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O provável espalhamento do conflito no Oriente Médio terá consequências terríveis principalmente para os países envolvidos – em termos de vidas perdidas, pessoas feridas, destruição da capacidade produtiva, e deslocamento de recursos que teriam usos alternativos para fins militares. Mas há implicações negativas para países que estão distantes da região, como o Brasil.


Em momentos complicados como esse, investidores do mundo todo tendem a correr para alternativas mais seguras. Isso envolve tirar dinheiro de países em desenvolvimento (cujos ativos envolvem mais risco) para colocá-lo em países desenvolvidos. Ou seja, abre-se mão de um retorno mais alto (que investimentos de países emergentes tendem a pagar), para garantir uma maior segurança.


O resultado é um fortalecimento das moedas de países mais ricos – principalmente o dólar. Um dólar mais caro, por outro lado, eleva os preços de produtos ligados ao comércio internacional. O efeito sobre produtos importados é mais direto: se o preço em dólares está constante, mas o dólar ficou mais caro, o preço em reais sobe.

Podemos dizer o mesmo sobre o preço dos insumos importados que empresas nacionais compram. Esse aumento acaba repassado para os produtos finais, o que contribui também para elevar o custo de vida.

Mas há também um efeito sobre itens que o país exporta. Com o dólar mais forte, o exportador ganha mais vendendo seu produto lá fora. Isso tende a reduzir a disponibilidade do produto no país, impulsionando seus preços.
Assim, alguns produtos ficam mais caros, elevando o custo de vida. Joga contra o processo de desinflação que estamos vivenciando nos últimos meses. A inflação deve continuar caindo, mas a um ritmo mais lento.

A inflação mais resistente, junto com uma preferência por ativos mais seguros, pode ainda dificultar o ímpeto do Banco Central em baixar as taxas de juros. A própria instituição reconhece que a taxa de juros está elevada em comparação com seu nível de longo prazo, e que está aos poucos trazendo-a para este patamar. O cenário externo desafiador (copiando a expressão do Copom) deve fazer com esta convergência fique mais lenta.

No final de 2023, por ocasião dos ataques do Hamas, comentamos que esses efeitos não haviam se materializado pois o conflito parecia restrito a Israel e Palestina. Desta vez é diferente.


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O que a escalada na tensão no Oriente Médio significa para a economia brasileira?

O provável espalhamento do conflito no Oriente Médio terá consequências terríveis principalmente para os países envolvidos – em termos de vidas perdidas, pessoas feridas, destruição da capacidade produtiva, e deslocamento de recursos que teriam usos alternativos para fins militares. Mas há implicações negativas para países que estão distantes da região, como o Brasil.




Em momentos complicados como esse, investidores do mundo todo tendem a correr para alternativas mais seguras. Isso envolve tirar dinheiro de países em desenvolvimento (cujos ativos envolvem mais risco) para colocá-lo em países desenvolvidos. Ou seja, abre-se mão de um retorno mais alto (que investimentos de países emergentes tendem a pagar), para garantir uma maior segurança.


O resultado é um fortalecimento das moedas de países mais ricos – principalmente o dólar. Um dólar mais caro, por outro lado, eleva os preços de produtos ligados ao comércio internacional. O efeito sobre produtos importados é mais direto: se o preço em dólares está constante, mas o dólar ficou mais caro, o preço em reais sobe.

Podemos dizer o mesmo sobre o preço dos insumos importados que empresas nacionais compram. Esse aumento acaba repassado para os produtos finais, o que contribui também para elevar o custo de vida.

Mas há também um efeito sobre itens que o país exporta. Com o dólar mais forte, o exportador ganha mais vendendo seu produto lá fora. Isso tende a reduzir a disponibilidade do produto no país, impulsionando seus preços.
Assim, alguns produtos ficam mais caros, elevando o custo de vida. Joga contra o processo de desinflação que estamos vivenciando nos últimos meses. A inflação deve continuar caindo, mas a um ritmo mais lento.

A inflação mais resistente, junto com uma preferência por ativos mais seguros, pode ainda dificultar o ímpeto do Banco Central em baixar as taxas de juros. A própria instituição reconhece que a taxa de juros está elevada em comparação com seu nível de longo prazo, e que está aos poucos trazendo-a para este patamar. O cenário externo desafiador (copiando a expressão do Copom) deve fazer com esta convergência fique mais lenta.

No final de 2023, por ocasião dos ataques do Hamas, comentamos que esses efeitos não haviam se materializado pois o conflito parecia restrito a Israel e Palestina. Desta vez é diferente.


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