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Minhas amigas e meus amigos, chegou a hora. O Tribunal de Contas da União (TCU) começa nesta quarta, 7 de outubro, a julgar as pedaladas fiscais praticadas no primeiro governo Dilma. A julgar pelo que andou comentando o ministro Augusto Nardes, relator do caso, a coisa pode apertar para o lado do governo: sua recomendação aos demais ministros é que as contas do governo sejam reprovadas, ou seja, que votem contra a Presidência.

"Pedaladas", "pedaladas"... Só se fala disso. Mas vocês sabem o que são essas tais pedaladas fiscais? E por que o governo anda com tanto medo do julgamento, a ponto de tentar destituir Nardes da relatoria?

As pedaladas são como dribles, mas bem diferentes daqueles do Robinho em sua época de Santos. A ginga de Robinho gerava benefícios claros para o Santos! Mas o benefício das pedaladas fiscais do governo é difícil de conceber...

Descobertas pelo jornal O Estado de S. Paulo em meados de 2014, a manobra, que já vinha sendo aplicada desde 2012, nada mais que atrasou repasses do Tesouro Nacional para bancos públicos e para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Essas instituições são responsáveis por transferir recursos para Bolsa Família e aposentadorias, por exemplo. Ao atrasar repasses, os gastos do governo ficaram artificialmente diminuídos – e esse é o suposto benefício do governo com as pedaladas.

E os bancos e o INSS? “Eles que se virem para pagar as suas obrigações!”, pensou o governo. O importante mesmo era entregar um resultado financeiro que agradasse (enganasse, né?) os mercados e a sociedade.

Em outras palavras, minha gente, essas pedaladas do senhor Arno Augustin, ex-secretário do Tesouro, não passaram de malandragem bem das malandras, desenhada para driblar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Descumprir a lei pode trazer consequências jurídicas incertas. Daí o apelo ao truque, que agora será julgado.

Ao colocar os bancos públicos como fonte de seu próprio financiamento, o governo atacou em cheio o coração da LRF. Mas essa mágica era barata.

Primeiro, os mercados nunca foram realmente enganados. Você pode até tentar mentir em dados do fluxo da dívida. Mas o estoque? A dívida acumulada ao longo do tempo? Aí é mais difícil.

Segundo, era ingenuidade demais achar que o esquema não seria descoberto. O governo contava com a má qualidade das instituições públicas do país. E, então, veio a surpresa: felizmente, as instituições se mostraram mais sólidas do que se supunha.

A acusação agora é potente, pessoal: os bancos públicos e o INSS foram forçados a financiar seu próprio acionista, o governo federal.

Vem chumbo grosso por aí...

Por que as pedaladas podem ser condenadas no TCU?

Minhas amigas e meus amigos, chegou a hora. O Tribunal de Contas da União (TCU) começa nesta quarta, 7 de outubro, a julgar as pedaladas fiscais praticadas no primeiro governo Dilma. A julgar pelo que andou comentando o ministro Augusto Nardes, relator do caso, a coisa pode apertar para o lado do governo: sua recomendação aos demais ministros é que as contas do governo sejam reprovadas, ou seja, que votem contra a Presidência. "Pedaladas", "pedaladas"... Só se fala disso. Mas vocês sabem o que são essas tais pedaladas fiscais? E por que o governo anda com tanto medo do julgamento, a ponto de tentar destituir Nardes da relatoria? As pedaladas são como dribles, mas bem diferentes daqueles do Robinho em sua época de Santos. A ginga de Robinho gerava benefícios claros para o Santos! Mas o benefício das pedaladas fiscais do governo é difícil de conceber... Descobertas pelo jornal O Estado de S. Paulo em meados de 2014, a manobra, que já vinha sendo aplicada desde 2012, nada mais que atrasou repasses do Tesouro Nacional para bancos públicos e para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Essas instituições são responsáveis por transferir recursos para Bolsa Família e aposentadorias, por exemplo. Ao atrasar repasses, os gastos do governo ficaram artificialmente diminuídos – e esse é o suposto benefício do governo com as pedaladas. E os bancos e o INSS? “Eles que se virem para pagar as suas obrigações!”, pensou o governo. O importante mesmo era entregar um resultado financeiro que agradasse (enganasse, né?) os mercados e a sociedade. Em outras palavras, minha gente, essas pedaladas do senhor Arno Augustin, ex-secretário do Tesouro, não passaram de malandragem bem das malandras, desenhada para driblar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Descumprir a lei pode trazer consequências jurídicas incertas. Daí o apelo ao truque, que agora será julgado. Ao colocar os bancos públicos como fonte de seu próprio financiamento, o governo atacou em cheio o coração da LRF. Mas essa mágica era barata. Primeiro, os mercados nunca foram realmente enganados. Você pode até tentar mentir em dados do fluxo da dívida. Mas o estoque? A dívida acumulada ao longo do tempo? Aí é mais difícil. Segundo, era ingenuidade demais achar que o esquema não seria descoberto. O governo contava com a má qualidade das instituições públicas do país. E, então, veio a surpresa: felizmente, as instituições se mostraram mais sólidas do que se supunha. A acusação agora é potente, pessoal: os bancos públicos e o INSS foram forçados a financiar seu próprio acionista, o governo federal. Vem chumbo grosso por aí...
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