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Na segunda metade do século XIX, os direitos de propriedade das mulheres casadas nos países de common law (como por exemplo, Inglaterra, Estados Unidos, Canadá e Austrália) foram significativamente expandidos. Até então, valia o chamado principle of coverture, que definia que, enquanto uma mulher solteira tinha diretos de propriedade e podia escrever contratos em seu nome, uma mulher casada perdia vários desses direitos. No caso, os bens mobiliários (dinheiro, títulos e ações) de uma mulher solteira passavam todos para o nome do marido depois de pronunciado o romântico “sim”. Por outro lado, as mulheres casadas ainda mantinham algum controle sobre seus imóveis e terras. Na década de 1850, finalmente, as regras sobre bens mobiliários foram equiparadas às regras sobre bens imobiliários em todos esses países.

Como sabemos, as pessoas respondem a incentivos. Então, até 1850, naturalmente, as moças (e seus pais) concentravam seus investimentos em imóveis e fugiam de ativos financeiros como o diabo foge da cruz. Com o fim do principle of coverture, todas essas famílias rapidamente alteraram a composição de suas carteiras de investimento, aumentando o peso de ativos financeiros e incentivando o crédito. Isso fez com que os juros caíssem e as economias dos países de common law dessem uma deslanchada, ajudando no processo de industrialização e nos anos de ouro do capitalismo na segunda metade do século XIX.

Quem conta essa bela história sobre a íntima relação entre leis e economia são os economistas Moshe Hazan, David Weiss e Hosny Zoabi, autores de um artigo recém-publicado no Journal of FinanceVale a pena ler.




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Direitos das mulheres casadas e industrialização

Na segunda metade do século XIX, os direitos de propriedade das mulheres casadas nos países de common law (como por exemplo, Inglaterra, Estados Unidos, Canadá e Austrália) foram significativamente expandidos. Até então, valia o chamado principle of coverture, que definia que, enquanto uma mulher solteira tinha diretos de propriedade e podia escrever contratos em seu nome, uma mulher casada perdia vários desses direitos. No caso, os bens mobiliários (dinheiro, títulos e ações) de uma mulher solteira passavam todos para o nome do marido depois de pronunciado o romântico “sim”. Por outro lado, as mulheres casadas ainda mantinham algum controle sobre seus imóveis e terras. Na década de 1850, finalmente, as regras sobre bens mobiliários foram equiparadas às regras sobre bens imobiliários em todos esses países.

Como sabemos, as pessoas respondem a incentivos. Então, até 1850, naturalmente, as moças (e seus pais) concentravam seus investimentos em imóveis e fugiam de ativos financeiros como o diabo foge da cruz. Com o fim do principle of coverture, todas essas famílias rapidamente alteraram a composição de suas carteiras de investimento, aumentando o peso de ativos financeiros e incentivando o crédito. Isso fez com que os juros caíssem e as economias dos países de common law dessem uma deslanchada, ajudando no processo de industrialização e nos anos de ouro do capitalismo na segunda metade do século XIX.

Quem conta essa bela história sobre a íntima relação entre leis e economia são os economistas Moshe Hazan, David Weiss e Hosny Zoabi, autores de um artigo recém-publicado no Journal of FinanceVale a pena ler.




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