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Mais uma edição do Rock in Rio se foi, mais um Lollapalooza se aproxima. E, além dos altos preços dos ingressos, os espectadores de festivais como esses acabam pagando caro para comer e beber. No evento do Rio, por exemplo, a garrafinha de cerveja de 330 ml, vendida em supermercados por R$ 3,50, custava R$ 10,00. Pelos espetinhos de churrasco, facilmente encontrados nas ruas das grandes cidades brasileiras por R$ 5,00, pediam R$ 12,00.

Mas o que explica essa diferença? Simples: depois que as pessoas entram na Cidade do Rock, por exemplo, não saem mais. Assim, para quem não levou comida e bebida suficiente, só resta a opção de comer dentro do festival mesmo. E aí é que entra a situação de monopólio.

Monopólio é a situação em  que  uma única empresa tem o direito ou a posse de produção e comercialização de um produto ou serviço, usufruindo do poder de influenciar o preço do bem em questão. Ou seja, só há um vendedor para um determinado produto que não tem um substituto.

Mas, bem... isso significa que ele pode aumentar seus preços sem restrições? Não! Se isso fosse verdade, por que não cobrar R$ 10 mil reais por uma cerveja pequena, por exemplo?

O monopolista, ainda que não tenha que se preocupar com a atuação de concorrentes, está sujeito à reação dos consumidores. Se o preço fosse considerado muito alto, as pessoas começariam a consumir muito pouco ou quase nada. E isso reduziria os lucros do produtor. Os consumidores poderiam recorrer a estratégias diversas para evitar um preço absurdamente alto. Poderiam se empanturrar de comida antes do evento, para não passar fome lá dentro,  ou esperar o evento acabar, mesmo que no final estivessem se contorcendo de fome. Isso valeria a pena para muita gente, se o preço de um cachorro quente passasse dos mil reais por exemplo. E nesses casos dá para esperar também reação da oferta. Com preços tão altos, é de se esperar que alguns vendedores entrem de forma clandestina. Quem sabe até algumas das pessoas assistindo aos shows aproveitassem para vender garrafas de água ou barras de cereal. Nada disso seria bom para o monopolista. Dessa forma, fica claro que o vendedor de comida não cobrará qualquer preço só por sua condição de monopolista. Mas dá para esperar preços mais altos dos que os que estamos acostumados por aí, em situações em que há mais concorrência.

Uma pergunta importante é: por que a organização permite essa situação de monopólio? Por que não deixar que outros vendedores entrem, aumentando a competição e beneficiando quem está curtindo os shows?

Porque, em última análise, o monopólio está nas mãos da organização do evento. Somente ela pode vender os direitos de comercialização por ali, tendo a chance de garantir exclusividade para quem der o lance mais alto. E como uma empresa monopolista ganha mais dinheiro do que várias competindo entre si, estará disposta a pagar mais por essa exclusividade. Em outras palavras, a organização do evento pode ganhar mais dinheiro garantindo a exclusividade do que vendendo direitos de comercialização a vários vendedores que competirão entre si (e auferirão lucros totais menores). Note que essa receita obtida com a venda de exclusividade ajuda a viabilizar o próprio evento. A concessão de monopólios torna o evento mais lucrativo, o que permite que traga nomes de peso. Bom para os fãs de rock – principalmente para quem consegue segurar a fome e a sede lá dentro!  

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Por que custa caro comer e beber em festivais como o Rock in Rio?

Rock-In-Rio-divulgação-1170x480 Mais uma edição do Rock in Rio se foi, mais um Lollapalooza se aproxima. E, além dos altos preços dos ingressos, os espectadores de festivais como esses acabam pagando caro para comer e beber. No evento do Rio, por exemplo, a garrafinha de cerveja de 330 ml, vendida em supermercados por R$ 3,50, custava R$ 10,00. Pelos espetinhos de churrasco, facilmente encontrados nas ruas das grandes cidades brasileiras por R$ 5,00, pediam R$ 12,00. Mas o que explica essa diferença? Simples: depois que as pessoas entram na Cidade do Rock, por exemplo, não saem mais. Assim, para quem não levou comida e bebida suficiente, só resta a opção de comer dentro do festival mesmo. E aí é que entra a situação de monopólio. Monopólio é a situação em  que  uma única empresa tem o direito ou a posse de produção e comercialização de um produto ou serviço, usufruindo do poder de influenciar o preço do bem em questão. Ou seja, só há um vendedor para um determinado produto que não tem um substituto. Mas, bem... isso significa que ele pode aumentar seus preços sem restrições? Não! Se isso fosse verdade, por que não cobrar R$ 10 mil reais por uma cerveja pequena, por exemplo? O monopolista, ainda que não tenha que se preocupar com a atuação de concorrentes, está sujeito à reação dos consumidores. Se o preço fosse considerado muito alto, as pessoas começariam a consumir muito pouco ou quase nada. E isso reduziria os lucros do produtor. Os consumidores poderiam recorrer a estratégias diversas para evitar um preço absurdamente alto. Poderiam se empanturrar de comida antes do evento, para não passar fome lá dentro,  ou esperar o evento acabar, mesmo que no final estivessem se contorcendo de fome. Isso valeria a pena para muita gente, se o preço de um cachorro quente passasse dos mil reais por exemplo. E nesses casos dá para esperar também reação da oferta. Com preços tão altos, é de se esperar que alguns vendedores entrem de forma clandestina. Quem sabe até algumas das pessoas assistindo aos shows aproveitassem para vender garrafas de água ou barras de cereal. Nada disso seria bom para o monopolista. Dessa forma, fica claro que o vendedor de comida não cobrará qualquer preço só por sua condição de monopolista. Mas dá para esperar preços mais altos dos que os que estamos acostumados por aí, em situações em que há mais concorrência. Uma pergunta importante é: por que a organização permite essa situação de monopólio? Por que não deixar que outros vendedores entrem, aumentando a competição e beneficiando quem está curtindo os shows? Porque, em última análise, o monopólio está nas mãos da organização do evento. Somente ela pode vender os direitos de comercialização por ali, tendo a chance de garantir exclusividade para quem der o lance mais alto. E como uma empresa monopolista ganha mais dinheiro do que várias competindo entre si, estará disposta a pagar mais por essa exclusividade. Em outras palavras, a organização do evento pode ganhar mais dinheiro garantindo a exclusividade do que vendendo direitos de comercialização a vários vendedores que competirão entre si (e auferirão lucros totais menores). Note que essa receita obtida com a venda de exclusividade ajuda a viabilizar o próprio evento. A concessão de monopólios torna o evento mais lucrativo, o que permite que traga nomes de peso. Bom para os fãs de rock – principalmente para quem consegue segurar a fome e a sede lá dentro!   Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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