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Vai ser melhor do que o dos últimos seis anos, apesar disso não querer dizer muita coisa. 



Nossa aposta para 2020, deixe-nos consultar a bola de cristal – abracadabra! –, é de que o crescimento fique entre 1,5% e 3%, com 90% de probabilidade. Você pode estar achando que não estamos sendo muito informativos. Primeiro porque temos 10% de chances de cair fora desse intervalo de confiança. Segundo porque 1,5% é bem diferente de 3%, os extremos do intervalo.

A verdade é outra, no entanto. Estamos apenas sendo honestos, diferentemente de muita gente que gosta de colocar enorme confiança em números fechadinhos, como 2,5% na mosca, ou intervalos de confiança caídos do céu, como “algo entre 2,5% e 3%, com certeza!”

Nossos números saem de um modelo estatístico razoavelmente sofisticado, e a tal boca de jacaré separando o mínimo e o máximo é o intervalo de confiança do modelo, que reflete bem a nossa quase incapacidade para previsões. Uma Inquisição contra os economistas adivinhos não seria uma má ideia. Será que o Corecon topa? Ou, no mínimo, uma lei que torne mandatória a publicação da projeção central e dos intervalos de confiança – já ajudava.

O crescimento deve ser melhor em 2020 por conta dos seguintes fatores: (i) menos incertezas fiscais, (ii) juro básico bem mais baixo com inflação controlada (não confundir com a versão 2012-2014 do juro baixo), (iii) poço tem que ter algum fundo (também conhecido como “reversão à média” entre os bruxos da estatística), (iv) baixas chances de subidas dos juros internacionais.

Enfim, uma mistura de boas políticas macroeconômicas desde 2016, forças gravitacionais da estatística e alguma sorte. Que não gere leniência na parte que podemos influenciar diretamente.

E nos anos vindouros? Vamos recorrer de novo à estatística: os intervalos de confiança crescem com o passar do tempo. O crescimento para 2024, visto de hoje pela lupa econométrica, pode situar-se entre –2% e 4%, com 90% de probabilidade! Permita-nos reduzir sua decepção, prezado leitor: apesar de o intervalo ser enorme, a massa de probabilidade maior está ali em torno dos 2%. O mesmo tipo de argumento vale, a propósito, para este ano que começa.  

Feliz ano novo, e nunca se esqueça dos intervalos de confiança (para o caso de o ano não terminar tão feliz assim)!

 

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Crescimento da Economia em 2020

Vai ser melhor do que o dos últimos seis anos, apesar disso não querer dizer muita coisa. 






Nossa aposta para 2020, deixe-nos consultar a bola de cristal – abracadabra! –, é de que o crescimento fique entre 1,5% e 3%, com 90% de probabilidade. Você pode estar achando que não estamos sendo muito informativos. Primeiro porque temos 10% de chances de cair fora desse intervalo de confiança. Segundo porque 1,5% é bem diferente de 3%, os extremos do intervalo.

A verdade é outra, no entanto. Estamos apenas sendo honestos, diferentemente de muita gente que gosta de colocar enorme confiança em números fechadinhos, como 2,5% na mosca, ou intervalos de confiança caídos do céu, como “algo entre 2,5% e 3%, com certeza!”

Nossos números saem de um modelo estatístico razoavelmente sofisticado, e a tal boca de jacaré separando o mínimo e o máximo é o intervalo de confiança do modelo, que reflete bem a nossa quase incapacidade para previsões. Uma Inquisição contra os economistas adivinhos não seria uma má ideia. Será que o Corecon topa? Ou, no mínimo, uma lei que torne mandatória a publicação da projeção central e dos intervalos de confiança – já ajudava.

O crescimento deve ser melhor em 2020 por conta dos seguintes fatores: (i) menos incertezas fiscais, (ii) juro básico bem mais baixo com inflação controlada (não confundir com a versão 2012-2014 do juro baixo), (iii) poço tem que ter algum fundo (também conhecido como “reversão à média” entre os bruxos da estatística), (iv) baixas chances de subidas dos juros internacionais.

Enfim, uma mistura de boas políticas macroeconômicas desde 2016, forças gravitacionais da estatística e alguma sorte. Que não gere leniência na parte que podemos influenciar diretamente.

E nos anos vindouros? Vamos recorrer de novo à estatística: os intervalos de confiança crescem com o passar do tempo. O crescimento para 2024, visto de hoje pela lupa econométrica, pode situar-se entre –2% e 4%, com 90% de probabilidade! Permita-nos reduzir sua decepção, prezado leitor: apesar de o intervalo ser enorme, a massa de probabilidade maior está ali em torno dos 2%. O mesmo tipo de argumento vale, a propósito, para este ano que começa.  

Feliz ano novo, e nunca se esqueça dos intervalos de confiança (para o caso de o ano não terminar tão feliz assim)!

 

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