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crise dos estados

Uma matéria da Folha de S. Paulo - veja aqui - de alguns dias atrás descreveu o grave problema dos estados brasileiros. Ainda que lenta, a recuperação da economia já tem melhorado a situação fiscal de muitos governos estaduais, no entanto, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais afundam na areia movediça dos gastos de pessoal ativo e inativo - com destaque para a Previdência.

A situação é pior no Rio Grande do Sul, onde as despesas com inativos já seriam de quase o dobro dos gastos com ativos. Mas Rio de Janeiro e Minas Gerais não ficam muito atrás. No Rio, a queda nas receitas provocada pela redução do preço do petróleo será compensada por um aumento no ICMS. Em Minas, o orçamento tem sido contingenciado (eufemismo para “cortado”) e os salários dos servidores que recebem acima de 3 mil reais têm sido parcelados (eufemismo para “atrasados”).

A crise econômica em que a economia brasileira mergulhou não foi um meteoro que nos atingiu aleatoriamente. Já era o resultado esperado de uma gestão econômica destrutiva. E o mesmo pode ser dito sobre a crise dos estados.

Se o Rio Grande do Sul hoje gasta quase o dobro com inativos do que com ativos, a responsabilidade é toda da classe política gaúcha, que deixou essa situação emergir de maneira irresponsável. Quando estados assumem compromissos com a folha de pagamento acima de sua capacidade de pagar, obviamente, faltam recursos para investimentos e serviços básicos.

A matéria da Folha reuniu especialistas para comentar a crise. Alguns a atribuíram o desastre ao fato de alguns estados oferecem “serviços públicos há mais tempo”. Essa ideia é perigosa. Pode fazer parecer que a crise se deve a um excesso de virtude (oferecer serviços públicos), não à irresponsabilidade de governantes que não ajustaram seus gastos à sua capacidade de arrecadar impostos.

Outro especialista reclama que o acordo do Rio de Janeiro com a União é problemático, já que piauienses ou potiguares não estão transferindo renda para ajudar o Rio, mais rico e menos responsável fiscalmente.

Não é verdade: assim como um jogador de futebol que anda de motocicleta bêbado e quebra o tornozelo vai ficar mais pobre que seus colegas que dormem cedo para treinar duro no dia seguinte; os estados que não cuidam de suas contas vão ter mesmo de conviver com um futuro menos brilhante.

Quanto mais cedo fizerem o ajuste à realidade – e, gostem ou não, isso significa aumentos de impostos e cortes de gastos — menos vai doer o ajuste.

 

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Por que RJ, RS e MG ainda estão longe de sair da crise?

crise dos estados Uma matéria da Folha de S. Paulo - veja aqui - de alguns dias atrás descreveu o grave problema dos estados brasileiros. Ainda que lenta, a recuperação da economia já tem melhorado a situação fiscal de muitos governos estaduais, no entanto, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais afundam na areia movediça dos gastos de pessoal ativo e inativo - com destaque para a Previdência. A situação é pior no Rio Grande do Sul, onde as despesas com inativos já seriam de quase o dobro dos gastos com ativos. Mas Rio de Janeiro e Minas Gerais não ficam muito atrás. No Rio, a queda nas receitas provocada pela redução do preço do petróleo será compensada por um aumento no ICMS. Em Minas, o orçamento tem sido contingenciado (eufemismo para “cortado”) e os salários dos servidores que recebem acima de 3 mil reais têm sido parcelados (eufemismo para “atrasados”). A crise econômica em que a economia brasileira mergulhou não foi um meteoro que nos atingiu aleatoriamente. Já era o resultado esperado de uma gestão econômica destrutiva. E o mesmo pode ser dito sobre a crise dos estados. Se o Rio Grande do Sul hoje gasta quase o dobro com inativos do que com ativos, a responsabilidade é toda da classe política gaúcha, que deixou essa situação emergir de maneira irresponsável. Quando estados assumem compromissos com a folha de pagamento acima de sua capacidade de pagar, obviamente, faltam recursos para investimentos e serviços básicos. A matéria da Folha reuniu especialistas para comentar a crise. Alguns a atribuíram o desastre ao fato de alguns estados oferecem “serviços públicos há mais tempo”. Essa ideia é perigosa. Pode fazer parecer que a crise se deve a um excesso de virtude (oferecer serviços públicos), não à irresponsabilidade de governantes que não ajustaram seus gastos à sua capacidade de arrecadar impostos. Outro especialista reclama que o acordo do Rio de Janeiro com a União é problemático, já que piauienses ou potiguares não estão transferindo renda para ajudar o Rio, mais rico e menos responsável fiscalmente. Não é verdade: assim como um jogador de futebol que anda de motocicleta bêbado e quebra o tornozelo vai ficar mais pobre que seus colegas que dormem cedo para treinar duro no dia seguinte; os estados que não cuidam de suas contas vão ter mesmo de conviver com um futuro menos brilhante. Quanto mais cedo fizerem o ajuste à realidade – e, gostem ou não, isso significa aumentos de impostos e cortes de gastos — menos vai doer o ajuste.   Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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