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Já faz tempo que não vou ao boteco, sento no balcão e jogo papo furado com o chapeiro e o palmeirense embriagado na mesa ao lado...

A verdade é que o papo furado já não é mais monopólio do boteco. O papo furado está nos jornais, nas iniciativas improvisadas e voluntariosas de ministros e no discurso tagarela daqueles que não tem o que dizer.

Infelizmente, não falo aqui apenas de um certo candidato à presidência dos Estados Unidos. Falo é do trololó made in Brasília.

O último exemplo de político abrindo a boca sem pensar vem – de novo! – do nosso ministro da Saúde. Em encontro com representantes da indústria tabagista, com a leveza de espírito de um cliente pedindo mais uma rodada de mandioca frita, ele propôs: o fim do plantio do tabaco no Brasil.

Aqui não importa muita a nossa posição sobre o hábito de fumar ou sobre o papel do Estado em regular as escolhas pessoais. É um absurdo que um ministro veja como seu papel jogar grandes ideias sobre a cabeça do cidadão que trabalha e paga impostos.

Debate com a sociedade? Poder Legislativo? Opinião de especialistas? Que nada. O bumba-meu-boi de um ministro bem-intencionado é suficiente...

Mas pior que isso são as consequências implícitas. Se um ministro pode propor o fim de um setor da economia, como fica a segurança jurídica para quem toma decisões de investir?

Por que proibir o plantio de tabaco no Brasil?

Já faz tempo que não vou ao boteco, sento no balcão e jogo papo furado com o chapeiro e o palmeirense embriagado na mesa ao lado... A verdade é que o papo furado já não é mais monopólio do boteco. O papo furado está nos jornais, nas iniciativas improvisadas e voluntariosas de ministros e no discurso tagarela daqueles que não tem o que dizer. Infelizmente, não falo aqui apenas de um certo candidato à presidência dos Estados Unidos. Falo é do trololó made in Brasília. O último exemplo de político abrindo a boca sem pensar vem – de novo! – do nosso ministro da Saúde. Em encontro com representantes da indústria tabagista, com a leveza de espírito de um cliente pedindo mais uma rodada de mandioca frita, ele propôs: o fim do plantio do tabaco no Brasil. Aqui não importa muita a nossa posição sobre o hábito de fumar ou sobre o papel do Estado em regular as escolhas pessoais. É um absurdo que um ministro veja como seu papel jogar grandes ideias sobre a cabeça do cidadão que trabalha e paga impostos. Debate com a sociedade? Poder Legislativo? Opinião de especialistas? Que nada. O bumba-meu-boi de um ministro bem-intencionado é suficiente... Mas pior que isso são as consequências implícitas. Se um ministro pode propor o fim de um setor da economia, como fica a segurança jurídica para quem toma decisões de investir?
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