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O vizinho de um dos economistas do Por Quê? batizou seu poodle com um nome pouco usual: Avestruz.

Não parece um bom nome para um cãozinho, mas é direito dele batizar o cachorro a seu bel-prazer.

O problema foi quando o tal vizinho foi ao veterinário reclamar que o Avestruz não estava botando ovo.

O veterinário ouviu, incrédulo, as reclamações, fitando piedosamente o pobre cãozinho — que deveria estar se indagando: “O que fiz para merecer um dono tão estúpido?” — e seu dono. Buscou a caderneta de receitas, e recomendou uma visita ao psiquiatra.

O cachorrinho Avestruz faz lembrar o Fundo Soberano do Brasil.

Assim como o pobre poodle que não bota ovos, o Fundo Soberano do Brasil não é um avestruz. Tampouco é um fundo soberano.

Fundos soberanos são fundos criados para investir o excesso de receitas de governos. Isto é, quando governos arrecadam mais do que gastam, faz sentido investir o excesso de receitas em vez de guardá-lo debaixo do colchão.

Não é o caso do Fundo Soberano do Brasil.

Mas se o Fundo Soberano do Brasil não investe excesso de receitas, qual a fonte de seus investimentos?

Parece piada, mas o Fundo Soberano do Brasil investe dinheiro emprestado. É uma piada sem graça, porque o Fundo Soberano do Brasil foi desenhado para usar recursos que o Tesouro toma emprestado ao custo da taxa de juros Selic e tem o mandato de investir e gerar retornos a uma taxa menor que a Selic. Em outras palavras, o Fundo Soberano do Brasil foi desenhado para destruir valor.

Então é com certo alívio que recebemos a notícia de que o governo brasileiro gostaria de extinguir o Fundo Soberano do Brasil.

Quem sabe algum dia o Brasil tenha excesso de receitas, e daí sim podemos decidir entre ter um fundo soberano, reduzir nossos impostos ou gastar mais.

Enquanto não tivermos excesso de receitas, manter o Fundo Soberano do Brasil em atividade lembrar aquele vizinho, até agora procurando um psiquiatra veterinário nas Páginas Amarelas.

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Por que acabar com o Fundo Soberano do Brasil?

53058536 - money, dollars hidden under a white mattress. O vizinho de um dos economistas do Por Quê? batizou seu poodle com um nome pouco usual: Avestruz. Não parece um bom nome para um cãozinho, mas é direito dele batizar o cachorro a seu bel-prazer. O problema foi quando o tal vizinho foi ao veterinário reclamar que o Avestruz não estava botando ovo. O veterinário ouviu, incrédulo, as reclamações, fitando piedosamente o pobre cãozinho — que deveria estar se indagando: “O que fiz para merecer um dono tão estúpido?” — e seu dono. Buscou a caderneta de receitas, e recomendou uma visita ao psiquiatra. O cachorrinho Avestruz faz lembrar o Fundo Soberano do Brasil. Assim como o pobre poodle que não bota ovos, o Fundo Soberano do Brasil não é um avestruz. Tampouco é um fundo soberano. Fundos soberanos são fundos criados para investir o excesso de receitas de governos. Isto é, quando governos arrecadam mais do que gastam, faz sentido investir o excesso de receitas em vez de guardá-lo debaixo do colchão. Não é o caso do Fundo Soberano do Brasil. Mas se o Fundo Soberano do Brasil não investe excesso de receitas, qual a fonte de seus investimentos? Parece piada, mas o Fundo Soberano do Brasil investe dinheiro emprestado. É uma piada sem graça, porque o Fundo Soberano do Brasil foi desenhado para usar recursos que o Tesouro toma emprestado ao custo da taxa de juros Selic e tem o mandato de investir e gerar retornos a uma taxa menor que a Selic. Em outras palavras, o Fundo Soberano do Brasil foi desenhado para destruir valor. Então é com certo alívio que recebemos a notícia de que o governo brasileiro gostaria de extinguir o Fundo Soberano do Brasil. Quem sabe algum dia o Brasil tenha excesso de receitas, e daí sim podemos decidir entre ter um fundo soberano, reduzir nossos impostos ou gastar mais. Enquanto não tivermos excesso de receitas, manter o Fundo Soberano do Brasil em atividade lembrar aquele vizinho, até agora procurando um psiquiatra veterinário nas Páginas Amarelas. Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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