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Segundo alguns de seus defensores, o BNDES seria fundamental para o desenvolvimento do país. Sem ele, não haveria financiamento de longo prazo, nossas empresas não teriam como investir e projetos de infraestrutura não sairiam do papel. Assim, sem o BNDES o Brasil seria fadado ao subdesenvolvimento, com estradas esburacadas e indústrias mal equipadas.

É um argumento convincente à primeira vista. Afinal, quem pode ser contra o desenvolvimento?

No entanto, esse argumento se baseia em uma combinação de mentiras e equívocos.

O BNDES não é necessário para o financiamento de longo prazo.

O mercado também pode financiar infraestrutura. Isso ficou demonstrado na experiência recente em que o encolhimento do BNDES abriu espaço para fontes privadas de financiamento – veja a notícia veiculada pelo Estadão.

Empresas inovadoras podem buscar capital de risco com fundos privados (venture capital) ou por meio da emissão de ações. O BNDES é irrelevante como alavanca para o desenvolvimento do setor privado. Basta ver as empresas do Vale do Silício, nos Estados Unidos, que conseguem existir sem financiamento estatal.

O BNDES, na prática, tem sido daninho para o desenvolvimento do país. 

Ele ocupa o espaço do setor privado e não permite o desenvolvimento orgânico de um mercado de capitais. É exatamente porque os Estados Unidos, por exemplo, não têm um megabanco de desenvolvimento como o BNDES que lá existem tantas opções de financiamento para empresas inovadoras.

O BNDES desencoraja pequenas e médias empresas porque seu DNA é pró grandes empresas, que são subsidiadas e entram na corrida com uma vantagem adicional.

Mas para que então o BNDES realmente serve?

A existência do BNDES empodera políticos. Um banco de desenvolvimento estatal que empresta a juros subsidiados e investe em ações de empresas privadas tem o poder de determinar quem são os vencedores do capitalismo nacional. São os políticos que nomeiam direta ou indiretamente a diretoria do BNDES e os setores que vão receber recursos do banco. Em vez de o mercado alocar recursos para as firmas inovadoras ou para aquelas que obtêm maiores ganhos de produtividade, os recursos financeiros são sugados por empresários conectados a políticos.

Não é à toa que o capitalismo brasileiro não gera empresas inovadoras competitivas globalmente. Nosso arranjo foi desenhado para proteger interesses que enriquecem dentro de nosso quintal e valentões de jardim de infância anabolizados pelo BNDES  que, se não fossem protegidos por políticos, não sobreviveriam no pátio com as crianças maiores.

Como podemos mudar isso?

O mais importante passo já foi dado. Com a MP 777, o BNDES perdeu alguns instrumentos para transferir recursos subsidiados para grandes empresas.

Muitos esperneiam, de políticos a funcionários que sabem muito bem que recebem salários mais altos do que merecem, e temem pelos seus ganhos se o banco perder importância.  Sem o poder de distribuir subsídios, o BNDES naturalmente vai encolher e o dano que provoca à economia brasileira vai ser reduzido.

Quem sabe até consigamos encontrar um uso para essa relíquia?

 

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O Brasil precisa do BNDES?

Segundo alguns de seus defensores, o BNDES seria fundamental para o desenvolvimento do país. Sem ele, não haveria financiamento de longo prazo, nossas empresas não teriam como investir e projetos de infraestrutura não sairiam do papel. Assim, sem o BNDES o Brasil seria fadado ao subdesenvolvimento, com estradas esburacadas e indústrias mal equipadas. É um argumento convincente à primeira vista. Afinal, quem pode ser contra o desenvolvimento? No entanto, esse argumento se baseia em uma combinação de mentiras e equívocos. O BNDES não é necessário para o financiamento de longo prazo. O mercado também pode financiar infraestrutura. Isso ficou demonstrado na experiência recente em que o encolhimento do BNDES abriu espaço para fontes privadas de financiamento – veja a notícia veiculada pelo Estadão. Empresas inovadoras podem buscar capital de risco com fundos privados (venture capital) ou por meio da emissão de ações. O BNDES é irrelevante como alavanca para o desenvolvimento do setor privado. Basta ver as empresas do Vale do Silício, nos Estados Unidos, que conseguem existir sem financiamento estatal. O BNDES, na prática, tem sido daninho para o desenvolvimento do país. Ele ocupa o espaço do setor privado e não permite o desenvolvimento orgânico de um mercado de capitais. É exatamente porque os Estados Unidos, por exemplo, não têm um megabanco de desenvolvimento como o BNDES que lá existem tantas opções de financiamento para empresas inovadoras. O BNDES desencoraja pequenas e médias empresas porque seu DNA é pró grandes empresas, que são subsidiadas e entram na corrida com uma vantagem adicional. Mas para que então o BNDES realmente serve? A existência do BNDES empodera políticos. Um banco de desenvolvimento estatal que empresta a juros subsidiados e investe em ações de empresas privadas tem o poder de determinar quem são os vencedores do capitalismo nacional. São os políticos que nomeiam direta ou indiretamente a diretoria do BNDES e os setores que vão receber recursos do banco. Em vez de o mercado alocar recursos para as firmas inovadoras ou para aquelas que obtêm maiores ganhos de produtividade, os recursos financeiros são sugados por empresários conectados a políticos. Não é à toa que o capitalismo brasileiro não gera empresas inovadoras competitivas globalmente. Nosso arranjo foi desenhado para proteger interesses que enriquecem dentro de nosso quintal e valentões de jardim de infância anabolizados pelo BNDES  que, se não fossem protegidos por políticos, não sobreviveriam no pátio com as crianças maiores. Como podemos mudar isso? O mais importante passo já foi dado. Com a MP 777, o BNDES perdeu alguns instrumentos para transferir recursos subsidiados para grandes empresas. Muitos esperneiam, de políticos a funcionários que sabem muito bem que recebem salários mais altos do que merecem, e temem pelos seus ganhos se o banco perder importância.  Sem o poder de distribuir subsídios, o BNDES naturalmente vai encolher e o dano que provoca à economia brasileira vai ser reduzido. Quem sabe até consigamos encontrar um uso para essa relíquia?   Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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