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A revista britânica The Economist fez uma matéria interessante sobre o valor do uso amplo de máscaras durante a pandemia. A prática poderia deter a expansão do vírus, diminuindo a necessidade de quarentenas e lockdowns – e, consequentemente, parte do custo econômico que daí decorre.

A implicação é que governos deveriam incentivar o uso de máscaras – subsidiando-as, distribuindo-as gratuitamente, ou punindo quem não as utiliza em público (por exemplo, com multas).

Mas se o valor da máscara é tão alto, porque precisamos do governo se metendo nessa situação? Por que os indivíduos não perceberiam por si próprios esses benefícios (que comparados ao custo da máscara parecem enormes)?

Porque aqui temos um caso claro de externalidade positiva. Quando eu uso a máscara, diminuo não apenas as minhas chances de pegar a doença, mas também de transmiti-la para outra pessoa. Essa segunda parte não é um benefício privado, mas social. E, em geral, as pessoas levam em consideração apenas a parte privada em sua tomada de decisão.

Nesse sentido, na ausência de intervenção do governo, o uso de máscaras tende a ser mais baixo do que aquele que é melhor para a sociedade como um todo. Políticas públicas podem, assim, ajudar a alinhar os benefícios privados de cada pessoa com os da sociedade.

Distribuir máscaras de graça ajuda nessa dimensão. Multas para quem anda sem máscara também incentivam seu uso. Entretanto, é difícil e custoso fazer a detecção – o governo tem que mandar uma porção de fiscais por aí, no meio da pandemia, para ver se as pessoas estão usando as máscaras corretamente, distribuir multas para quem viola a lei, cobrar de quem não paga essas multas...

Além disso, a disposição das pessoas a cooperar pode diminuir quando se defrontam com punições. E aqui temos essencialmente um problema de cooperação: todo mundo usa máscara para diminuir a difusão do vírus – algo que beneficia a sociedade de maneira geral.

Campanhas de conscientização podem ser bem efetivas. Mensagens unificadas de nossos líderes, ressaltando a importância de práticas seguras, apelando para o espírito cívico, são cruciais nesse momento. Elas podem ajudar a induzir um comportamento mais cooperativo por parte dos indivíduos. Infelizmente, nossa realidade está bem longe disso. 


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O valor social de usar máscaras

A revista britânica The Economist fez uma matéria interessante sobre o valor do uso amplo de máscaras durante a pandemia. A prática poderia deter a expansão do vírus, diminuindo a necessidade de quarentenas e lockdowns – e, consequentemente, parte do custo econômico que daí decorre.

A implicação é que governos deveriam incentivar o uso de máscaras – subsidiando-as, distribuindo-as gratuitamente, ou punindo quem não as utiliza em público (por exemplo, com multas).

Mas se o valor da máscara é tão alto, porque precisamos do governo se metendo nessa situação? Por que os indivíduos não perceberiam por si próprios esses benefícios (que comparados ao custo da máscara parecem enormes)?

Porque aqui temos um caso claro de externalidade positiva. Quando eu uso a máscara, diminuo não apenas as minhas chances de pegar a doença, mas também de transmiti-la para outra pessoa. Essa segunda parte não é um benefício privado, mas social. E, em geral, as pessoas levam em consideração apenas a parte privada em sua tomada de decisão.

Nesse sentido, na ausência de intervenção do governo, o uso de máscaras tende a ser mais baixo do que aquele que é melhor para a sociedade como um todo. Políticas públicas podem, assim, ajudar a alinhar os benefícios privados de cada pessoa com os da sociedade.

Distribuir máscaras de graça ajuda nessa dimensão. Multas para quem anda sem máscara também incentivam seu uso. Entretanto, é difícil e custoso fazer a detecção – o governo tem que mandar uma porção de fiscais por aí, no meio da pandemia, para ver se as pessoas estão usando as máscaras corretamente, distribuir multas para quem viola a lei, cobrar de quem não paga essas multas...

Além disso, a disposição das pessoas a cooperar pode diminuir quando se defrontam com punições. E aqui temos essencialmente um problema de cooperação: todo mundo usa máscara para diminuir a difusão do vírus – algo que beneficia a sociedade de maneira geral.

Campanhas de conscientização podem ser bem efetivas. Mensagens unificadas de nossos líderes, ressaltando a importância de práticas seguras, apelando para o espírito cívico, são cruciais nesse momento. Elas podem ajudar a induzir um comportamento mais cooperativo por parte dos indivíduos. Infelizmente, nossa realidade está bem longe disso. 


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