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Sempre que divulgam a inflação, a mesma dúvida: como ela pode ser só de 0,8% ao mês, se as coisas estão subindo tanto? Se a escola do meu filho subiu 10% no começo do ano, como a inflação pode ser menor que 1%? E há aquele que grita:dragaonoquadrado

– Este governo manipula os índices de preços!

Mas, não, o governo não manipula índices. Ao menos não há indício algum para essa acusação.

Sim, preços foram congelados recentemente (como os da energia, da gasolina etc.) para manter a medição da inflação baixa. Não há nenhuma evidência, porém, de que o governo interfira no cálculo efetivo dos índices. Estamos longe de ser uma Venezuela ou uma Argentina, que fazem isso a torto e a direito.

Por quê?

Porque temos órgãos não governamentais (como FGV, Fipe, Dieese) que calculam seus próprios índices, os quais não variam tanto em relação ao IPCA*, o chamado medidor oficial de inflação.

Bom, voltando à questão inicial: como ter uma inflação de menos de 0,8% em um mês, se a escola do seu filho subiu 10%? Para responder a essa pergunta, precisamos entender como a inflação é calculada.

Há vários índices de inflação por aí, para as mais diversas coisas. Vamos voltar o foco, então, justamente para IPCA, o mais famoso deles, que mede o ritmo de variação dos preços ao consumidor.

A inflação, nesse caso, é calculada por meio de uma média ponderada da variação dos preços dos itens mais consumidos: alimentos, roupas, eletrodomésticos, produtos de limpeza, aluguel, gastos com saúde, educação e lazer, todos esses elementos entram nessa conta. O resultado obtido dá uma ideia de como tem mudado o custo de vida de um mês para o outro. Na média.

Os preços dos mais diversos bens e serviços não variam de maneira uniforme: há itens que sobem bastante (como os 10% da escola de seu filho). Outros não mudam muito. Em alguns casos, há produtos que ficam até mais baratos (isso é comum com produtos sazonais, ou seja, mais ou menos vendidos conforme a época do ano, como algumas comidas de Natal).

Portanto, quando tiramos a média para compor o índice, os preços com variações muito altas são compensados pelos com variação menor ou mesmo negativa. E por essa razão é possível que a escola do seu filho suba 10% e o índice de inflação, ao mesmo tempo, seja beeeeem mais leve do que possa parecer.

* O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Ele é chamado por muitos de "inflação oficial" por ser o índice levado em conta pelo governo na condução de sua política de controle de preços. Por exemplo, para este ano, a meta do governo era conseguir, em dezembro, um IPCA acumulado em 12 meses de 4,5%, com margem de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo. Ou seja, para cumprir sua meta, o governo deveria conseguir entregar um IPCA ao término de 2015 entre 2,5% e 6,5%. As projeções atuais, no entanto, apontam para algo em torno de 9% ao ano.   

POR QUE TEMOS A MAIOR INFLAÇÃO DESDE 2003

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Por que a inflação é menor do que parece?

Sempre que divulgam a inflação, a mesma dúvida: como ela pode ser só de 0,8% ao mês, se as coisas estão subindo tanto? Se a escola do meu filho subiu 10% no começo do ano, como a inflação pode ser menor que 1%? E há aquele que grita:dragaonoquadrado – Este governo manipula os índices de preços! Mas, não, o governo não manipula índices. Ao menos não há indício algum para essa acusação. Sim, preços foram congelados recentemente (como os da energia, da gasolina etc.) para manter a medição da inflação baixa. Não há nenhuma evidência, porém, de que o governo interfira no cálculo efetivo dos índices. Estamos longe de ser uma Venezuela ou uma Argentina, que fazem isso a torto e a direito. Por quê? Porque temos órgãos não governamentais (como FGV, Fipe, Dieese) que calculam seus próprios índices, os quais não variam tanto em relação ao IPCA*, o chamado medidor oficial de inflação. Bom, voltando à questão inicial: como ter uma inflação de menos de 0,8% em um mês, se a escola do seu filho subiu 10%? Para responder a essa pergunta, precisamos entender como a inflação é calculada. Há vários índices de inflação por aí, para as mais diversas coisas. Vamos voltar o foco, então, justamente para IPCA, o mais famoso deles, que mede o ritmo de variação dos preços ao consumidor. A inflação, nesse caso, é calculada por meio de uma média ponderada da variação dos preços dos itens mais consumidos: alimentos, roupas, eletrodomésticos, produtos de limpeza, aluguel, gastos com saúde, educação e lazer, todos esses elementos entram nessa conta. O resultado obtido dá uma ideia de como tem mudado o custo de vida de um mês para o outro. Na média. Os preços dos mais diversos bens e serviços não variam de maneira uniforme: há itens que sobem bastante (como os 10% da escola de seu filho). Outros não mudam muito. Em alguns casos, há produtos que ficam até mais baratos (isso é comum com produtos sazonais, ou seja, mais ou menos vendidos conforme a época do ano, como algumas comidas de Natal). Portanto, quando tiramos a média para compor o índice, os preços com variações muito altas são compensados pelos com variação menor ou mesmo negativa. E por essa razão é possível que a escola do seu filho suba 10% e o índice de inflação, ao mesmo tempo, seja beeeeem mais leve do que possa parecer. * O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Ele é chamado por muitos de "inflação oficial" por ser o índice levado em conta pelo governo na condução de sua política de controle de preços. Por exemplo, para este ano, a meta do governo era conseguir, em dezembro, um IPCA acumulado em 12 meses de 4,5%, com margem de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo. Ou seja, para cumprir sua meta, o governo deveria conseguir entregar um IPCA ao término de 2015 entre 2,5% e 6,5%. As projeções atuais, no entanto, apontam para algo em torno de 9% ao ano.    POR QUE TEMOS A MAIOR INFLAÇÃO DESDE 2003 LEIA MAIS TEXTOS DESTE AUTOR  
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