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Deputados aprovaram o projeto de lei que permite a regularização ou repatriação de recursos ilegais guardados por brasileiros no exterior. Ou seja, quem mandou dinheiro para fora na surdina, sem conhecimento da Receita Federal, pode até trazer a quantia de volta. Basta pagar imposto de 30% sobre o valor e está tudo certo ­(ao menos no sentido de não poder ser processado pelo simples fato de ter deixado sua grana escondida fora do país, já que a decisão abre, sim, precedente para investigações sobre a possível origem criminosa de enriquecimento).

Atenção para pegadinha: se você que está lendo e for político ou parente de algum, aí a lei não vale.

É uma boa essa lei? Por quê?

Sim, é. O Brasil só de um tempo para cá começou a dar mais liberdade aos seus cidadãos para fazerem poupanças privadas onde bem entenderem. E muitos dos que mandaram grana para fora, apesar das restrições legais, fizeram isso não pelo dinheiro ser fruto de crimes. Fizeram isso para proteger seu patrimônio de expropriações, como o confisco do ex-presidente Collor, ou por causa de inflação alta e desvalorizações cambiais. Errado, sim, é lei penalizar quem decide mandar recursos para o exterior na esperança de diminuir riscos.

A anistia, ou seja, o perdão pela ilegalidade, nesse caso, faz sentido. Isso é bem diferente, por exemplo, de anistiar a sonegação de impostos, como o chamado Refis faz. O tal programa de recuperação fiscal do governo, muito utilizado nos últimos anos, é ruim.

Por quê?

Por incentivar o atraso no pagamento de impostos. O Refis permite pagar tributos atrasados e a taxas mais baixas. O programa poderia até considerar a ideia de uma anistia criminal para sonegadores, mas com taxação acima da regular — mas nunca abaixo, como ocorre hoje.

A dúvida está em quanto desse montante vai retornar mesmo ao país. Nem mesmo o governo parece ter certeza em relação a quanto pode ser arrecadado para ajudar seus planos de ajuste fiscal. Ou seja, ainda não dá para saber o impacto desses 30% de multa para as contas do governo sair do vermelho.



E o fato de essa anistia não valer para políticos e seus familiares? Isso faz todo o sentido. E mais uma vez: por quê?

Digamos que exista entre os políticos quem enviou seu patrimônio para o exterior em busca de diminuir a exposição da grana aos riscos de nossa economia. Mesmo assim, não podemos ignorar a proporção de políticos que enviaram clandestinamente a grana para fora por motivos não muito nobres. Nessas condições, como se costuma dizer, vale mais pecar pelo excesso. É preciso minimizar a chance de se perdoar um político ladrão.

VEJA MAIS

Por que perdoar quem escondeu grana lá fora?

Deputados aprovaram o projeto de lei que permite a regularização ou repatriação de recursos ilegais guardados por brasileiros no exterior. Ou seja, quem mandou dinheiro para fora na surdina, sem conhecimento da Receita Federal, pode até trazer a quantia de volta. Basta pagar imposto de 30% sobre o valor e está tudo certo ­(ao menos no sentido de não poder ser processado pelo simples fato de ter deixado sua grana escondida fora do país, já que a decisão abre, sim, precedente para investigações sobre a possível origem criminosa de enriquecimento). Atenção para pegadinha: se você que está lendo e for político ou parente de algum, aí a lei não vale. É uma boa essa lei? Por quê? Sim, é. O Brasil só de um tempo para cá começou a dar mais liberdade aos seus cidadãos para fazerem poupanças privadas onde bem entenderem. E muitos dos que mandaram grana para fora, apesar das restrições legais, fizeram isso não pelo dinheiro ser fruto de crimes. Fizeram isso para proteger seu patrimônio de expropriações, como o confisco do ex-presidente Collor, ou por causa de inflação alta e desvalorizações cambiais. Errado, sim, é lei penalizar quem decide mandar recursos para o exterior na esperança de diminuir riscos. A anistia, ou seja, o perdão pela ilegalidade, nesse caso, faz sentido. Isso é bem diferente, por exemplo, de anistiar a sonegação de impostos, como o chamado Refis faz. O tal programa de recuperação fiscal do governo, muito utilizado nos últimos anos, é ruim. Por quê? Por incentivar o atraso no pagamento de impostos. O Refis permite pagar tributos atrasados e a taxas mais baixas. O programa poderia até considerar a ideia de uma anistia criminal para sonegadores, mas com taxação acima da regular — mas nunca abaixo, como ocorre hoje. A dúvida está em quanto desse montante vai retornar mesmo ao país. Nem mesmo o governo parece ter certeza em relação a quanto pode ser arrecadado para ajudar seus planos de ajuste fiscal. Ou seja, ainda não dá para saber o impacto desses 30% de multa para as contas do governo sair do vermelho. E o fato de essa anistia não valer para políticos e seus familiares? Isso faz todo o sentido. E mais uma vez: por quê? Digamos que exista entre os políticos quem enviou seu patrimônio para o exterior em busca de diminuir a exposição da grana aos riscos de nossa economia. Mesmo assim, não podemos ignorar a proporção de políticos que enviaram clandestinamente a grana para fora por motivos não muito nobres. Nessas condições, como se costuma dizer, vale mais pecar pelo excesso. É preciso minimizar a chance de se perdoar um político ladrão. VEJA MAIS
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