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A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) anunciou na terça-feira, 13, uma mudança importante – e mais polêmica do que deveria ser na prática: empresas aéreas poderão estipular preços por bagagens despachadas a partir de março de 2017. Na quarta, no entanto, o Senado barrou a alteração, com um projeto de decreto legislativo. A decisão final depende do posicionamento da Câmara dos Deputados.



O Porque.com.br lamenta o posicionamento do Senado. Mais uma vez, os integrantes da Casa demonstram não entender como preços são formados – à exemplo do teto proposto aos juros do rotativo do cartão de crédito. Torcemos para que, na Câmara, haja ainda algum sinal de racionalidade.

Qual a lógica da cobrança por bagagens despachadas?

Nos padrões atuais, não é permitido cobrar pelo transporte de malas com até 23 quilos em voos nacionais; ou de duas malas com até 32 quilos em voos internacionais. No modelo proposto pela Anac, novos preço seriam cobrados de acordo com o peso das bagagens – mais pesadas, maiores e mais caras para serem levadas; mais leves, mais baratas.

Ou seja, a nova cobrança traria mais peso para os bolsos de cada passageiro, mas equivalente ao de suas malas. Não faz sentido cada pessoa pagar exatamente pelo custo que gera?

Primeiro fato: o transporte de bagagens gera custos – pagamento dos carregadores, dos seguranças, manutenção da esteira e seja mais lá o que for.

Segundo fato: hoje, esse gasto é dividido entre todos os passageiros de um avião, não importando se a pessoa despachou ou não as próprias bagagens.

Terceiro fato: se esse custo não for rateado, viajar de avião pode ficar mais barato para quem não despacha as bagagens.

O preço das passagens vai cair mesmo?

Não batemos o martelo em relação a essa possibilidade por existir uma outra: a de as empresas aéreas incorporarem em seus lucros a fatia de preço correspondente, hoje, ao transporte de bagagens despachadas. Em caso recente, por exemplo, a Petrobras promoveu duas quedas de preços de gasolina nas refinarias. Mas muito motorista não viu o combustível ficar mais barato nas bombas dos postos.

Importante salientar: caso a Câmara tenha um rompante de bom senso e a decisão da Anac seja mantida, as aéreas estarão livres para continuar oferecendo a “gratuidade” no transporte de bagagens.

Quem optar por essas companhias continuará viajando sob o modelo atual. Será uma boa para quem estiver levando um monte de coisas no voo. Em caso contrário, o passageiro do avião terá optado por custear as bagagens alheias.

*

Esse debate, por sinal, nos lembra outro: o da meia-entrada. O subsídio, no Brasil dado a estudantes e outras fatias da sociedade, converte-se em preços mais altos para quem fica de fora da regra.

No vídeo abaixo, explicamos também este exemplo do bom e velho “não existe almoço grátis”:

Voar de avião pode ficar mais barato com cobrança por bagagens: por quê?

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) anunciou na terça-feira, 13, uma mudança importante – e mais polêmica do que deveria ser na prática: empresas aéreas poderão estipular preços por bagagens despachadas a partir de março de 2017. Na quarta, no entanto, o Senado barrou a alteração, com um projeto de decreto legislativo. A decisão final depende do posicionamento da Câmara dos Deputados. O Porque.com.br lamenta o posicionamento do Senado. Mais uma vez, os integrantes da Casa demonstram não entender como preços são formados – à exemplo do teto proposto aos juros do rotativo do cartão de crédito. Torcemos para que, na Câmara, haja ainda algum sinal de racionalidade. Qual a lógica da cobrança por bagagens despachadas? Nos padrões atuais, não é permitido cobrar pelo transporte de malas com até 23 quilos em voos nacionais; ou de duas malas com até 32 quilos em voos internacionais. No modelo proposto pela Anac, novos preço seriam cobrados de acordo com o peso das bagagens – mais pesadas, maiores e mais caras para serem levadas; mais leves, mais baratas. Ou seja, a nova cobrança traria mais peso para os bolsos de cada passageiro, mas equivalente ao de suas malas. Não faz sentido cada pessoa pagar exatamente pelo custo que gera? Primeiro fato: o transporte de bagagens gera custos – pagamento dos carregadores, dos seguranças, manutenção da esteira e seja mais lá o que for. Segundo fato: hoje, esse gasto é dividido entre todos os passageiros de um avião, não importando se a pessoa despachou ou não as próprias bagagens. Terceiro fato: se esse custo não for rateado, viajar de avião pode ficar mais barato para quem não despacha as bagagens. O preço das passagens vai cair mesmo? Não batemos o martelo em relação a essa possibilidade por existir uma outra: a de as empresas aéreas incorporarem em seus lucros a fatia de preço correspondente, hoje, ao transporte de bagagens despachadas. Em caso recente, por exemplo, a Petrobras promoveu duas quedas de preços de gasolina nas refinarias. Mas muito motorista não viu o combustível ficar mais barato nas bombas dos postos. Importante salientar: caso a Câmara tenha um rompante de bom senso e a decisão da Anac seja mantida, as aéreas estarão livres para continuar oferecendo a “gratuidade” no transporte de bagagens. Quem optar por essas companhias continuará viajando sob o modelo atual. Será uma boa para quem estiver levando um monte de coisas no voo. Em caso contrário, o passageiro do avião terá optado por custear as bagagens alheias. * Esse debate, por sinal, nos lembra outro: o da meia-entrada. O subsídio, no Brasil dado a estudantes e outras fatias da sociedade, converte-se em preços mais altos para quem fica de fora da regra. No vídeo abaixo, explicamos também este exemplo do bom e velho “não existe almoço grátis”:
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