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thomas piketty desigualdade

Thomas Piketty é aquele tipo de geniozinho precoce. Acabou seu PhD muito novo, e com a idade em que normalmente as pessoas entram no doutorado ele já era professor no MIT, uma das maiores escolas de economia do planeta. Tem contribuições teóricas e empíricas importantes, mas pendeu um pouco demais para o midiático após publicar seu best-seller, "O capital no século 21". Piketty esteve recentemente no Brasil, um dos campeões mundiais da desigualdade, e largou a seguinte batata quente: “O Brasil não cresce se não reduzir sua desigualdade”.

A frase, aparentemente, foi mal interpretada. Piketty se referia ao longo prazo, não aos próximos cinco anos. O Brasil, se conseguir retomar as rédeas do desgovernado corcel fiscal, vai sim voltar a crescer bem por alguns anos.

Talvez este seja um “se” grande demais, mas enfim...

Mesmo quando o foco é o longo prazo, a frase de Piketty precisa ser analisada. Isso porque ele não entra na discussão dos mecanismos associados à elevada desigualdade, que é o que de fato importa. Dito de outro modo: a ligação entre desigualdade e crescimento não é assim mecânica, trivial, previsível.

Por exemplo, numa economia em que as pessoas são livres para inovar, e em que essas inovações podem rapidamente se espalhar para milhares de usuários em todos os cantos, a desigualdade provavelmente será alta. O menino do Facebook é um bilionário, e como ele há alguns. Ruim para o crescimento? Muito pelo contrário. O cara é injustamente rico, ele manipulou o sistema? Muito pelo contrário. A desigualdade é um problema nesse exemplo? Você já sabe.

Agora vejamos o exemplo brasileiro. O sujeito nasce sem recursos, vai para uma escola ruim e come mal quando criança. Ele vai ser, muito provavelmente, pobre a vida inteira. E sua baixa escolarização vai virar um fardo quase inamovível para seus filhos. O outro que nasceu em melhores condições, pode se educar e não comeu tão pouco, vai virar um brilhante economista do PQ?. Qual a desigualdade nessa sociedade? Alta? E a taxa de crescimento estrutural? Baixa.

Baixa por causa da desigualdade? Não exatamente. Baixa por causa do mecanismo gerador da desigualdade: milhares de pessoas têm seu potencial desperdiçado apenas por que tiveram o azar de nascer pobres. É injusto, é aético, é ineficiente. O Brasil se encaixa bem nessa descrição? Oui, certainement.

 

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Brasil só cresce sem desigualdade, como avisa Piketty?

thomas piketty desigualdade Thomas Piketty é aquele tipo de geniozinho precoce. Acabou seu PhD muito novo, e com a idade em que normalmente as pessoas entram no doutorado ele já era professor no MIT, uma das maiores escolas de economia do planeta. Tem contribuições teóricas e empíricas importantes, mas pendeu um pouco demais para o midiático após publicar seu best-seller, "O capital no século 21". Piketty esteve recentemente no Brasil, um dos campeões mundiais da desigualdade, e largou a seguinte batata quente: “O Brasil não cresce se não reduzir sua desigualdade”. A frase, aparentemente, foi mal interpretada. Piketty se referia ao longo prazo, não aos próximos cinco anos. O Brasil, se conseguir retomar as rédeas do desgovernado corcel fiscal, vai sim voltar a crescer bem por alguns anos. Talvez este seja um “se” grande demais, mas enfim... Mesmo quando o foco é o longo prazo, a frase de Piketty precisa ser analisada. Isso porque ele não entra na discussão dos mecanismos associados à elevada desigualdade, que é o que de fato importa. Dito de outro modo: a ligação entre desigualdade e crescimento não é assim mecânica, trivial, previsível. Por exemplo, numa economia em que as pessoas são livres para inovar, e em que essas inovações podem rapidamente se espalhar para milhares de usuários em todos os cantos, a desigualdade provavelmente será alta. O menino do Facebook é um bilionário, e como ele há alguns. Ruim para o crescimento? Muito pelo contrário. O cara é injustamente rico, ele manipulou o sistema? Muito pelo contrário. A desigualdade é um problema nesse exemplo? Você já sabe. Agora vejamos o exemplo brasileiro. O sujeito nasce sem recursos, vai para uma escola ruim e come mal quando criança. Ele vai ser, muito provavelmente, pobre a vida inteira. E sua baixa escolarização vai virar um fardo quase inamovível para seus filhos. O outro que nasceu em melhores condições, pode se educar e não comeu tão pouco, vai virar um brilhante economista do PQ?. Qual a desigualdade nessa sociedade? Alta? E a taxa de crescimento estrutural? Baixa. Baixa por causa da desigualdade? Não exatamente. Baixa por causa do mecanismo gerador da desigualdade: milhares de pessoas têm seu potencial desperdiçado apenas por que tiveram o azar de nascer pobres. É injusto, é aético, é ineficiente. O Brasil se encaixa bem nessa descrição? Oui, certainement.   Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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