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No primeiro semestre deste ano, o Brasil foi paralisado pela greve dos caminhoneiros. Entre as reivindicações estava a adoção uma tabela de preços mínimos para o frete, além da redução do preço do diesel. Assim, caminhoneiros autônomos poderiam trazer mais dinheiro para casa depois de longas e árduas jornadas.



Frente ao caos nas estradas, o governo cedeu às demandas dos grevistas. Reduziu-se a taxação sobre o diesel – a um alto custo para o Tesouro – e adotou-se uma tabela de preços mínimos para o frete – sim, congelamento de preços.

A segunda medida é particularmente controversa: o frete é um componente de custo significativo para vários produtos, inclusive alimentos; se implantada à risca, a tabela de fretes gera um aumento no preço dos alimentos, efeito que prejudica sobretudo os mais pobres.

O Brasil vai parar outra vez?

Nesta manhã de segunda-feira, 10, boletins de notícias dão conta de uma manifestação de caminhoneiros interditando a rodovia Presidente Dutra, no Rio de Janeiro (veja mais). Caminhoneiros autônomos reclamam que a tal tabela do frete não tem sido obedecida. Entidades ligadas ao agronegócio e outros clientes do frete têm recorrido à Justiça para, com liminares, desrespeitarem a medida. Soma-se a isso a natural incapacidade do governo de vigiar todos os contratos de frete estabelecidos diariamente no país. Uma porção significativa de fretes, portanto, acabam sendo remunerados abaixo do piso da tabela – o que, como discutido mais acima, não é de todo mal para o consumidor. Mas, bem, aqui estamos com o problema dos caminhoneiros descontentes de novo pela frente. O problema da insatisfação dos caminhoneiros com a própria renda se deve ao equilíbrio de forças no mercado. Explicamos: se há mais caminhoneiros ofertando trabalho do que frete sendo demandado, a força do mercado pressiona para baixo a renda dos caminhoneiros; para a renda dos caminhoneiros aumentar, portanto, precisamos de uma combinação de mais demanda por frete (por exemplo, se a economia melhorar) e menos oferta de caminhões (por exemplo, se caminhões mais velhos não forem substituídos ou se menos motoristas entrarem na profissão). A “justiça do mercado” é não só cruel, mas implacável. Uma outra greve geral dos caminhoneiros, com as consequências já experimentadas há seis meses, apenas adiará a recuperação da economia, tão necessária para alcançarmos um equilíbrio de mercado mais favorável justamente para os próprios caminhoneiros.  

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Nova greve dos caminhoneiros? Entenda por que o Brasil pode parar outra vez

No primeiro semestre deste ano, o Brasil foi paralisado pela greve dos caminhoneiros. Entre as reivindicações estava a adoção uma tabela de preços mínimos para o frete, além da redução do preço do diesel. Assim, caminhoneiros autônomos poderiam trazer mais dinheiro para casa depois de longas e árduas jornadas. ? Frente ao caos nas estradas, o governo cedeu às demandas dos grevistas. Reduziu-se a taxação sobre o diesel – a um alto custo para o Tesouro – e adotou-se uma tabela de preços mínimos para o frete – sim, congelamento de preços. A segunda medida é particularmente controversa: o frete é um componente de custo significativo para vários produtos, inclusive alimentos; se implantada à risca, a tabela de fretes gera um aumento no preço dos alimentos, efeito que prejudica sobretudo os mais pobres. O Brasil vai parar outra vez? Nesta manhã de segunda-feira, 10, boletins de notícias dão conta de uma manifestação de caminhoneiros interditando a rodovia Presidente Dutra, no Rio de Janeiro (veja mais). Caminhoneiros autônomos reclamam que a tal tabela do frete não tem sido obedecida. Entidades ligadas ao agronegócio e outros clientes do frete têm recorrido à Justiça para, com liminares, desrespeitarem a medida. Soma-se a isso a natural incapacidade do governo de vigiar todos os contratos de frete estabelecidos diariamente no país. Uma porção significativa de fretes, portanto, acabam sendo remunerados abaixo do piso da tabela – o que, como discutido mais acima, não é de todo mal para o consumidor. Mas, bem, aqui estamos com o problema dos caminhoneiros descontentes de novo pela frente. O problema da insatisfação dos caminhoneiros com a própria renda se deve ao equilíbrio de forças no mercado. Explicamos: se há mais caminhoneiros ofertando trabalho do que frete sendo demandado, a força do mercado pressiona para baixo a renda dos caminhoneiros; para a renda dos caminhoneiros aumentar, portanto, precisamos de uma combinação de mais demanda por frete (por exemplo, se a economia melhorar) e menos oferta de caminhões (por exemplo, se caminhões mais velhos não forem substituídos ou se menos motoristas entrarem na profissão). ? A “justiça do mercado” é não só cruel, mas implacável. Uma outra greve geral dos caminhoneiros, com as consequências já experimentadas há seis meses, apenas adiará a recuperação da economia, tão necessária para alcançarmos um equilíbrio de mercado mais favorável justamente para os próprios caminhoneiros.   Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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