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Está nos jornais: a poupança dos brasileiros vem apanhando feio nesse turbulento ano de 2015. No primeiro semestre, a fuga foi de aproximadamente 40 bilhões de reais. Isso não é comum.

Por que isso vem ocorrendo?

Há duas explicações – a primeira é mais técnica, a segunda, um pouco mais óbvia. Nenhuma delas, porém, é difícil de entender.

A justificativa técnica se refere à alta dos juros básicos (a Selic está hoje em 13,75% ao ano) feita pelo Banco Central, que faz os juros determinados livremente nos mercados também subirem – e estão subindo bem. Em outra frente, o juro da poupança (ou seja, o rendimento para o poupador) não é determinado pelo mercado, mas sim pelo governo.

O retorno para quem guarda grana na poupança corresponde a um percentual da Selic mais a chamada Taxa Referencial (TR)* – o que tem rendido algo perto dos 7% ao ano sobre o valor guardado na poupança. Assim, quando o juro na economia sobe, fica mais atraente sacar da poupança e colocar o dinheiro, por exemplo, no chamado Fundo DI.

Esse tipo de investimento chamado de Fundo DI, emitido por bancos para captar recursos, tende a acompanhar a Selic. Sendo assim, trazem maior rendimento para o poupador – vale a dica, inclusive, de procurar o gerente de sua conta bancária: esse tipo de investimento pode ser um bom investimento para você.

O juro desse tipo de aplicação é quase sempre maior que o da poupança, mesmo descontados impostos que, no caso da poupança, não são cobrados. Ainda assim, curiosamente, muita gente escolha a caderneta de poupança no Brasil na hora de fazer seu pé de meia. Isso se deve ao fato de o governo garantir oficialmente a poupança das pessoas até certo limite (e essa garantia tem um valor relevante na cabeça dos brasileiros). Mas também podemos afirmar que existe também o simples hábito de poupar dessa forma, ou ainda a desinformação a respeito das possibilidades.

Apesar disso, o que os dados recentes mostram? Que os hábitos não são tão rígidos assim: quando o juro do DI dá uma disparada, como agora, a poupança perde adeptos. Nestes primeiros seis meses do ano, repetindo, são adeptos da ordem de 40 milhões de reais.

Tem um nome “bonitinho” que os economistas dão para isso: suavizamento do consumo. E é essa a justificativa mais óbvia. Na prática, quando nossa renda cai, nós não cortamos nosso consumo simplesmente. Apertamos o cinto, claro, mas não vamos até o último buraco que a fivela do cinto alcançar. Mudar nosso padrão de consumo para cima e para baixo é bastante desagradável. E, nessas condições, a gente procura suavizar o baque em nossa qualidade de vida. Seja, digamos, “despoupando”, seja aumentando um pouquinho as nossas dívidas.

* É calculada pela média dos juros pagos pelas 30 maiores instituições financeiras do Brasil, a cada dia, em títulos vendidos para qualquer um para captar recursos. Mais conhecidos pela sigla CDB, esses títulos atendem pelo nome de Certificado de Depósito Bancário.

POR QUE VOCÊ PAGA A CONTA DE LUZ MAIS CARA DO MUNDO? 
POR QUE OS IMPOSTOS CUSTAM MAIS QUE DINHEIRO?

 

Por que sua poupança está cada vez mais vazia?

Está nos jornais: a poupança dos brasileiros vem apanhando feio nesse turbulento ano de 2015. No primeiro semestre, a fuga foi de aproximadamente 40 bilhões de reais. Isso não é comum. Por que isso vem ocorrendo? Há duas explicações – a primeira é mais técnica, a segunda, um pouco mais óbvia. Nenhuma delas, porém, é difícil de entender. A justificativa técnica se refere à alta dos juros básicos (a Selic está hoje em 13,75% ao ano) feita pelo Banco Central, que faz os juros determinados livremente nos mercados também subirem – e estão subindo bem. Em outra frente, o juro da poupança (ou seja, o rendimento para o poupador) não é determinado pelo mercado, mas sim pelo governo. O retorno para quem guarda grana na poupança corresponde a um percentual da Selic mais a chamada Taxa Referencial (TR)* – o que tem rendido algo perto dos 7% ao ano sobre o valor guardado na poupança. Assim, quando o juro na economia sobe, fica mais atraente sacar da poupança e colocar o dinheiro, por exemplo, no chamado Fundo DI. Esse tipo de investimento chamado de Fundo DI, emitido por bancos para captar recursos, tende a acompanhar a Selic. Sendo assim, trazem maior rendimento para o poupador – vale a dica, inclusive, de procurar o gerente de sua conta bancária: esse tipo de investimento pode ser um bom investimento para você. O juro desse tipo de aplicação é quase sempre maior que o da poupança, mesmo descontados impostos que, no caso da poupança, não são cobrados. Ainda assim, curiosamente, muita gente escolha a caderneta de poupança no Brasil na hora de fazer seu pé de meia. Isso se deve ao fato de o governo garantir oficialmente a poupança das pessoas até certo limite (e essa garantia tem um valor relevante na cabeça dos brasileiros). Mas também podemos afirmar que existe também o simples hábito de poupar dessa forma, ou ainda a desinformação a respeito das possibilidades. Apesar disso, o que os dados recentes mostram? Que os hábitos não são tão rígidos assim: quando o juro do DI dá uma disparada, como agora, a poupança perde adeptos. Nestes primeiros seis meses do ano, repetindo, são adeptos da ordem de 40 milhões de reais. Tem um nome “bonitinho” que os economistas dão para isso: suavizamento do consumo. E é essa a justificativa mais óbvia. Na prática, quando nossa renda cai, nós não cortamos nosso consumo simplesmente. Apertamos o cinto, claro, mas não vamos até o último buraco que a fivela do cinto alcançar. Mudar nosso padrão de consumo para cima e para baixo é bastante desagradável. E, nessas condições, a gente procura suavizar o baque em nossa qualidade de vida. Seja, digamos, “despoupando”, seja aumentando um pouquinho as nossas dívidas. * É calculada pela média dos juros pagos pelas 30 maiores instituições financeiras do Brasil, a cada dia, em títulos vendidos para qualquer um para captar recursos. Mais conhecidos pela sigla CDB, esses títulos atendem pelo nome de Certificado de Depósito Bancário. POR QUE VOCÊ PAGA A CONTA DE LUZ MAIS CARA DO MUNDO?  POR QUE OS IMPOSTOS CUSTAM MAIS QUE DINHEIRO?  
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