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Nos Estados Unidos não há samba de qualidade. Assim como no Brasil não há grandes bandas de bluegrass, a música típica dos Apalaches, a cadeia de montanhas que separa a zona costal leste dos Estados Unidos do resto do país.

O gosto musical é um exemplo de diferença cultural. São diferenças culturais, provavelmente insuperáveis, que definem cada país e os tornam únicos.

Uma diferença tão grande quanto aquela entre o samba e o bluegrass está na escolha de carreiras dos jovens universitários brasileiros e norte-americanos.

No MIT, onde estudei para meu doutorado, muitos (talvez a maioria) dos estudantes querem ser empreendedores, inventar, registrar patentes, abrir negócios e ficar ricos. Essa é a realidade da maioria das universidades de ponta dos Estados Unidos. Apenas uma pequena minoria dos estudantes de boas universidades norte-americanas sonha com empregos em carreiras tipicamente de Estado.

Já no Brasil, os alunos das melhores universidades sonham com o emprego público. Estudam para passar no concurso e resolver a vida.

Seria porque americanos e brasileiros têm culturas diferentes?

Digo que não.

O emprego público é tão atraente para os jovens brasileiros porque os salários iniciais são irrealmente altos, desenhados para recrutar os melhores estudantes do país.

O salário inicial das carreiras do Executivo chega perto dos 17 mil reais – mais que suficiente para que o jovem recém-graduado ingresse no clube dos 1% mais bem pagos do país, com o benefício extra da estabilidade de emprego.

Mas se os nossos melhores estudantes escolhem carreiras de burocratas, quem vai cuidar de inovar, criar empresas, registrar patentes?

A riqueza do país não é construída por burocratas (ainda que competentes), mas sim por sonhadores que acreditam que podem ficar ricos desenhando um novo produto ou melhorando os métodos de produção já estabelecidos.

É então um sinal alvissareiro que o Ministério do Planejamento tenha proposto uma reestruturação das carreiras que reduziria o salário de entrada para R$ 5 mil mensais.

Essa medida tem dois efeitos positivos: gera economia de recursos e, mais importante, reduz a atração que carreiras burocráticas exercem sobre nossos jovens mais talentosos.

Quem sabe vamos começar a ouvir falar mais de ambiciosos universitários brasileiros abrindo firmas inovadoras?

Parece-me mais fácil que gringo aprender a sambar.

 

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Por que salário de entrada dos servidores será cortado?

corte-salario-servidores Nos Estados Unidos não há samba de qualidade. Assim como no Brasil não há grandes bandas de bluegrass, a música típica dos Apalaches, a cadeia de montanhas que separa a zona costal leste dos Estados Unidos do resto do país. O gosto musical é um exemplo de diferença cultural. São diferenças culturais, provavelmente insuperáveis, que definem cada país e os tornam únicos. Uma diferença tão grande quanto aquela entre o samba e o bluegrass está na escolha de carreiras dos jovens universitários brasileiros e norte-americanos. No MIT, onde estudei para meu doutorado, muitos (talvez a maioria) dos estudantes querem ser empreendedores, inventar, registrar patentes, abrir negócios e ficar ricos. Essa é a realidade da maioria das universidades de ponta dos Estados Unidos. Apenas uma pequena minoria dos estudantes de boas universidades norte-americanas sonha com empregos em carreiras tipicamente de Estado. Já no Brasil, os alunos das melhores universidades sonham com o emprego público. Estudam para passar no concurso e resolver a vida. Seria porque americanos e brasileiros têm culturas diferentes? Digo que não. O emprego público é tão atraente para os jovens brasileiros porque os salários iniciais são irrealmente altos, desenhados para recrutar os melhores estudantes do país. O salário inicial das carreiras do Executivo chega perto dos 17 mil reais – mais que suficiente para que o jovem recém-graduado ingresse no clube dos 1% mais bem pagos do país, com o benefício extra da estabilidade de emprego. Mas se os nossos melhores estudantes escolhem carreiras de burocratas, quem vai cuidar de inovar, criar empresas, registrar patentes? A riqueza do país não é construída por burocratas (ainda que competentes), mas sim por sonhadores que acreditam que podem ficar ricos desenhando um novo produto ou melhorando os métodos de produção já estabelecidos. É então um sinal alvissareiro que o Ministério do Planejamento tenha proposto uma reestruturação das carreiras que reduziria o salário de entrada para R$ 5 mil mensais. Essa medida tem dois efeitos positivos: gera economia de recursos e, mais importante, reduz a atração que carreiras burocráticas exercem sobre nossos jovens mais talentosos. Quem sabe vamos começar a ouvir falar mais de ambiciosos universitários brasileiros abrindo firmas inovadoras? Parece-me mais fácil que gringo aprender a sambar.   Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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