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Das estratégias conhecidas, a que segue o “momentum” dos preços é provavelmente a que apresenta melhores resultados. A estratégia consiste em comprar as empresas que mais subiram nos últimos 12 meses e vender as que mais caíram nesse mesmo período. Trata-se, portanto, de uma estratégia “long-short”, em que se busca lucrar com a tendência dos preços.

No Brasil, essa estratégia rendeu algo em torno de 14% ao ano nos últimos dez anos; esse número não leva em consideração custos de operação, mas mesmo assim é um resultado expressivo.

Outras estratégias, como por exemplo a que envolve comprar empresas baratas (também conhecida como value investing), não chegam perto dessa rentabilidade.

Há algumas explicações para o momentum, mas nenhuma delas parece explicar completamente o fenômeno. Uma explicação de cunho comportamental diz que se trata de uma reação tardia dos preços às notícias. Isso acontece, por exemplo, quando os investidores tendem a realizar ganhos rapidamente – e, portanto, acabam exercendo pressão negativa sobre os preços após notícias positivas, o que faz com que o preço demore mais para subir – mas continuam posicionados quando perdem – aqui, deixam de exercer pressão negativa sobre os preços após notícias ruins, o que faz com que o preço demore mais a cair. Esse comportamento assimétrico com relação a ganhos e perdas já foi bem documentado pela literatura comportamental e leva o nome “disposition effect”.

Outra explicação tem a ver com o fluxo de recursos para fundos de ações. Os investidores inferem a habilidade do gestor de um fundo olhando para a sua performance passada. Os fundos que foram bem são vistos como bons fundos e, portanto, acabam recebendo mais recursos dos investidores. Isso faz com que os gestores desses fundos coloquem mais dinheiro na sua carteira de empresas, provocando um momentum positivo nos preços dessas empresas. O inverso acontece com os fundos que foram mal; como são vistos como fundos ruins, os investidores retiram dinheiro dele, o que faz com que os gestores vendam ações, causando momentum negativo.

Uma peculiaridade da estratégia de momento é que às vezes ela passa “crashes”, isto é, fortes correções em um curto espaço de tempo. Na Bolsa americana, grandes correções aconteceram entre julho e agosto de 1932, e entre março e maio de 2009. Nesses casos, a correção vir das empresas perdedoras, que em pouco tempo se valorizam. Aqui no Brasil, tivemos uma forte correção nos primeiros três meses de 2016 (Veja aqui). 

Nesta semana, o mercado presenciou uma queda forte na estratégia momentum após sinais positivos vindos de notícias sobre a eficácia de um das vacinas contra o coronavírus. Será que esse movimento foi um anúncio de um novo momentum crash? Em breve saberemos.


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Momentum crashes

Das estratégias conhecidas, a que segue o “momentum” dos preços é provavelmente a que apresenta melhores resultados. A estratégia consiste em comprar as empresas que mais subiram nos últimos 12 meses e vender as que mais caíram nesse mesmo período. Trata-se, portanto, de uma estratégia “long-short”, em que se busca lucrar com a tendência dos preços.

No Brasil, essa estratégia rendeu algo em torno de 14% ao ano nos últimos dez anos; esse número não leva em consideração custos de operação, mas mesmo assim é um resultado expressivo.

Outras estratégias, como por exemplo a que envolve comprar empresas baratas (também conhecida como value investing), não chegam perto dessa rentabilidade.

Há algumas explicações para o momentum, mas nenhuma delas parece explicar completamente o fenômeno. Uma explicação de cunho comportamental diz que se trata de uma reação tardia dos preços às notícias. Isso acontece, por exemplo, quando os investidores tendem a realizar ganhos rapidamente – e, portanto, acabam exercendo pressão negativa sobre os preços após notícias positivas, o que faz com que o preço demore mais para subir – mas continuam posicionados quando perdem – aqui, deixam de exercer pressão negativa sobre os preços após notícias ruins, o que faz com que o preço demore mais a cair. Esse comportamento assimétrico com relação a ganhos e perdas já foi bem documentado pela literatura comportamental e leva o nome “disposition effect”.

Outra explicação tem a ver com o fluxo de recursos para fundos de ações. Os investidores inferem a habilidade do gestor de um fundo olhando para a sua performance passada. Os fundos que foram bem são vistos como bons fundos e, portanto, acabam recebendo mais recursos dos investidores. Isso faz com que os gestores desses fundos coloquem mais dinheiro na sua carteira de empresas, provocando um momentum positivo nos preços dessas empresas. O inverso acontece com os fundos que foram mal; como são vistos como fundos ruins, os investidores retiram dinheiro dele, o que faz com que os gestores vendam ações, causando momentum negativo.

Uma peculiaridade da estratégia de momento é que às vezes ela passa “crashes”, isto é, fortes correções em um curto espaço de tempo. Na Bolsa americana, grandes correções aconteceram entre julho e agosto de 1932, e entre março e maio de 2009. Nesses casos, a correção vir das empresas perdedoras, que em pouco tempo se valorizam. Aqui no Brasil, tivemos uma forte correção nos primeiros três meses de 2016 (Veja aqui). 

Nesta semana, o mercado presenciou uma queda forte na estratégia momentum após sinais positivos vindos de notícias sobre a eficácia de um das vacinas contra o coronavírus. Será que esse movimento foi um anúncio de um novo momentum crash? Em breve saberemos.


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