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Por que a inflação de 2017 ficou abaixo do piso da meta?

Nada como um dia após o outro…

Ilan Goldfajn, o presidente do Banco Central, teve que escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando por que a inflação terminou o ano de 2017 longe da meta.

A última vez que tivemos uma carta aberta foi em janeiro de 2016, depois de a inflação de 2015 ter terminado o ano acima de 10%. Inflação alta é sempre um fator de insatisfação da população, com mais poder de empurrar as pessoas a bater panela do que a corrupção ou a baixa qualidade do futebol jogado por essas bandas. Não foi por coincidência que a presidente Dilma Rousseff perdeu seu emprego poucos meses depois.

Mas desta vez o tom da carta é outro. A inflação está abaixo da meta, tendo fechado 2017 em 2,95%, contra uma meta de 4,5% com uma banda de tolerância de 1,5% para cima ou para baixo.

A explicação do Banco Central é simples e pode ser resumida em poucas palavras: a inflação de 2017 foi mais baixa que a tolerância da meta porque o preço dos alimentos despencou em um ano de safra agrícola extremamente favorável.

Segundo a carta, a inflação estaria bem próxima da meta se a inflação dos alimentos não tivesse sido tão espetacularmente negativa (quase 5% em 2017).

Descontemos então a ajuda “excessiva” dos preços de alimentos, e temos uma história de sucesso no Banco Central.
A taxa de juros Selic começou a aumentar durante a administração de Alexandre Tombini, chegando a um pico de 14,25%. Com a mudança de guarda, o novo time trazido por Ilan Goldfajn manteve os juros altos em agosto de 2016, mas logo passou a reduzi-lo, em linha com a queda das expectativas de inflação. Quando se tornou claro que a safra agrícola e a atividade econômica deprimida permitiriam uma redução mais rápida da inflação, os cortes na Selic passaram a ser mais fundos, primeiro dois cortes de 0.75 ponto porcentual, depois quatro cortes de 1 ponto, e mais recentemente cortes menores que trouxeram a taxa de juros para 7% ao ano, o nível mais baixo da Selic na história.

É devido a essa história de sucesso na redução da inflação que a revista "The Banker" acabou de eleger Ilan Goldfajn o melhor banqueiro central do mundo de 2017. Foi um prêmio merecido, pela trajetória da inflação e também porque ele montou um time de feras no Banco Central, melhorou a comunicação de decisões e adotou uma visão estratégica para lidar com as transformações no mercado financeiro (fintechs).

Algum crédito também deve ser compartilhado com o setor produtor de alimentos, que não cansa de quebrar recordes de safra e mostrar que o Brasil pode funcionar.

 

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Por que a inflação de 2017 ficou abaixo do piso da meta? Nada como um dia após o outro… Ilan Goldfajn, o presidente do Banco Central, teve que escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando por que a inflação terminou o ano de 2017 longe da meta. A última vez que tivemos uma carta aberta foi em janeiro de 2016, depois de a inflação de 2015 ter terminado o ano acima de 10%. Inflação alta é sempre um fator de insatisfação da população, com mais poder de empurrar as pessoas a bater panela do que a corrupção ou a baixa qualidade do futebol jogado por essas bandas. Não foi por coincidência que a presidente Dilma Rousseff perdeu seu emprego poucos meses depois. Mas desta vez o tom da carta é outro. A inflação está abaixo da meta, tendo fechado 2017 em 2,95%, contra uma meta de 4,5% com uma banda de tolerância de 1,5% para cima ou para baixo. A explicação do Banco Central é simples e pode ser resumida em poucas palavras: a inflação de 2017 foi mais baixa que a tolerância da meta porque o preço dos alimentos despencou em um ano de safra agrícola extremamente favorável. Segundo a carta, a inflação estaria bem próxima da meta se a inflação dos alimentos não tivesse sido tão espetacularmente negativa (quase 5% em 2017). Descontemos então a ajuda “excessiva” dos preços de alimentos, e temos uma história de sucesso no Banco Central. A taxa de juros Selic começou a aumentar durante a administração de Alexandre Tombini, chegando a um pico de 14,25%. Com a mudança de guarda, o novo time trazido por Ilan Goldfajn manteve os juros altos em agosto de 2016, mas logo passou a reduzi-lo, em linha com a queda das expectativas de inflação. Quando se tornou claro que a safra agrícola e a atividade econômica deprimida permitiriam uma redução mais rápida da inflação, os cortes na Selic passaram a ser mais fundos, primeiro dois cortes de 0.75 ponto porcentual, depois quatro cortes de 1 ponto, e mais recentemente cortes menores que trouxeram a taxa de juros para 7% ao ano, o nível mais baixo da Selic na história. É devido a essa história de sucesso na redução da inflação que a revista "The Banker" acabou de eleger Ilan Goldfajn o melhor banqueiro central do mundo de 2017. Foi um prêmio merecido, pela trajetória da inflação e também porque ele montou um time de feras no Banco Central, melhorou a comunicação de decisões e adotou uma visão estratégica para lidar com as transformações no mercado financeiro (fintechs). Algum crédito também deve ser compartilhado com o setor produtor de alimentos, que não cansa de quebrar recordes de safra e mostrar que o Brasil pode funcionar.   Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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