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As cidades pagam salários mais altos do que o campo, e as cidades maiores, as tais megalópoles, pagam salários mais elevados que as cidades pequenas. O que explica esse fenômeno (também conhecido como prêmio salarial)?

O leitor atento, a esta altura, já se perguntou: “Mas paga salários nominais mais elevados, ou salários reais mais elevados?”.  A resposta é: ambos são mais altos nas grandes cidades. E, nesse caso, o fato de o salário nominal ser mais alto também é informação relevante. Verdade, o custo de vida numa cidade grande, como Tóquio, Nova York ou São Paulo, é bem mais alto do que numa cidade do interior de qualquer um desses três países – a começar pelo salgadíssimo aluguel. Assim, um salário nominal mais elevado nesses locais poderia não sinalizar um padrão de vida superior. Isso sob o ponto de vista do trabalhador, do cidadão. Mas vejamos a mesma história sob o ponto de vista da firma: ela só se disporia a pagar um salário nominal mais elevado na grande cidade vis-à-vis a pequena cidade se o funcionário, por algum motivo qualquer, for mais produtivo na megalópole. Por que se não, o que ela ganha estando na cidade grande? O que nos leva à pergunta mais relevante: por que o cara é mais produtivo num lugar do que em outro?

Parte da explicação, digamos 1/3 dela, é: na verdade, ele não é mais produtivo na cidade. O que ocorre, como em tantos outros casos em economia, é um claro viés de seleção. Os mais produtivos escolhem deixar o campo pela cidade, onde obviamente há um maior número de oportunidades. Segundo essa explicação, não é a cidade que torna o trabalhador mais produtivo, e sim justamente o contrário.

Os outros 2/3 vêm das externalidades positivas oferecidas pelas cidades. A cidade promove interação e diversidade e, portanto, troca de conhecimentos e experiências. A quantidade de pessoas por metro quadrado é imensamente maior do que no campo, facilitando os encontros físicos. Mesmo na era da internet, emails e WhatsApp, isso de encontrar a pessoa para trocar ideias segue sendo importante. A evidência estatística inclusive sugere que a interação dois a dois é potencializada pela internet, não substituída: um contato por email vira logo um almoço ou café. E esbarrar, conviver, almoçar, sentar numa sala com pessoas inteligentes e competentes gera aumento de produtividade para você. A proximidade é tão importante que até mesmo as patentes de inovação têm viés geográfico! Na invenção de produtos ou técnicas novas, há uma citação desproporcionalmente elevada de patentes de inventores locais, que estão próximos geograficamente. Por fim, a cidade grande, por ser grande, oferece uma diversidade de serviços complementares e que incrementam a produtividade do trabalhador dificilmente encontrável num lugar menor (porque nesse não há escala suficiente para um serviço muito especializado se tornar viável).

Claro, pôr muita gente num lugar só também gera problemas. Falaremos deles no próximo texto.

Veja também: 

Aglomeração das grandes cidades traz vantagens econômicas?

Por que as cidades favorecem o desenvolvimento?

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Por que os maiores salários estão nas cidades, não no campo?

As cidades pagam salários mais altos do que o campo, e as cidades maiores, as tais megalópoles, pagam salários mais elevados que as cidades pequenas. O que explica esse fenômeno (também conhecido como prêmio salarial)? O leitor atento, a esta altura, já se perguntou: “Mas paga salários nominais mais elevados, ou salários reais mais elevados?”.  A resposta é: ambos são mais altos nas grandes cidades. E, nesse caso, o fato de o salário nominal ser mais alto também é informação relevante. Verdade, o custo de vida numa cidade grande, como Tóquio, Nova York ou São Paulo, é bem mais alto do que numa cidade do interior de qualquer um desses três países – a começar pelo salgadíssimo aluguel. Assim, um salário nominal mais elevado nesses locais poderia não sinalizar um padrão de vida superior. Isso sob o ponto de vista do trabalhador, do cidadão. Mas vejamos a mesma história sob o ponto de vista da firma: ela só se disporia a pagar um salário nominal mais elevado na grande cidade vis-à-vis a pequena cidade se o funcionário, por algum motivo qualquer, for mais produtivo na megalópole. Por que se não, o que ela ganha estando na cidade grande? O que nos leva à pergunta mais relevante: por que o cara é mais produtivo num lugar do que em outro? Parte da explicação, digamos 1/3 dela, é: na verdade, ele não é mais produtivo na cidade. O que ocorre, como em tantos outros casos em economia, é um claro viés de seleção. Os mais produtivos escolhem deixar o campo pela cidade, onde obviamente há um maior número de oportunidades. Segundo essa explicação, não é a cidade que torna o trabalhador mais produtivo, e sim justamente o contrário. Os outros 2/3 vêm das externalidades positivas oferecidas pelas cidades. A cidade promove interação e diversidade e, portanto, troca de conhecimentos e experiências. A quantidade de pessoas por metro quadrado é imensamente maior do que no campo, facilitando os encontros físicos. Mesmo na era da internet, emails e WhatsApp, isso de encontrar a pessoa para trocar ideias segue sendo importante. A evidência estatística inclusive sugere que a interação dois a dois é potencializada pela internet, não substituída: um contato por email vira logo um almoço ou café. E esbarrar, conviver, almoçar, sentar numa sala com pessoas inteligentes e competentes gera aumento de produtividade para você. A proximidade é tão importante que até mesmo as patentes de inovação têm viés geográfico! Na invenção de produtos ou técnicas novas, há uma citação desproporcionalmente elevada de patentes de inventores locais, que estão próximos geograficamente. Por fim, a cidade grande, por ser grande, oferece uma diversidade de serviços complementares e que incrementam a produtividade do trabalhador dificilmente encontrável num lugar menor (porque nesse não há escala suficiente para um serviço muito especializado se tornar viável). Claro, pôr muita gente num lugar só também gera problemas. Falaremos deles no próximo texto. Veja também:  Aglomeração das grandes cidades traz vantagens econômicas? Por que as cidades favorecem o desenvolvimento? * Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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