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A velocidade com que o coronavírus se espalhou pelo mundo impressiona. O primeiro registro do vírus de que se tem notícia é de 17 de novembro de 2019, na província de Wuhan, no interior da China, a 1.150 quilômetros da capital Pequim. Em menos de quatro meses, no dia 15 de março de 2020, surge o primeiro registro de uma pessoa infectada pelo vírus em Ushuaia, na província da Terra do Fogo, Argentina, a 3.038 quilômetros da capital Buenos Aires. Em apenas quatro meses o vírus chegou na outra ponta do globo!

A velocidade do impacto sobre as bolsas mundiais foi igualmente impressionante. Em apenas 22 dias, o índice SP500 caiu mais de 30% a partir do pico no dia 19 de fevereiro, uma queda sem precedentes. A crise do subprime, por exemplo, demorou 250 dias para derrubar o índice SP500 em 30% desde o pico no dia 7 de outubro de 2007. Apenas durante a grande crise de 1929 tivemos quedas parecidas na Bolsa americana, mas nunca tão rápido.

Dois aspectos parecem explicar a velocidade do impacto causado pelo vírus. O primeiro, obviamente, tem a ver com a eficácia do vírus em permanecer ativo entre um hospedeiro e o seguinte. O segundo, é reflexo de um mundo globalizado e conectado. 

Em 2002, a China presenciou os efeitos de outro coronavírus que também causava complicações respiratórias, o SARS. O vírus, que também surgiu em novembro, mas na província de Guangdong, se espalhou para quase 30 países e infectou ao todo 8 mil pessoas até julho de 2013. Em contraste, o causador da covid-19, seu primo mais novo, já infectou mais de 3,5 milhões de pessoas em um período menor.

Parte da explicação está na posição que a China ocupa na economia mundial. Em 2002 a China era a sexta maior economia do mundo, mas em 2020 é a segunda economia do mundo e a principal exportadora de insumos e produtos industrializados do mundo. Assim como produtos e serviços chineses são enviados e contratados em vários cantos do mundo, a circulação de pessoas para a China também aumentou significativamente. De fato, as regiões com vínculos econômicos mais relevantes com a China foram as primeiras a sentir o impacto do vírus – veja o caso do norte da Itália e seu vínculo com a indústria têxtil chinesa.

Membros de vários setores da economia e políticos começam a enxergar a dependência dos produtos chineses como um problema. Nos últimos anos, a guerra tarifária e a disputa entre Estados Unidos e China sobre a tecnologia 5G ganharam o noticiário. No momento, é difícil imaginar o que vai acontecer. No entanto, a história já mostrou que choques dessa magnitude podem levar a mudanças de curso importantes. Os próximos capítulos prometem.

COLUNA PUBLICADA NA FOLHA DE SÃO PAULO

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Mundo globalizado

A velocidade com que o coronavírus se espalhou pelo mundo impressiona. O primeiro registro do vírus de que se tem notícia é de 17 de novembro de 2019, na província de Wuhan, no interior da China, a 1.150 quilômetros da capital Pequim. Em menos de quatro meses, no dia 15 de março de 2020, surge o primeiro registro de uma pessoa infectada pelo vírus em Ushuaia, na província da Terra do Fogo, Argentina, a 3.038 quilômetros da capital Buenos Aires. Em apenas quatro meses o vírus chegou na outra ponta do globo!

A velocidade do impacto sobre as bolsas mundiais foi igualmente impressionante. Em apenas 22 dias, o índice SP500 caiu mais de 30% a partir do pico no dia 19 de fevereiro, uma queda sem precedentes. A crise do subprime, por exemplo, demorou 250 dias para derrubar o índice SP500 em 30% desde o pico no dia 7 de outubro de 2007. Apenas durante a grande crise de 1929 tivemos quedas parecidas na Bolsa americana, mas nunca tão rápido.

Dois aspectos parecem explicar a velocidade do impacto causado pelo vírus. O primeiro, obviamente, tem a ver com a eficácia do vírus em permanecer ativo entre um hospedeiro e o seguinte. O segundo, é reflexo de um mundo globalizado e conectado. 

Em 2002, a China presenciou os efeitos de outro coronavírus que também causava complicações respiratórias, o SARS. O vírus, que também surgiu em novembro, mas na província de Guangdong, se espalhou para quase 30 países e infectou ao todo 8 mil pessoas até julho de 2013. Em contraste, o causador da covid-19, seu primo mais novo, já infectou mais de 3,5 milhões de pessoas em um período menor.

Parte da explicação está na posição que a China ocupa na economia mundial. Em 2002 a China era a sexta maior economia do mundo, mas em 2020 é a segunda economia do mundo e a principal exportadora de insumos e produtos industrializados do mundo. Assim como produtos e serviços chineses são enviados e contratados em vários cantos do mundo, a circulação de pessoas para a China também aumentou significativamente. De fato, as regiões com vínculos econômicos mais relevantes com a China foram as primeiras a sentir o impacto do vírus – veja o caso do norte da Itália e seu vínculo com a indústria têxtil chinesa.

Membros de vários setores da economia e políticos começam a enxergar a dependência dos produtos chineses como um problema. Nos últimos anos, a guerra tarifária e a disputa entre Estados Unidos e China sobre a tecnologia 5G ganharam o noticiário. No momento, é difícil imaginar o que vai acontecer. No entanto, a história já mostrou que choques dessa magnitude podem levar a mudanças de curso importantes. Os próximos capítulos prometem.

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