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A perspectiva de impeachment da presidente Dilma é agora real. Não se fala em outra coisa: Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, aceitou o pedido da oposição e a decisão será do Congresso.

Mas o que uma eventual queda da presidente representaria para a economia?

Primeiro, os possíveis aspectos positivos.

A saída de Dilma pode ser um ponto final para a crise política e a perspectiva de que medidas de ajuste e reformas, cruciais para o desenvolvimento do país, comecem, finalmente, a sair do papel.

Hoje, as crises política e econômica se retroalimentam. Sem ajuste e reformas, o futuro do Brasil é incerto. Ninguém quer investir por aqui e a economia anda hoje para trás. Isso enfraquece ainda mais a presidente, que não consegue levar adiante a agenda necessária. Nessas condições, cresce o clima de incerteza, que contribui para aprofundar a crise econômica.

Com a possível derrubada do Executivo, teríamos um novo governo. E parece mais fácil fazer o que é preciso ser feito com uma gestão econômica começando do zero. O setor privado encontraria ambiente mais favorável ao investimento.

Ou seja, no curto prazo a situação tende a melhorar. E nosso curto prazo é muito ruim. Como demonstra a assombrosa queda de 1,7% no PIB no último trimestre, sem perspectiva de melhora nos próximos anos, o Brasil flerta seriamente com uma depressão (estágio ainda mais avançado e duradouro de recessão).

Essas hipóteses, embora representem ganhos de curto prazo, têm potencial positivo nada desprezível sob o aspecto econômico. Mas, como dito antes, não existe só o eventual lado bom.

Por quê? Por que as repercussões de longo prazo não são muito claras.

Sim, o processo de impeachment, por si só, independentemente do resultado final, deve fortalecer nossas instituições fiscais daqui para frente. A presidente é acusada de assinar decretos para aumentar gastos sem a autorização do Legislativo. E os próximos presidentes dificilmente ousarão repetir o erro.

Mas o lado ruim desta moeda não pode ser ignorado: o deputado Eduardo Cunha, ameaçado de perder o mandato por denúncias de corrupção, iniciou os ritos do impeachment em espécie de chantagem, na tentativa de livrar a própria pele. E qual pode ser o resultado, caso a queda de Dilma prospere? Ao contrário das outras possibilidades imaginadas aqui, podemos ver o enfraquecimento das instituições.

Este é um possível desdobramento negativo desta história.

Digamos que Dilma caia mesmo. Será que isso não abriria a porta para que, no futuro, tenhamos políticos de reputação, por assim dizer, duvidosa (caso inegável de Cunha) ameaçando presidentes apenas para benefício próprio?

Cabe agora aos parlamentares a escolha do melhor caminho para o Brasil.

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VEJA MAIS

Por que o impeachment de Dilma pode ser bom ou ruim?

A perspectiva de impeachment da presidente Dilma é agora real. Não se fala em outra coisa: Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, aceitou o pedido da oposição e a decisão será do Congresso. Mas o que uma eventual queda da presidente representaria para a economia? Primeiro, os possíveis aspectos positivos. A saída de Dilma pode ser um ponto final para a crise política e a perspectiva de que medidas de ajuste e reformas, cruciais para o desenvolvimento do país, comecem, finalmente, a sair do papel. Hoje, as crises política e econômica se retroalimentam. Sem ajuste e reformas, o futuro do Brasil é incerto. Ninguém quer investir por aqui e a economia anda hoje para trás. Isso enfraquece ainda mais a presidente, que não consegue levar adiante a agenda necessária. Nessas condições, cresce o clima de incerteza, que contribui para aprofundar a crise econômica. Com a possível derrubada do Executivo, teríamos um novo governo. E parece mais fácil fazer o que é preciso ser feito com uma gestão econômica começando do zero. O setor privado encontraria ambiente mais favorável ao investimento. Ou seja, no curto prazo a situação tende a melhorar. E nosso curto prazo é muito ruim. Como demonstra a assombrosa queda de 1,7% no PIB no último trimestre, sem perspectiva de melhora nos próximos anos, o Brasil flerta seriamente com uma depressão (estágio ainda mais avançado e duradouro de recessão). Essas hipóteses, embora representem ganhos de curto prazo, têm potencial positivo nada desprezível sob o aspecto econômico. Mas, como dito antes, não existe só o eventual lado bom. Por quê? Por que as repercussões de longo prazo não são muito claras. Sim, o processo de impeachment, por si só, independentemente do resultado final, deve fortalecer nossas instituições fiscais daqui para frente. A presidente é acusada de assinar decretos para aumentar gastos sem a autorização do Legislativo. E os próximos presidentes dificilmente ousarão repetir o erro. Mas o lado ruim desta moeda não pode ser ignorado: o deputado Eduardo Cunha, ameaçado de perder o mandato por denúncias de corrupção, iniciou os ritos do impeachment em espécie de chantagem, na tentativa de livrar a própria pele. E qual pode ser o resultado, caso a queda de Dilma prospere? Ao contrário das outras possibilidades imaginadas aqui, podemos ver o enfraquecimento das instituições. Este é um possível desdobramento negativo desta história. Digamos que Dilma caia mesmo. Será que isso não abriria a porta para que, no futuro, tenhamos políticos de reputação, por assim dizer, duvidosa (caso inegável de Cunha) ameaçando presidentes apenas para benefício próprio? Cabe agora aos parlamentares a escolha do melhor caminho para o Brasil. - VEJA MAIS
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