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Comportamento dos preços

Discutimos nos cartões anteriores como os consumidores reagem a mudanças nos preços de um bem. No entanto, apontamos apenas a direção do efeito (o consumo diminui quando o preço aumenta). Já o conceito de elasticidade, sobre o qual trataremos agora, informa o tamanho do efeito.

Esse termo, elasticidade, serve para mostrar quanto o consumo cai quando o preço aumenta. A informação é útil, por exemplo, em análises dos impactos de impostos. Podemos encontrar resposta para perguntas como:

— O que acontece com a demanda de gasolina (e a arrecadação do estado) se o governo aumenta a alíquota de imposto sobre esse bem?

Especificamente, a elasticidade-preço reflete quão sensível é a demanda a uma mudança no preço do bem ou serviço. Sinaliza como a quantidade demandada reage (em porcentagem) quando o preço aumenta em 1%, por exemplo.

Uma curva de demanda muito elástica indica que a quantidade cai bastante quando o preço aumenta. E uma curva de demanda pouco elástica significa que a quantidade não reage tanto a mudanças nos preços.

A elasticidade-preço reflete a disponibilidade de produtos substitutos. Sendo assim, a fidelidade de um consumidor à marca é importante. Por exemplo, se alguém gosta de refrigerante e não se importa muito com a marca, o fato de uma garrafa de Tuiuiú-Cola ficar mais cara levará o consumidor a trocar essa marca pela Jurubeba-Cola. Consequentemente, o consumo de Tuiuiú-Cola por esse consumidor vai cair radicalmente. Nesse caso, a demanda desse consumidor por Tuiuiú-Cola é bastante elástica. Mas, se considerarmos que o consumidor gosta apenas de refrigerantes, seja lá de qual marca, espera-se que seu consumo de refrigerantes, em geral, não reaja tanto às mudanças de preços. Ou seja, sob esse aspecto, sua demanda é inelástica.

O caso clássico de um bem pouco elástico é o combustível. Quando aumenta seu preço, os motoristas não têm muitas opções para manter seus veículos rodando e acabam pagando mais caro. Entretanto, no longo prazo, a elasticidade tende a ser mais elevada: um preço mais alto pode levar as pessoas a comprarem carros mais econômicos, fazendo com que o consumo de combustível caia mais.

Outra variável importante na determinação da demanda: a renda dos consumidores. A elasticidade-renda capta a sensibilidade da demanda à renda – o quanto a demanda aumenta (porcentualmente) quando a renda dos consumidores se eleva em 1%, por exemplo.

Um bem normal é aquele cuja demanda cresce quando a renda aumenta (ou seja, sua elasticidade-renda é positiva). A maioria dos bens e serviços obedece esse padrão. Exemplos incluem educação, saúde e lazer, itens nos quais os consumidores tendem a elevar seus gastos quando a renda de cada um deles sobe. Pesquisas de orçamento familiar revelam que a fração dessas categorias no consumo das famílias tende a aumentar ao longo do tempo, ao passo que a renda per capita cresce.

Mas há exemplos de bens cuja demanda diminui quando a renda aumenta (no caso, a elasticidade-renda é negativa). São os chamados bens inferiores. Por exemplo, quando sobe a renda, as pessoas deixam de consumir cachaça e preferem vinho e uísque, normalmente mais caros. Outro exemplo: quando a renda aumenta, o uso de ônibus como meio de locomoção cai, já que algumas pessoas escolhem comprar carros.

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