Uma plataforma que vai te ajudar a entender um pouco mais de economia.

Começo com rápida historinha que conheci na pequena cidade de Aschakzshütsventsinwenburgstajn, no sul da Alemanha, num desses congressos com outros renomados.

Gunther, um senhor para lá dos 50 anos, tinha passe livre da família para tomar as suas cervejadas. De segunda a sábado, ficava sóbrio. Mas, no domingo, chutava o balde: perdia o controle de si depois da quinta garrafa. Apesar de boa gente, fazia estragos pela casa quando alcoolizado. Sua família (a esposa Helga e os filhos Udo, Thor, Wolfgang e a pequena Sigrid) decidiu, então, impor uma nova regra:

— Nunca tomará mais que uma garrafa de cerveja por dia!

Se você fosse jornalista, como contaria a história do meu amigo Gunther?

Você poderia dizer que Gunther não dá mais vexame de domingo e que agora só toma uma garrafa de cerveja por dia. Simples. Notícia dada.

Mas você também poderia dizer o seguinte: Gunther agora pode tomar 7 garrafas por semana, o que é um aumento substancial em comparação com as 5 que entornava no domingo.

O segundo modo de informar, um tanto ilógico, foi mais ou menos o escolhido pelo jornal o Estado de S. Paulo. Dia desses, escorregaram ao noticiar sobre Proposta de Emenda Constitucional (PEC), atribuída ao senador Aécio Neves (PSDB) – a PEC, no entanto, é assinada por quase 30 senadores, incluindo gente de orientação política bastante oposta, como Randolfe Rodrigues (Rede) e Ronaldo Caiado (DEM).

A medida proposta pelos senadores: limitar o número máximo para contratação de funcionários comissionados em cada órgão ou entidade públicos – hoje, a Constituição não impõe limites.

O título dado pelo Estadão à matéria: “Proposta de Aécio pode ampliar número de comissionados”.

Voltem comigo à historinha do Gunther, amigas e amigos, e vejam se há cabimento no que foi feito pelo jornal.

Assim como a família do meu amigo de Aschakzshütsventsinwenburgstajn, o texto da PEC impõe limites. Espera-se que Gunther beba menos, não? Por que, então, não esperar que a administração pública tenha um menor número de comissionados, caso a medida vá em frente?

Em um mundo ideal, poderíamos ler notícias e automaticamente ficarmos bem informados. Mas, por vezes, o desuso do raciocínio econômico fala mais alto que qualquer tentativa de informar.

Oremos... Ao Gunther!

Por que o olhar econômico faz falta à qualidade da informação?

Começo com rápida historinha que conheci na pequena cidade de Aschakzshütsventsinwenburgstajn, no sul da Alemanha, num desses congressos com outros renomados. Gunther, um senhor para lá dos 50 anos, tinha passe livre da família para tomar as suas cervejadas. De segunda a sábado, ficava sóbrio. Mas, no domingo, chutava o balde: perdia o controle de si depois da quinta garrafa. Apesar de boa gente, fazia estragos pela casa quando alcoolizado. Sua família (a esposa Helga e os filhos Udo, Thor, Wolfgang e a pequena Sigrid) decidiu, então, impor uma nova regra: — Nunca tomará mais que uma garrafa de cerveja por dia! Se você fosse jornalista, como contaria a história do meu amigo Gunther? Você poderia dizer que Gunther não dá mais vexame de domingo e que agora só toma uma garrafa de cerveja por dia. Simples. Notícia dada. Mas você também poderia dizer o seguinte: Gunther agora pode tomar 7 garrafas por semana, o que é um aumento substancial em comparação com as 5 que entornava no domingo. O segundo modo de informar, um tanto ilógico, foi mais ou menos o escolhido pelo jornal o Estado de S. Paulo. Dia desses, escorregaram ao noticiar sobre Proposta de Emenda Constitucional (PEC), atribuída ao senador Aécio Neves (PSDB) – a PEC, no entanto, é assinada por quase 30 senadores, incluindo gente de orientação política bastante oposta, como Randolfe Rodrigues (Rede) e Ronaldo Caiado (DEM). A medida proposta pelos senadores: limitar o número máximo para contratação de funcionários comissionados em cada órgão ou entidade públicos – hoje, a Constituição não impõe limites. O título dado pelo Estadão à matéria: “Proposta de Aécio pode ampliar número de comissionados”. Voltem comigo à historinha do Gunther, amigas e amigos, e vejam se há cabimento no que foi feito pelo jornal. Assim como a família do meu amigo de Aschakzshütsventsinwenburgstajn, o texto da PEC impõe limites. Espera-se que Gunther beba menos, não? Por que, então, não esperar que a administração pública tenha um menor número de comissionados, caso a medida vá em frente? Em um mundo ideal, poderíamos ler notícias e automaticamente ficarmos bem informados. Mas, por vezes, o desuso do raciocínio econômico fala mais alto que qualquer tentativa de informar. Oremos... Ao Gunther!
Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?clique aqui e assine a nossa Newsletter.

Siga a gente no Facebook e Twitter!
Inscreva-se no nosso canal no YouTube!
Curta as nossas fotos no Instagram!

O que você achou desse texto?

*Não é necessário cadastro.

Avaliação de quem leu:

Tags do post:

Fundamentos
Avalie esse texto Não é necessário cadastro

A plataforma Por Quê?Economês em bom português nasceu em 2015, com o objetivo de explicar conceitos básicos de economia e tornar o noticiário econômico acessível ao público não especializado. Acreditamos que o raciocínio econômico é essencial para a compreensão da realidade que nos cerca.

Iniciativa

Bei editora
Usamos cookies por vários motivos, como manter o site do PQ? confiável ​​e seguro, personalizar conteúdo e anúncios,
fornecer recursos de mídia social e analisar como o site é usado. Para maiores informações veja nossa Política de Privacidade.