Uma plataforma que vai te ajudar a entender um pouco mais de economia.

							

A Caixa anunciou um nova linha de financiamento imobiliário com juros bem mais baixos, mas cujas parcelas serão corrigidas de acordo com a inflação. Nos contratos atuais, as taxas de juros variam entre 8,5% e 9,75% ao ano, mais a taxa referencial (TR), que hoje é igual a zero. Assim, o tomador de empréstimo acaba, na prática, pagando uma taxa fixa.

Na nova modalidade, os juros ficariam entre 2,95% e 4,95% ao ano, mais a inflação medida pelo IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo, principal medida de inflação brasileira, e que embasa as decisões de política monetária do Banco Central. 

Hoje, com uma taxa de inflação na casa dos 3,5% (meta do Banco Central para 2022), os juros da nova modalidade ficariam em torno de 6,5% a 8,5%. Mais baixos, assim, do que os do financiamento atual com juros fixos.

Mas essa vantagem não vem sem custos para o tomador de empréstimo. Na verdade, ao indexar o juro à inflação, o financiamento diminui o risco do banco, o que lhe permite cobrar juros mais baixos. Parte desse risco é repassado para o tomador do empréstimo.

Na modalidade atual, com taxas fixas, se a inflação dá uma espichada, o valor real (ou seja, em termos de poder de compra) dos juros pagos diminui. Isso é bom para o tomador de empréstimo, mas é uma roubada para quem empresta o dinheiro. A taxa mais alta desses contratos incorpora em parte esse risco para o banco.

Você pode pensar que as coisas estão mais controladas em termos de inflação no Brasil, e que isso não deveria fazer muita diferença. Mas lembre-se de que aqui estamos falando de contratos superlongos, como os de 30 anos. Não dá para ignorar esse risco em um horizonte dessa dimensão.

Na nova modalidade, com os juros acompanhando a inflação, esse risco de uma subida na inflação diminui para o banco, que consegue assim cobrar uma taxa mais baixa.

Entretanto, quem passa a se defrontar com o risco é o tomador. Por isso é importante pensar duas vezes antes de utilizar essa linha de crédito. Se a inflação sobe inesperadamente (e seu rendimento não é corrigido de imediato), você terá uma conta mais alta para pagar. Na modalidade antiga isso não acontece porque a taxa é fixa.

Como diz o velho mantra dos economistas, não há almoço grátis.


Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?clique aqui e assine a nossa Newsletter.


Siga a gente no Facebook e Twitter!
Inscreva-se no nosso canal no YouTube!
Curta as nossas fotos no Instagram!


Nova linha de financiamento imobiliário: taxas mais baixas, porém risco mais alto

A Caixa anunciou um nova linha de financiamento imobiliário com juros bem mais baixos, mas cujas parcelas serão corrigidas de acordo com a inflação. Nos contratos atuais, as taxas de juros variam entre 8,5% e 9,75% ao ano, mais a taxa referencial (TR), que hoje é igual a zero. Assim, o tomador de empréstimo acaba, na prática, pagando uma taxa fixa.

Na nova modalidade, os juros ficariam entre 2,95% e 4,95% ao ano, mais a inflação medida pelo IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo, principal medida de inflação brasileira, e que embasa as decisões de política monetária do Banco Central. 

Hoje, com uma taxa de inflação na casa dos 3,5% (meta do Banco Central para 2022), os juros da nova modalidade ficariam em torno de 6,5% a 8,5%. Mais baixos, assim, do que os do financiamento atual com juros fixos.

Mas essa vantagem não vem sem custos para o tomador de empréstimo. Na verdade, ao indexar o juro à inflação, o financiamento diminui o risco do banco, o que lhe permite cobrar juros mais baixos. Parte desse risco é repassado para o tomador do empréstimo.

Na modalidade atual, com taxas fixas, se a inflação dá uma espichada, o valor real (ou seja, em termos de poder de compra) dos juros pagos diminui. Isso é bom para o tomador de empréstimo, mas é uma roubada para quem empresta o dinheiro. A taxa mais alta desses contratos incorpora em parte esse risco para o banco.

Você pode pensar que as coisas estão mais controladas em termos de inflação no Brasil, e que isso não deveria fazer muita diferença. Mas lembre-se de que aqui estamos falando de contratos superlongos, como os de 30 anos. Não dá para ignorar esse risco em um horizonte dessa dimensão.

Na nova modalidade, com os juros acompanhando a inflação, esse risco de uma subida na inflação diminui para o banco, que consegue assim cobrar uma taxa mais baixa.

Entretanto, quem passa a se defrontar com o risco é o tomador. Por isso é importante pensar duas vezes antes de utilizar essa linha de crédito. Se a inflação sobe inesperadamente (e seu rendimento não é corrigido de imediato), você terá uma conta mais alta para pagar. Na modalidade antiga isso não acontece porque a taxa é fixa.

Como diz o velho mantra dos economistas, não há almoço grátis.


Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?clique aqui e assine a nossa Newsletter.

Siga a gente no Facebook e Twitter!
Inscreva-se no nosso canal no YouTube!
Curta as nossas fotos no Instagram!

O que você achou desse texto?

*Não é necessário cadastro.

Avaliação de quem leu:

Avalie esse texto Não é necessário cadastro

A plataforma Por Quê?Economês em bom português nasceu em 2015, com o objetivo de explicar conceitos básicos de economia e tornar o noticiário econômico acessível ao público não especializado. Acreditamos que o raciocínio econômico é essencial para a compreensão da realidade que nos cerca.

Iniciativa

Bei editora
Usamos cookies por vários motivos, como manter o site do PQ? confiável ​​e seguro, personalizar conteúdo e anúncios,
fornecer recursos de mídia social e analisar como o site é usado. Para maiores informações veja nossa Política de Privacidade.