Uma plataforma que vai te ajudar a entender um pouco mais de economia.

Joaquim Levy, quem aí se lembra dele? Assumiu o Ministério da Fazenda do segundo governo Dilma, em 2015, dizendo perseguir superávit primário equivalente a 1% do PIB. Caiu. Mas, antes de ir para Washington, lutava bravamente por 0,7%. Nelson Barbosa, seu sucessor, quando tomou as rédeas da economia em Brasília, falava em 0,5%, possivelmente ajustáveis numa tal banda (um piso e um teto a serem escolhidos).

Até quarta-feira, 24, tínhamos esse 0,5% do PIB de superávit de Nelson. Mas esse número, singelo, pressupunha aumento da arrecadação de, nada singelos, 170 bilhões de reais. Isso mesmo: ainda se contava com isso, mesmo num ano de tremenda recessão.


Mas Nelson não anunciou nenhuma surpresa. Alguém duvidava que o superávit do governo seria pequenino, de uns 3 bilhões? Quem acreditava com fé nos 30 bilhões de reais anunciados anteriormente? O ministro apenas reconheceu a realidade dos números.

Como temos insistido no Por quê?, não é de agora problema, nascido lá atrás, no primeiro governo Dilma. Cortaram impostos, aumentaram gastos, tocaram pau no crédito público e menosprezaram a necessidade e urgência das reformas fiscais de natureza estrutural.

Quando essas coisas acontecem é só alegria, é uma festa danada. Mas no momento em que a conta começa a cair... e, pior, neste instante ninguém assume a paternidade da desgraça econômica!

Por falar em Barbosa, e a reforma da Previdência?

Nelson Barbosa, aparentemente, queria mexer na insustentável Previdência Social. Mas, com o caos político que se instaurou por estas terras, sem chances. Botar para andar a agenda fiscal (área responsável pelo equilíbrio entre gastos e receitas de um governo) demanda muita coragem. Requer capacidade de argumentação e liderança, por sua natureza impopular. E não tem outra saída. Sem uma melhora na parte fiscal, todo o resto segue emperrado.

A área fiscal é o calcanhar de Aquiles do lamaçal econômico em que meteram o Brasil.

Quer entender o por quê? Dá uma olhada nesta continha, não vai doer nada: com juros reais de 5% e crescimento de 0% (sim, essa previsão é hiperotimista, mas mostra ainda melhor o tamanho do problema); logo, a gente precisa de (5% - 0%) X 65% = 3,25% do PIB de superávit para que a dívida bruta nacional, hoje na casa dos 65% do PIB, pare de crescer.

Esses números mostram que, ainda que o PIB do Brasil fosse pelo ficar parado, no 0%, o superávit precisaria ser 3,5% e a nossa dívida, alta, se mantinha ainda alta, mas estável. Neste momento, no entanto, tudo leva não a um superávit, mas a um déficit (negativo, ao contrário do superávit) de mais ou menos 1,5% do PIB.

Deixa dizer com todas as letras então: É IMPOSSÍVEL virar um déficit de 1,5% para superávit de 3% em poucos anos, se for mantida a atual rigidez das despesas do governo e a dificuldade para conseguir elevar impostos.

A coisa está preta e o piloto, quer dizer, o superávit sumiu.

Por que o superávit já foi para o beleléu?

Joaquim Levy, quem aí se lembra dele? Assumiu o Ministério da Fazenda do segundo governo Dilma, em 2015, dizendo perseguir superávit primário equivalente a 1% do PIB. Caiu. Mas, antes de ir para Washington, lutava bravamente por 0,7%. Nelson Barbosa, seu sucessor, quando tomou as rédeas da economia em Brasília, falava em 0,5%, possivelmente ajustáveis numa tal banda (um piso e um teto a serem escolhidos). Até quarta-feira, 24, tínhamos esse 0,5% do PIB de superávit de Nelson. Mas esse número, singelo, pressupunha aumento da arrecadação de, nada singelos, 170 bilhões de reais. Isso mesmo: ainda se contava com isso, mesmo num ano de tremenda recessão. Mas Nelson não anunciou nenhuma surpresa. Alguém duvidava que o superávit do governo seria pequenino, de uns 3 bilhões? Quem acreditava com fé nos 30 bilhões de reais anunciados anteriormente? O ministro apenas reconheceu a realidade dos números. Como temos insistido no Por quê?, não é de agora problema, nascido lá atrás, no primeiro governo Dilma. Cortaram impostos, aumentaram gastos, tocaram pau no crédito público e menosprezaram a necessidade e urgência das reformas fiscais de natureza estrutural. Quando essas coisas acontecem é só alegria, é uma festa danada. Mas no momento em que a conta começa a cair... e, pior, neste instante ninguém assume a paternidade da desgraça econômica! Por falar em Barbosa, e a reforma da Previdência? Nelson Barbosa, aparentemente, queria mexer na insustentável Previdência Social. Mas, com o caos político que se instaurou por estas terras, sem chances. Botar para andar a agenda fiscal (área responsável pelo equilíbrio entre gastos e receitas de um governo) demanda muita coragem. Requer capacidade de argumentação e liderança, por sua natureza impopular. E não tem outra saída. Sem uma melhora na parte fiscal, todo o resto segue emperrado. A área fiscal é o calcanhar de Aquiles do lamaçal econômico em que meteram o Brasil. Quer entender o por quê? Dá uma olhada nesta continha, não vai doer nada: com juros reais de 5% e crescimento de 0% (sim, essa previsão é hiperotimista, mas mostra ainda melhor o tamanho do problema); logo, a gente precisa de (5% - 0%) X 65% = 3,25% do PIB de superávit para que a dívida bruta nacional, hoje na casa dos 65% do PIB, pare de crescer. Esses números mostram que, ainda que o PIB do Brasil fosse pelo ficar parado, no 0%, o superávit precisaria ser 3,5% e a nossa dívida, alta, se mantinha ainda alta, mas estável. Neste momento, no entanto, tudo leva não a um superávit, mas a um déficit (negativo, ao contrário do superávit) de mais ou menos 1,5% do PIB. Deixa dizer com todas as letras então: É IMPOSSÍVEL virar um déficit de 1,5% para superávit de 3% em poucos anos, se for mantida a atual rigidez das despesas do governo e a dificuldade para conseguir elevar impostos. A coisa está preta e o piloto, quer dizer, o superávit sumiu.
Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?clique aqui e assine a nossa Newsletter.

Siga a gente no Facebook e Twitter!
Inscreva-se no nosso canal no YouTube!
Curta as nossas fotos no Instagram!

O que você achou desse texto?

*Não é necessário cadastro.

Avaliação de quem leu:

Avalie esse texto Não é necessário cadastro

A plataforma Por Quê?Economês em bom português nasceu em 2015, com o objetivo de explicar conceitos básicos de economia e tornar o noticiário econômico acessível ao público não especializado. Acreditamos que o raciocínio econômico é essencial para a compreensão da realidade que nos cerca.

Iniciativa

Bei editora
Usamos cookies por vários motivos, como manter o site do PQ? confiável ​​e seguro, personalizar conteúdo e anúncios,
fornecer recursos de mídia social e analisar como o site é usado. Para maiores informações veja nossa Política de Privacidade.