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Na semana passada, falamos sobre o disposition effect . Hoje, vamos adiante, e trataremos da segunda pegadinha que leva muitos investidores amadores da Bolsa a irem pior do que macacos. É a “ilusão do preço nominal”.

Qual ação tem mais espaço para subir, ou seja, pode dar retornos maiores? Uma que está a 4 reais ou uma que está a 40 reais? A resposta correta é um simples "sei lá!". No entanto, muitos investidores pensam que é a que custa 4 reais.

Essa ideia se explica porque, intuitivamente, parece que uma ação a 4 reais ainda pode subir para 5, 8, 15, 20, 40, e uma ação a 40 reais já subiu tudo isso. Mas isso não passa de uma ilusão. Preços de ações não querem dizer, em princípio, absolutamente nada. Lembre-se de que empresas podem fazer desdobramentos e agrupamentos de suas ações a qualquer momento, mudando arbitrariamente seu preço de, por exemplo, 4 para 40 ou de 40 para 4. Indicamos  no fim deste texto um ótimo artigo sobre tema.

A ilusão do preço nominal leva vários investidores amadores a  comprar ações com preços baixos e depois de quedas. Esse comportamento leva a perdas por dois motivos. A concentração da demanda dos investidores nesses ativos pode, na ausência de liquidez suficiente, inflar os preços. Ou seja, paga-se mais do que se deveria por essas ações. Além disso, comprar ações depois da queda em geral machuca porque, como falamos na semana passada, os preços tendem a ter um momentum (se uma ação caiu no último mês ou ano, há uma chance ligeiramente maior de ela continuar caindo no próximo mês ou ano).

Portanto, essa história de ação por 1 real na Black Friday é balela total, hein? E o pior é que, na sexta passada, este colunista que vos fala viu propagandas desse tipo em sites especializados de investimentos... Muito cuidado!

 

Leia mais sobre o assunto em Birru and Wang (2016), “Nominal Price Illusion”, Journal of Financial Economics

(https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0304405X16000349).



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A pegadinha número 2 dos investidores: a ilusão do preço nominal

Na semana passada, falamos sobre o disposition effect . Hoje, vamos adiante, e trataremos da segunda pegadinha que leva muitos investidores amadores da Bolsa a irem pior do que macacos. É a “ilusão do preço nominal”.

Qual ação tem mais espaço para subir, ou seja, pode dar retornos maiores? Uma que está a 4 reais ou uma que está a 40 reais? A resposta correta é um simples "sei lá!". No entanto, muitos investidores pensam que é a que custa 4 reais.

Essa ideia se explica porque, intuitivamente, parece que uma ação a 4 reais ainda pode subir para 5, 8, 15, 20, 40, e uma ação a 40 reais já subiu tudo isso. Mas isso não passa de uma ilusão. Preços de ações não querem dizer, em princípio, absolutamente nada. Lembre-se de que empresas podem fazer desdobramentos e agrupamentos de suas ações a qualquer momento, mudando arbitrariamente seu preço de, por exemplo, 4 para 40 ou de 40 para 4. Indicamos  no fim deste texto um ótimo artigo sobre tema.

A ilusão do preço nominal leva vários investidores amadores a  comprar ações com preços baixos e depois de quedas. Esse comportamento leva a perdas por dois motivos. A concentração da demanda dos investidores nesses ativos pode, na ausência de liquidez suficiente, inflar os preços. Ou seja, paga-se mais do que se deveria por essas ações. Além disso, comprar ações depois da queda em geral machuca porque, como falamos na semana passada, os preços tendem a ter um momentum (se uma ação caiu no último mês ou ano, há uma chance ligeiramente maior de ela continuar caindo no próximo mês ou ano).

Portanto, essa história de ação por 1 real na Black Friday é balela total, hein? E o pior é que, na sexta passada, este colunista que vos fala viu propagandas desse tipo em sites especializados de investimentos... Muito cuidado!

 

Leia mais sobre o assunto em Birru and Wang (2016), “Nominal Price Illusion”, Journal of Financial Economics

(https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0304405X16000349).







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