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Filhos de mais atenciosos vão melhor na escola?

Nas últimas décadas o Brasil fez importantes avanços na educação. Hoje, quase todas as crianças em idade escolar se encontram na escola. Mas há ainda problemas sérios com a qualidade do ensino. Em testes padronizados internacionais, alunos brasileiros vão muito mal na comparação com seus pares de outros países. São frequentes os relatos sobre pessoas que concluem o ensino médio com enormes dificuldades em realizar operações matemáticas básicas e em interpretar textos.

Mudar essa realidade não é responsabilidade apenas de governos. A atuação dos pais é também crucial. Um texto recente da página parceira Meu Bolso em Dia, publicado pelo Por Quê?, lista uma série de atitudes que os pais poderiam adotar para melhorar o aproveitamento de seus filhos: conversar com eles sobre eventuais dificuldades de aprendizado, cobrar que não “cabulem” aulas, não cheguem atrasados, entreguem suas tarefas etc - clique aqui para acessar o conteúdo.

Políticas públicas podem atuar nessa dimensão, ressaltando aos pais a importância de participarem da vida escolar de seus filhos. Essas intervenções são relativamente baratas, especialmente com os avanços tecnológicos que ocorreram nas últimas décadas. Hoje, quase todo mundo tem um aparelho celular, podendo receber rapidamente mensagens da escola de seus filhos.

Recente artigo acadêmico de Nina Cunha e coautores realiza e avalia um experimento com crianças do 9.º ano do Ensino Fundamental da rede pública do estado de São Paulo.  Para um conjunto de alunos, pais passaram a receber mensagens de SMS periódicas, com informações sobre a frequência de seus filhos na escola – na linguagem de análise empírica, esse é o “grupo de tratamento”. Outro conjunto foi constituído por alunos cujos pais não receberam mensagem – o “grupo de controle”. A escolha de que alunos e escolas seriam selecionados em cada grupo foi feita por sorteio - veja aqui o artigo completo neste link um texto da autora sobre o estudo, no blog do Banco Mundial.

Os autores encontram resultados bastante animadores. Alunos no grupo de tratamento apresentaram, em média, aumentos significativos na frequência escolar e no desempenho (em termos de notas), em comparação ao grupo de controle. Trata-se de evidência de que o programa teve efeitos positivos nessas dimensões.

Há outros resultados interessantes. Após a intervenção, realizaram-se entrevistas com pais e alunos envolvidos na pesquisa. Encontra-se evidência de que os pais “tratados” (em relação aos não tratados) passaram a conversar mais com os filhos sobre a escola, a incentivar o estudo e a ter mais esperança de que seus filhos cheguem à universidade. E que as crianças “tratadas” começaram a se engajar em atividades acadêmicas e a ler com maior frequência.

Para entender os mecanismos por trás do efeito estimado, os autores consideram dois tipos de tratamento: em um deles, os pais recebem mensagens de SMS com informações específicas sobre a frequência escolar (por exemplo, seu filho faltou X vezes nas últimas 3 semanas); no outro, as mensagens apenas chamam atenção para a importância de que o aluno não falte.

Os resultados são muito semelhantes nos dois casos. Isso indica que simplesmente salientar a importância da assiduidade já é suficiente para mudar a atitude dos pais, afetando positivamente o desempenho das crianças na escola.

 

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Filhos de pais atenciosos vão melhor na escola?

Filhos de mais atenciosos vão melhor na escola? Nas últimas décadas o Brasil fez importantes avanços na educação. Hoje, quase todas as crianças em idade escolar se encontram na escola. Mas há ainda problemas sérios com a qualidade do ensino. Em testes padronizados internacionais, alunos brasileiros vão muito mal na comparação com seus pares de outros países. São frequentes os relatos sobre pessoas que concluem o ensino médio com enormes dificuldades em realizar operações matemáticas básicas e em interpretar textos. Mudar essa realidade não é responsabilidade apenas de governos. A atuação dos pais é também crucial. Um texto recente da página parceira Meu Bolso em Dia, publicado pelo Por Quê?, lista uma série de atitudes que os pais poderiam adotar para melhorar o aproveitamento de seus filhos: conversar com eles sobre eventuais dificuldades de aprendizado, cobrar que não “cabulem” aulas, não cheguem atrasados, entreguem suas tarefas etc - clique aqui para acessar o conteúdo. Políticas públicas podem atuar nessa dimensão, ressaltando aos pais a importância de participarem da vida escolar de seus filhos. Essas intervenções são relativamente baratas, especialmente com os avanços tecnológicos que ocorreram nas últimas décadas. Hoje, quase todo mundo tem um aparelho celular, podendo receber rapidamente mensagens da escola de seus filhos. Recente artigo acadêmico de Nina Cunha e coautores realiza e avalia um experimento com crianças do 9.º ano do Ensino Fundamental da rede pública do estado de São Paulo.  Para um conjunto de alunos, pais passaram a receber mensagens de SMS periódicas, com informações sobre a frequência de seus filhos na escola – na linguagem de análise empírica, esse é o “grupo de tratamento”. Outro conjunto foi constituído por alunos cujos pais não receberam mensagem – o “grupo de controle”. A escolha de que alunos e escolas seriam selecionados em cada grupo foi feita por sorteio - veja aqui o artigo completo neste link um texto da autora sobre o estudo, no blog do Banco Mundial. Os autores encontram resultados bastante animadores. Alunos no grupo de tratamento apresentaram, em média, aumentos significativos na frequência escolar e no desempenho (em termos de notas), em comparação ao grupo de controle. Trata-se de evidência de que o programa teve efeitos positivos nessas dimensões. Há outros resultados interessantes. Após a intervenção, realizaram-se entrevistas com pais e alunos envolvidos na pesquisa. Encontra-se evidência de que os pais “tratados” (em relação aos não tratados) passaram a conversar mais com os filhos sobre a escola, a incentivar o estudo e a ter mais esperança de que seus filhos cheguem à universidade. E que as crianças “tratadas” começaram a se engajar em atividades acadêmicas e a ler com maior frequência. Para entender os mecanismos por trás do efeito estimado, os autores consideram dois tipos de tratamento: em um deles, os pais recebem mensagens de SMS com informações específicas sobre a frequência escolar (por exemplo, seu filho faltou X vezes nas últimas 3 semanas); no outro, as mensagens apenas chamam atenção para a importância de que o aluno não falte. Os resultados são muito semelhantes nos dois casos. Isso indica que simplesmente salientar a importância da assiduidade já é suficiente para mudar a atitude dos pais, afetando positivamente o desempenho das crianças na escola.   Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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