiculamente alta, de 50%. Para esse país, a expectativa de vida que considera todas as faixas etárias é muito baixa, provavelmente abaixo dos 40 anos. É um número péssimo? Sim. Mas a metade que vencer a mortalidade infantil poderá viver muito além dos 40 anos, caso as faixas etárias seguintes à da mortalidade infantil não ofereçam grandes riscos à vida.

Para calcular um limite mínimo de aposentadoria para essa população, o uso da expectativa de vida ao nascer não parece ser a melhor ideia.

No Brasil, a expectativa de vida de quem já está próximo da aposentadoria, entre 50 e 54 anos, é mais de 8 anos superior à expetativa de vida calculada ao nascer.

No gráfico do início do texto, vemos, lado a lado, a expectativa de vida ao nascer e a expectativa de vida entre 50 e 54 anos – estão lá os 5 estados brasileiros com os piores índices. A linha vermelha simboliza a idade mínima de 65 anos, proposta pelo governo. A diferença entre o topo do gráfico e ela mostra a sobrevida após a aposentadoria em eventual novo sistema de Previdência Social.

http://porque.com.br/reforma-da-previdencia-entenda-o-porque-desse-debate/

Volte lá para cima e olhe bem o gráfico. A situação não parece tão absurda quanto pintam por aí nos memes da vida, não?

Os dados mais recentes dão conta de que cada brasileiro que alcançou os 50 anos terá, na média, mais 30 para viver. Ora, se é assim, a imensa maioria dos brasileiros que chega a essa faixa etária ultrapassa facilmente o limite de 75 anos – 10 a mais do que o piso proposto pelo governo, de 65 anos.

Nossa Previdência hoje é uma jabuticaba. O debate sobre uma nova idade mínima é importante para que consigamos montar uma rede sustentável para os idosos de hoje e para os jovens, que, amanhã, também precisarão do benefício quando a velhice chegar.

Usar os dados corretos nessa discussão é fundamental.

Nota 1: utilizamos o indicador para homens porque mulheres, em geral, vivem consideravelmente mais que os homens, sendo eles os que teriam o maior risco de falecer pouco antes ou pouco depois da aposentadoria. Se considerarmos ambos os sexos na conta, a sobrevida estará mais ou menos entre a dos homens e a das mulheres.

Nota 2: No gráfico está quanto, no total, a pessoa terá vivido caso alcance a expectativa de vida futura projetada ao pertencer à faixa etária.

Por que não vamos trabalhar até morrer?

“Se for aprovado esse limite aí de 65 anos pra aposentadoria vamos todos trabalhar até morrer!!!!” – MITO OU VERDADE?



A equipe econômica do governo deve enviar ao Congresso em breve a sua proposta de reforma da Previdência. Mesmo antes de estarmos com a papelada em mãos, já ronda por aí: o projeto vai estipular o piso de 65 anos para aposentadoria, independentemente de sexo, região, profissão e tempo de contribuição.

Pois bem. Uma crítica corrente é de que a expectativa de vida em alguns estados é inferior aos 65 anos. Críticos afirmam que viver para um dia se aposentar será um privilégio de poucos. Será?

Nós do Porque.com.br queremos mostrar para vocês que essa história não é bem assim.

Em geral, quando se fala de expectativa de vida, refere-se a UMA das expectativas de vida possíveis de serem calculadas. Na maioria das vezes, não é dito para você que está sendo usada na conta a expetativa de vida AO NASCER – e isso faz toda a diferença.

No cálculo da expectativa de vida ao nascer, leva-se em consideração o risco de morte das pessoas de todas as faixas etárias, inclusive na infância. Entra na conta, portanto, a mortalidade infantil.

Na prática, conforme crescemos e superamos alguns riscos de morte restritos às faixas etárias mais jovens, nossa expectativa de vida aumenta. Se você calcula a expectativa de vida de crianças de 10 anos, que, portanto, já superaram o risco da mortalidade infantil, a idade projetada para a morte dessas crianças de 10 anos será maior que ao nascer.

 



 

Sigamos o mesmo raciocínio para a faixa dos 50 anos de idade.

Ao estimar quando uma pessoa de 50 anos provavelmente vai morrer, a idade projetada será ainda maior do que quando essa pessoa nasceu – já que essa faixa da população já superou todos os riscos de morte de todas as faixas etárias anteriores.

Para efeitos de explicação, essa lógica fica ainda mais fácil de ser compreendida se usarmos números mais radicais.

Imagine um país com uma mortalidade infantil ridiculamente alta, de 50%. Para esse país, a expectativa de vida que considera todas as faixas etárias é muito baixa, provavelmente abaixo dos 40 anos. É um número péssimo? Sim. Mas a metade que vencer a mortalidade infantil poderá viver muito além dos 40 anos, caso as faixas etárias seguintes à da mortalidade infantil não ofereçam grandes riscos à vida.

Para calcular um limite mínimo de aposentadoria para essa população, o uso da expectativa de vida ao nascer não parece ser a melhor ideia.

No Brasil, a expectativa de vida de quem já está próximo da aposentadoria, entre 50 e 54 anos, é mais de 8 anos superior à expetativa de vida calculada ao nascer.

No gráfico do início do texto, vemos, lado a lado, a expectativa de vida ao nascer e a expectativa de vida entre 50 e 54 anos – estão lá os 5 estados brasileiros com os piores índices. A linha vermelha simboliza a idade mínima de 65 anos, proposta pelo governo. A diferença entre o topo do gráfico e ela mostra a sobrevida após a aposentadoria em eventual novo sistema de Previdência Social.

http://porque.com.br/reforma-da-previdencia-entenda-o-porque-desse-debate/

Volte lá para cima e olhe bem o gráfico. A situação não parece tão absurda quanto pintam por aí nos memes da vida, não?

Os dados mais recentes dão conta de que cada brasileiro que alcançou os 50 anos terá, na média, mais 30 para viver. Ora, se é assim, a imensa maioria dos brasileiros que chega a essa faixa etária ultrapassa facilmente o limite de 75 anos – 10 a mais do que o piso proposto pelo governo, de 65 anos.

Nossa Previdência hoje é uma jabuticaba. O debate sobre uma nova idade mínima é importante para que consigamos montar uma rede sustentável para os idosos de hoje e para os jovens, que, amanhã, também precisarão do benefício quando a velhice chegar.

Usar os dados corretos nessa discussão é fundamental.

Nota 1: utilizamos o indicador para homens porque mulheres, em geral, vivem consideravelmente mais que os homens, sendo eles os que teriam o maior risco de falecer pouco antes ou pouco depois da aposentadoria. Se considerarmos ambos os sexos na conta, a sobrevida estará mais ou menos entre a dos homens e a das mulheres.

Nota 2: No gráfico está quanto, no total, a pessoa terá vivido caso alcance a expectativa de vida futura projetada ao pertencer à faixa etária.


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