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Ainda não sabemos a extensão do efeito do coronavírus na economia mundial. Essa incerteza vem chacoalhando mercados financeiros. A China deve sofrer os impactos mais diretos. Alguns trabalhadores estão doentes, outros estressados com a possibilidade de pegar a doença. Nada disso é bom para a geração de renda no país.

Para evitar que a doença se espalhe, o governo chinês estendeu o feriado do Ano Novo e restringiu fortemente a mobilidade no país. Mais gente fica sem trabalhar, insumos não chegam às fábricas, produtos não chegam a consumidores, e fica difícil escoar a produção para fora do país.

A China hoje já responde por cerca de 18% do PIB global . Está bastante integrada à economia mundial. O potencial de afetar o resto do mundo é, portanto, enorme. O efeito mais óbvio é que, com a renda crescendo menos por lá, os chineses não conseguirão importar tanto quanto antes. As exportações de outros países diminuem, o que prejudica a economia de todos.

Já tivemos uma amostra desse efeito no Brasil. A China é nosso principal parceiro comercial e uma grande importadora de nossas commodities, como soja, carne e minério de ferro. Quando ficou claro para o mundo que o impacto do coronavírus seria de fato relevante, o preço das ações de grandes empresas brasileiras desses setores despencou. Reflexo da expectativa de queda na lucratividade dessas companhias.

Há um efeito menos óbvio, porém bastante nefasto. Nas últimas décadas, boa parte da integração entre países do mundo se deu pelas cadeias globais de valor, ou seja, estágios de produção de um mesmo produto que são realizados em diversos países. Um exemplo é o  Ipad: apesar de sua montagem final ser na China – e, portanto, de levar o carimbo Made in China – somente uma pequena fração de seu valor de venda reverte em renda para aquele país. Isso porque o desenvolvimento da tecnologia e a produção de diversas peças são realizados fora da China.

A China é uma parte importante dessas cadeias globais de valor. O coronavírus deve reduzir a geração de insumos por lá, o que prejudicará a produção em outras partes do mundo. Por exemplo, a produção de celulares das marcas Motorola e Samsung no Brasil já foi comprometida pela falta de peças. Fábricas precisaram paralisar suas atividades.

O Brasil é um país relativamente fechado ao comércio internacional, pouco integrado a cadeias globais de valor. Outros países devem sofrer ainda mais.

Claro, o problema pode ser mitigado se empresas encontrarem fornecedores em outros países. Mas isso não é algo fácil, que pode ser resolvido da noite para o dia. Assim, é de se esperar que o coronavírus faça um estrago grande na economia mundial.

 


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Por que o coronavírus pode derrubar a economia mundial?

Ainda não sabemos a extensão do efeito do coronavírus na economia mundial. Essa incerteza vem chacoalhando mercados financeiros. A China deve sofrer os impactos mais diretos. Alguns trabalhadores estão doentes, outros estressados com a possibilidade de pegar a doença. Nada disso é bom para a geração de renda no país.

Para evitar que a doença se espalhe, o governo chinês estendeu o feriado do Ano Novo e restringiu fortemente a mobilidade no país. Mais gente fica sem trabalhar, insumos não chegam às fábricas, produtos não chegam a consumidores, e fica difícil escoar a produção para fora do país.

A China hoje já responde por cerca de 18% do PIB global . Está bastante integrada à economia mundial. O potencial de afetar o resto do mundo é, portanto, enorme. O efeito mais óbvio é que, com a renda crescendo menos por lá, os chineses não conseguirão importar tanto quanto antes. As exportações de outros países diminuem, o que prejudica a economia de todos.

Já tivemos uma amostra desse efeito no Brasil. A China é nosso principal parceiro comercial e uma grande importadora de nossas commodities, como soja, carne e minério de ferro. Quando ficou claro para o mundo que o impacto do coronavírus seria de fato relevante, o preço das ações de grandes empresas brasileiras desses setores despencou. Reflexo da expectativa de queda na lucratividade dessas companhias.

Há um efeito menos óbvio, porém bastante nefasto. Nas últimas décadas, boa parte da integração entre países do mundo se deu pelas cadeias globais de valor, ou seja, estágios de produção de um mesmo produto que são realizados em diversos países. Um exemplo é o  Ipad: apesar de sua montagem final ser na China – e, portanto, de levar o carimbo Made in China – somente uma pequena fração de seu valor de venda reverte em renda para aquele país. Isso porque o desenvolvimento da tecnologia e a produção de diversas peças são realizados fora da China.

A China é uma parte importante dessas cadeias globais de valor. O coronavírus deve reduzir a geração de insumos por lá, o que prejudicará a produção em outras partes do mundo. Por exemplo, a produção de celulares das marcas Motorola e Samsung no Brasil já foi comprometida pela falta de peças. Fábricas precisaram paralisar suas atividades.

O Brasil é um país relativamente fechado ao comércio internacional, pouco integrado a cadeias globais de valor. Outros países devem sofrer ainda mais.

Claro, o problema pode ser mitigado se empresas encontrarem fornecedores em outros países. Mas isso não é algo fácil, que pode ser resolvido da noite para o dia. Assim, é de se esperar que o coronavírus faça um estrago grande na economia mundial.

 


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