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Como se sabe, o Comitê de Política Monetária (Copom) na última semana cortou a Selic em um ponto percentual, levando os juros básicos ao ano da altura dos 11,25% para a dos 10,25%. Foi um corte menor que o esperado pelo mercado financeiro. Semanas antes de o escândalo envolvendo a JBS estourar no colo da Presidência, cresciam as expectativas por uma redução de até 1,5 ponto porcentual.

Um panorama político cheio de solavancos – caso da perspectiva de mais uma mudança na Presidência – leva a maior pessimismo sobre a aprovação de reformas, como a da Previdência. Sem ajustes do tipo, a capacidade de o Estado brasileiro honrar suas obrigações se torna mais incerta; e, consequentemente, investidores cobram mais para financiar o governo e a nossa moeda perde valor, corroída pela inflação.

A obrigação do Copom é controlar os juros (política monetária) de modo que levem a inflação à meta de 4,5% ao ano. Mas se a crise política causar a perda de valor do real, ficará mais difícil atingir esse objetivo em 2018.

A dosagem de redução de juros deve ser recalibrada daqui em diante. Teremos sim juros mais baixos, mas não tanto quanto poderíamos ter. Ou seja, menor estímulo à economia e mais tempo com desemprego alto.

De onde menos esperamos algo de bom, daí que nada de bom vem.

Brasília raramente nos surpreende.

 

Por que a crise política faz a Selic cair menos?

Como se sabe, o Comitê de Política Monetária (Copom) na última semana cortou a Selic em um ponto percentual, levando os juros básicos ao ano da altura dos 11,25% para a dos 10,25%. Foi um corte menor que o esperado pelo mercado financeiro. Semanas antes de o escândalo envolvendo a JBS estourar no colo da Presidência, cresciam as expectativas por uma redução de até 1,5 ponto porcentual. Um panorama político cheio de solavancos – caso da perspectiva de mais uma mudança na Presidência – leva a maior pessimismo sobre a aprovação de reformas, como a da Previdência. Sem ajustes do tipo, a capacidade de o Estado brasileiro honrar suas obrigações se torna mais incerta; e, consequentemente, investidores cobram mais para financiar o governo e a nossa moeda perde valor, corroída pela inflação. A obrigação do Copom é controlar os juros (política monetária) de modo que levem a inflação à meta de 4,5% ao ano. Mas se a crise política causar a perda de valor do real, ficará mais difícil atingir esse objetivo em 2018. A dosagem de redução de juros deve ser recalibrada daqui em diante. Teremos sim juros mais baixos, mas não tanto quanto poderíamos ter. Ou seja, menor estímulo à economia e mais tempo com desemprego alto. De onde menos esperamos algo de bom, daí que nada de bom vem. Brasília raramente nos surpreende.  
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