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Sebastião tinha 20 anos em 1970. João Pedro tem 20 anos hoje. Comparadas às de João Pedro, as decisões financeiras de Sebastião foram muito mais tranquilas.

Sebastião pôde contar bem mais com o governo. Hoje, enquanto está parando de trabalhar, há ao redor de 20 aposentados para cada cem contribuintes, e o governo ainda consegue dar conta das aposentadorias. Daqui a 50 anos, quando João Pedro for se aposentar, vai haver uns 60 aposentados para cada cem contribuintes. O governo vai estar, obviamente, com a corda no pescoço.

Além disso, se Sebastião trabalhou com carteira assinada em uma empresa com fundo de pensão, ele tem mais um motivo para relaxar. Lá atrás, os fundos de pensão das empresas eram todos do tipo “benefício definido”. Ou seja, o fundo de pensão se comprometia a pagar uma aposentadoria de valor preestabelecido ao seu funcionário. Como administrar o fundo para que esse valor fosse de fato atingido (definir com quanto cada funcionário deveria contribuir e como o dinheiro deveria ser investido) era problema exclusivo dos profissionais que trabalhavam no fundo. Isso trazia grandes desafios aos gestores dos fundos (como pedir maior contribuição aos funcionários), mas Sebastião não tinha de pensar no assunto. Hoje em dia, no entanto, quase todos os fundos de pensão das empresas, principalmente para os novos funcionários como o João Pedro, são do tipo “contribuição definida”. Nesse modelo, o funcionário é quem define com quanto vai contribuir e também como quer que seu dinheiro seja investido (mais ou menos risco). Quanto ele terá de aposentadoria lá na frente só o tempo dirá, e dependerá muito das suas decisões. Quanto maior a fatia investida, maior a renda futura. Quanto maior o percentual investido em renda variável quando jovem, muito provavelmente maior a renda futura.

Nesse cenário, uma conclusão é óbvia. Não ser educado financeiramente nos dias de hoje é muito mais grave do que há 50 anos. Imaginar a vida que os jovens de hoje, sem educação financeira, terão quando tiverem de parar de trabalhar é profundamente preocupante. Precisamos agir, educando financeiramente as pessoas de maneira inteligente. Esse é um enorme desafio em um país com qualidade educacional tão baixa. Como levar a população a tomar boas decisões financeiras? É urgente pensar sobre isso. 

 

Essa é uma preocupação também fora do país. Economistas das grandes universidades americanas e europeias estão pensando muito no assunto. O Nobel de Economia de 2017 foi dado para um deles, o professor Richard Thaler. Ele bolou formas inteligentes para fazer as pessoas pouparem mais. Falamos sobre uma delas no texto da semana passada. A economista Annamaria Lusardi é outro nome importante da área. Seu livro Overcoming the Saving Slump traz um compilado de textos de ótimos autores sobre o tema. 

 

Aqui no Por Quê? estamos muito ligados nessa questão. Na nossa renovada plataforma, www.porque.com.br, ações que ajudem as pessoas a tomarem boas decisões financeiras estão com um destaque importante. Vamos lá. Esse é um trabalho para muitas mãos e cabeças.


COLUNA PUBLICADA NA FOLHA DE SÃO PAULO



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Educação financeira é cada vez mais importante

Sebastião tinha 20 anos em 1970. João Pedro tem 20 anos hoje. Comparadas às de João Pedro, as decisões financeiras de Sebastião foram muito mais tranquilas.

Sebastião pôde contar bem mais com o governo. Hoje, enquanto está parando de trabalhar, há ao redor de 20 aposentados para cada cem contribuintes, e o governo ainda consegue dar conta das aposentadorias. Daqui a 50 anos, quando João Pedro for se aposentar, vai haver uns 60 aposentados para cada cem contribuintes. O governo vai estar, obviamente, com a corda no pescoço.

Além disso, se Sebastião trabalhou com carteira assinada em uma empresa com fundo de pensão, ele tem mais um motivo para relaxar. Lá atrás, os fundos de pensão das empresas eram todos do tipo “benefício definido”. Ou seja, o fundo de pensão se comprometia a pagar uma aposentadoria de valor preestabelecido ao seu funcionário. Como administrar o fundo para que esse valor fosse de fato atingido (definir com quanto cada funcionário deveria contribuir e como o dinheiro deveria ser investido) era problema exclusivo dos profissionais que trabalhavam no fundo. Isso trazia grandes desafios aos gestores dos fundos (como pedir maior contribuição aos funcionários), mas Sebastião não tinha de pensar no assunto. Hoje em dia, no entanto, quase todos os fundos de pensão das empresas, principalmente para os novos funcionários como o João Pedro, são do tipo “contribuição definida”. Nesse modelo, o funcionário é quem define com quanto vai contribuir e também como quer que seu dinheiro seja investido (mais ou menos risco). Quanto ele terá de aposentadoria lá na frente só o tempo dirá, e dependerá muito das suas decisões. Quanto maior a fatia investida, maior a renda futura. Quanto maior o percentual investido em renda variável quando jovem, muito provavelmente maior a renda futura.

Nesse cenário, uma conclusão é óbvia. Não ser educado financeiramente nos dias de hoje é muito mais grave do que há 50 anos. Imaginar a vida que os jovens de hoje, sem educação financeira, terão quando tiverem de parar de trabalhar é profundamente preocupante. Precisamos agir, educando financeiramente as pessoas de maneira inteligente. Esse é um enorme desafio em um país com qualidade educacional tão baixa. Como levar a população a tomar boas decisões financeiras? É urgente pensar sobre isso. 

Essa é uma preocupação também fora do país. Economistas das grandes universidades americanas e europeias estão pensando muito no assunto. O Nobel de Economia de 2017 foi dado para um deles, o professor Richard Thaler. Ele bolou formas inteligentes para fazer as pessoas pouparem mais. Falamos sobre uma delas no texto da semana passada. A economista Annamaria Lusardi é outro nome importante da área. Seu livro Overcoming the Saving Slump traz um compilado de textos de ótimos autores sobre o tema. 

Aqui no Por Quê? estamos muito ligados nessa questão. Na nossa renovada plataforma, www.porque.com.br, ações que ajudem as pessoas a tomarem boas decisões financeiras estão com um destaque importante. Vamos lá. Esse é um trabalho para muitas mãos e cabeças.


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