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A multinacional General Motors (GM) ameaça sair do Brasil, caso não passe a dar lucro no país - noticia a imprensa.

E agora?! O que o Brasil fará sem a GM?

Quando uma grande empresa com dezenas de anos de presença no país ameaça fazer as malas, não é surpreendente que muitos se sintam apreensivos. O drama dos trabalhadores e de suas famílias, diante do risco de perder o emprego, é real. Segundo a evidência empírica, quando uma empresa fecha suas portas, os trabalhadores, em média, vão encontrar empregos mais mal pagos. As possíveis perdas dos trabalhadores, porém, não devem ser motivo para cedermos a chantagens. A estratégia é velha. Empresas usam e abusam de ameaças de não investir mais ou fechar as portas para obter concessões de governos. Naturalmente, as organizações de trabalhadores também reivindicam do governo subsídios que salvem o emprego de seus membros. Esse jogo se repete muitas vezes. Mas o final não é feliz. Sob pressão de sindicatos e representantes da grande multinacional, os governos frequentemente cedem e oferecem algum presente “para coordenar as expectativas”. Em geral esse presente é pago pelo contribuinte, seja por meio de impostos mais altos ou de menos recursos para serviços públicos como segurança e saúde. Em geral, a empresa que ameaça sair estava de fato mal das pernas. Afinal, se uma empresa altamente lucrativa ameaça sair, ninguém leva a sério. Mas, em geral, a companhia está mal por não ser produtiva, opera com altos custos, paga bônus altos demais para seus executivos ou produz um produto que o consumidor não quer comprar. Ceder à pressão então tem o efeito desagradável de perpetuar uma situação ineficiente, que previsivelmente vai ensejar uma nova rodada de chantagens da multinacional seguida de concessões do governo. Pior que isso: ao manter os trabalhadores empregados em uma empresa não lucrativa, estamos sonegando mão de obra aos setores da economia lucrativos e que poderiam expandir, ocupar melhor os trabalhadores e fazer a economia crescer. Já pensou onde estaríamos se ainda estivéssemos preservando o emprego dos cuidadores de jumentos, trabalhadores que, no século 19, perderam o emprego quando a ferrovia chegou? Muita gente do sudeste do Brasil tem um tataravô tropeiro que foi forçado a virar cafeicultor ou ferroviário 150 anos atrás. Quando o café deixou de ser lucrativo, nossos avós e bisavós correram para os empregos nas cidades. Talvez não tenhamos mais a GM. Seus trabalhadores vão sofrer até finalmente beneficiarem-se da transformação da economia.  O governo pode ajudá-los durante a transição. Outra possibilidade é não cair no blefe e forçar a GM a melhorar seus produtos para sobreviver. O importante é cortar o ciclo de protecionismo e subsídios para nossa eternamente “nascente” indústria.  

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