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O Brasil tem leis de proteção ao consumidor.

Às vezes, são benéficas e funcionam de verdade! Exemplo claro: quando precisamos cancelar um serviço de celular ou de TV fechada. É uma facilidade! Basta apertar um botão no site e é cancelado. Acabou a obrigação de pagar pelos serviços indesejados!

Só que não.

Quem já passou pelo pesadelo de tentar cancelar um serviço de celular sabe que as empresas dificultam ao máximo.

Num mundo ideal, bastaria entrar num site, apertar um botão e... feito! Ou bastaria entrar na loja e pedir para um funcionário cancelar o serviço.

Mas não é assim.

Por alegados motivos técnicos, o sistema na loja não pode cancelar o serviço. É necessário ligar para um certo número.

Se pecamos de vez em quando na vida, aquele número é um lembrete do que nos espera no purgatório: longas esperas, uma música ambiente escabrosa e distorcida e, tão logo somos atendidos, ouvimos desconexões aleatórias como “São Pedro acabou de tirar férias, a portaria do céu volta a abrir só depois do Carnaval”.

Uma sugestão aos nossos amigos de Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações): enquanto provedores de internet, TV por assinatura e celular não conseguem colocar um botão de cancelamento no mesmo site em que acessamos a fatura, que tal não precisarmos pagar?

Ora, eis um exemplo de uso benéfico da proteção ao consumidor!

Mas nem toda proteção ao consumidor é benéfica.

Até outro dia, a Anatel (Agência Nacional de Aviação Civil) não permitia às empresas aéreas cobrar por bagagens despachadas. A agência, em março 2017, pretende liberar essa possibilidade.

Esse é um empecilho ao desenvolvimento de empresas aéreas de baixo custo no Brasil – como a Ryan Air e Easy Jet, que operam na Europa. O óbvio: se essas empresas não podem cobrar pelas bagagens despachadas, vão embutir o serviço das bagagens no valor da passagem. E, assim, quem viaja com pouca bagagem (em geral, jovens e turistas) acaba tendo de pagar por um serviço que não usa.

É uma boa notícia, finalmente! Se o Congresso – atenção: quem não ajuda, não atrapalha! – permitir.

Se a "proteção" é demais, o consumidor deve desconfiar?

O Brasil tem leis de proteção ao consumidor. Às vezes, são benéficas e funcionam de verdade! Exemplo claro: quando precisamos cancelar um serviço de celular ou de TV fechada. É uma facilidade! Basta apertar um botão no site e é cancelado. Acabou a obrigação de pagar pelos serviços indesejados! Só que não. Quem já passou pelo pesadelo de tentar cancelar um serviço de celular sabe que as empresas dificultam ao máximo. Num mundo ideal, bastaria entrar num site, apertar um botão e... feito! Ou bastaria entrar na loja e pedir para um funcionário cancelar o serviço. Mas não é assim. Por alegados motivos técnicos, o sistema na loja não pode cancelar o serviço. É necessário ligar para um certo número. Se pecamos de vez em quando na vida, aquele número é um lembrete do que nos espera no purgatório: longas esperas, uma música ambiente escabrosa e distorcida e, tão logo somos atendidos, ouvimos desconexões aleatórias como “São Pedro acabou de tirar férias, a portaria do céu volta a abrir só depois do Carnaval”. Uma sugestão aos nossos amigos de Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações): enquanto provedores de internet, TV por assinatura e celular não conseguem colocar um botão de cancelamento no mesmo site em que acessamos a fatura, que tal não precisarmos pagar? Ora, eis um exemplo de uso benéfico da proteção ao consumidor! Mas nem toda proteção ao consumidor é benéfica. Até outro dia, a Anatel (Agência Nacional de Aviação Civil) não permitia às empresas aéreas cobrar por bagagens despachadas. A agência, em março 2017, pretende liberar essa possibilidade. Esse é um empecilho ao desenvolvimento de empresas aéreas de baixo custo no Brasil – como a Ryan Air e Easy Jet, que operam na Europa. O óbvio: se essas empresas não podem cobrar pelas bagagens despachadas, vão embutir o serviço das bagagens no valor da passagem. E, assim, quem viaja com pouca bagagem (em geral, jovens e turistas) acaba tendo de pagar por um serviço que não usa. É uma boa notícia, finalmente! Se o Congresso – atenção: quem não ajuda, não atrapalha! – permitir.
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