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Dizem que o avestruz enterra a cabeça em um buraco quando se sente assustado. Poucos lembram que isso acontece segundos antes de o avestruz virar nugget para um leão faminto.

A reforma da Previdência não aconteceu ainda. Com o ano eleitoral se desenrolando, o próprio assunto parece jogado de escanteio. Mas um problema não desaparece só de não pensarmos nele. Na realidade, o problema tende a piorar.

Estamos vendo isso com os gastos com pessoal da União (isto é, salários e aposentadorias de servidores federais). Segundo matéria recentemente publicada, teriam chegado a seu maior patamar desde a adoção da Lei de Responsabilidade Fiscal em 2000: o equivalente a 41,8% da soma das receitas de impostos, sendo o teto legal de 50%.

Há uma pitada de exagero na manchete. Afinal, os gastos com pessoal têm crescido em relação à receita tributária descontadas as transferências constitucionais (a chamada receita líquida corrente), mas em grande parte porque a economia enfraquecida tem gerado pouca receita tributária.

No entanto, mesmo excluindo-se a ênfase na comparação entre os gastos com pessoal e as receitas, ainda temos um imenso problema fiscal a ser resolvido. Devemos tirar a cabeça do buraco e correr para uma solução que certamente vai envolver reforma da Previdência e reduções nas aposentadorias futuras dos servidores na ativa.

Quanto mais demoramos a resolver o problema, pior ele fica,  mesmo porque os servidores na ativa que podem se aposentar precocemente vão fazê-lo, usando as regras mais generosas pré-reforma.

Esperamos que nossos políticos comecem a se mover e logo.

Senão, nossa dívida pública vai explodir e, mais pobres, vamos ver nosso peru de Natal virar nugget.

 

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Por que o gasto com servidores disparou?

73255402 - brazilian flag waving with stack of money coins macro Dizem que o avestruz enterra a cabeça em um buraco quando se sente assustado. Poucos lembram que isso acontece segundos antes de o avestruz virar nugget para um leão faminto. A reforma da Previdência não aconteceu ainda. Com o ano eleitoral se desenrolando, o próprio assunto parece jogado de escanteio. Mas um problema não desaparece só de não pensarmos nele. Na realidade, o problema tende a piorar. Estamos vendo isso com os gastos com pessoal da União (isto é, salários e aposentadorias de servidores federais). Segundo matéria recentemente publicada, teriam chegado a seu maior patamar desde a adoção da Lei de Responsabilidade Fiscal em 2000: o equivalente a 41,8% da soma das receitas de impostos, sendo o teto legal de 50%. Há uma pitada de exagero na manchete. Afinal, os gastos com pessoal têm crescido em relação à receita tributária descontadas as transferências constitucionais (a chamada receita líquida corrente), mas em grande parte porque a economia enfraquecida tem gerado pouca receita tributária. No entanto, mesmo excluindo-se a ênfase na comparação entre os gastos com pessoal e as receitas, ainda temos um imenso problema fiscal a ser resolvido. Devemos tirar a cabeça do buraco e correr para uma solução que certamente vai envolver reforma da Previdência e reduções nas aposentadorias futuras dos servidores na ativa. Quanto mais demoramos a resolver o problema, pior ele fica,  mesmo porque os servidores na ativa que podem se aposentar precocemente vão fazê-lo, usando as regras mais generosas pré-reforma. Esperamos que nossos políticos comecem a se mover e logo. Senão, nossa dívida pública vai explodir e, mais pobres, vamos ver nosso peru de Natal virar nugget.   Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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