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O Brasil está à beira de uma crise hídrica. Quem é mais velho não consegue evitar a lembrança do início dos anos 2000, quando tivemos a tal “crise do apagão”. Em várias partes do país, consumidores precisaram reduzir em 20% seu gasto. Quem estourasse a cota estava sujeito a punições. Havia também bônus concedidos a consumidores que conseguissem economizar.

O episódio durou alguns meses entre 2001 e 2002, mas teve impactos de longo prazo sobre o comportamento dos consumidores. Este efeito é documentado pelo artigo acadêmico de Francisco Costa e François Gerard. Os autores usam o fato de que a região Sul não foi submetida à política de racionamento. 

Assim, comparam o consumo de energia nas regiões Sudeste e Centro-Oeste (afetadas pelo racionamento) com a região Sul (não afetada). Notam que o consumo cai muito durante a crise, como esperado. Mas depois de mais de uma década, já nos anos 2010, ainda encontram diferenças entre as regiões. Nesse período, o consumo cresceu significativamente menos no Sudeste/Centro-Oeste que no Sul.
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A crise do apagão de 2001

O Brasil está à beira de uma crise hídrica. Quem é mais velho não consegue evitar a lembrança do início dos anos 2000, quando tivemos a tal “crise do apagão”. Em várias partes do país, consumidores precisaram reduzir em 20% seu gasto. Quem estourasse a cota estava sujeito a punições. Havia também bônus concedidos a consumidores que conseguissem economizar.

O episódio durou alguns meses entre 2001 e 2002, mas teve impactos de longo prazo sobre o comportamento dos consumidores. Este efeito é documentado pelo artigo acadêmico de Francisco Costa e François Gerard. Os autores usam o fato de que a região Sul não foi submetida à política de racionamento. 

Assim, comparam o consumo de energia nas regiões Sudeste e Centro-Oeste (afetadas pelo racionamento) com a região Sul (não afetada). Notam que o consumo cai muito durante a crise, como esperado. Mas depois de mais de uma década, já nos anos 2010, ainda encontram diferenças entre as regiões. Nesse período, o consumo cresceu significativamente menos no Sudeste/Centro-Oeste que no Sul.
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