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O economista italiano Enrico Moretti, da Universidade da Califórnia em Berkeley, em seu livro "The New Geography of Jobs" ("A Nova Geografia dos Postos de Trabalho", em tradução livre), estuda a distribuição de renda entre as regiões metropolitanas dos EUA. 

Ele mostra que cidades como Seattle, que décadas atrás sofriam com alto desemprego, pagam hoje altos salários. E que, enquanto isso, Detroit, por exemplo, bem-sucedida em tempos não tão distantes, tornou-se foco de desemprego e criminalidade.

O sucesso de uma cidade, para ele, depende de sua capacidade de atrair e reter trabalhadores mais educados, que contribuam para negócios inovadores - é o caso da indústria de software de Seattle. O autor mostra que as cidades com mais trabalhadores com diploma universitário também são as mesmas que remuneram melhor os trabalhadores sem diploma universitário.

E no Brasil, a história se repete? Podemos verificar com os dados do Censo de 2010 em mãos. A pesquisa brasileira identifica 39 regiões metropolitanas, desde a megalópole paulistana até a região do Sudoeste Maranhense.

As cinco regiões metropolitanas com maior proporção de diplomados na população entre 24 e 65 anos são: Londrina (17,4%); São Paulo (18,0%); Curitiba (18,7%); Distrito Federal e Entorno (19,1%); e Florianópolis (20,3%).

No outro extremo, as cinco regiões metropolitanas com menos diplomados são: Campina Grande (9,4%); Cariri (8,0%); Sudoeste Maranhense (7,3%); Petrolina/Juazeiro (7,2%); e o Agreste Alagoano (4,6%).

Quando consideramos ainda diplomados com pós-graduação, as cinco regiões metropolitanas com maior proporção são Londrina (1,3%); Campinas (1,3%); Rio de Janeiro (1,4%); Distrito Federal e Entorno (1,7%); e Florianópolis (2,2%).

A presença de mais diplomados reflete duas coisas:

1) Regiões mais ricas podem educar melhor seus jovens;

2) Regiões mais ricas atraem mais pessoas em busca de melhores emprego.

Mas a presença maior de diplomados tem um efeito multiplicador. Representa melhores empregos em termos de salário, maior poder de compra dos moradores locais e, portanto, maior demanda por produtos e serviços vendidos nessas cidades – restaurantes, advogados, cabeleireiros etc.

Podemos ver isso com mais clareza quando consideramos a renda bruta dos trabalhadores sem diploma universitário. Existe uma clara associação positiva entre a renda dos trabalhadores sem diploma universitário e a proporção de diplomados na população local.

Ou seja, mesmo que você não seja diplomado, caso trabalhe numa região com mais diplomados, seu salário tende a ser maior. Nas regiões metropolitanas com proporção de diplomados abaixo de 10%, a renda bruta média no trabalho principal dos não diplomados é de R$ 778; onde a proporção de diplomados está entre 10% e 15%, a renda dos não diplomados é, na média, de R$ 1041; e onde os diplomados são mais do que 15% da população, a renda média dos não diplomados chega aos R$ 1.222.

E quanto à renda dos diplomados? Como esperávamos, ela também é maior onde os diplomados são uma fração maior da população. Isso pode ocorrer por diversos motivos. Primeiro, cidades em que a renda do trabalho é mais alta podem ter maior capacidade financeira de educar seus jovens; portanto, têm mais diplomados. Segundo, a presença de mais diplomados pode ser crucial para o desenvolvimento de tipos de trabalho ou setores que geram mais renda. E terceiro, a presença dessas atividades econômicas pode atrair mais diplomados. Mas não é só.

Voltaremos, em breve, ao assunto!

Por que seu salário é maior se seu vizinho fez faculdade?

O economista italiano Enrico Moretti, da Universidade da Califórnia em Berkeley, em seu livro "The New Geography of Jobs" ("A Nova Geografia dos Postos de Trabalho", em tradução livre), estuda a distribuição de renda entre as regiões metropolitanas dos EUA. 

Ele mostra que cidades como Seattle, que décadas atrás sofriam com alto desemprego, pagam hoje altos salários. E que, enquanto isso, Detroit, por exemplo, bem-sucedida em tempos não tão distantes, tornou-se foco de desemprego e criminalidade.

O sucesso de uma cidade, para ele, depende de sua capacidade de atrair e reter trabalhadores mais educados, que contribuam para negócios inovadores - é o caso da indústria de software de Seattle. O autor mostra que as cidades com mais trabalhadores com diploma universitário também são as mesmas que remuneram melhor os trabalhadores sem diploma universitário.

E no Brasil, a história se repete? Podemos verificar com os dados do Censo de 2010 em mãos. A pesquisa brasileira identifica 39 regiões metropolitanas, desde a megalópole paulistana até a região do Sudoeste Maranhense.

As cinco regiões metropolitanas com maior proporção de diplomados na população entre 24 e 65 anos são: Londrina (17,4%); São Paulo (18,0%); Curitiba (18,7%); Distrito Federal e Entorno (19,1%); e Florianópolis (20,3%).

No outro extremo, as cinco regiões metropolitanas com menos diplomados são: Campina Grande (9,4%); Cariri (8,0%); Sudoeste Maranhense (7,3%); Petrolina/Juazeiro (7,2%); e o Agreste Alagoano (4,6%).

Quando consideramos ainda diplomados com pós-graduação, as cinco regiões metropolitanas com maior proporção são Londrina (1,3%); Campinas (1,3%); Rio de Janeiro (1,4%); Distrito Federal e Entorno (1,7%); e Florianópolis (2,2%).

A presença de mais diplomados reflete duas coisas:

1) Regiões mais ricas podem educar melhor seus jovens;

2) Regiões mais ricas atraem mais pessoas em busca de melhores emprego.

Mas a presença maior de diplomados tem um efeito multiplicador. Representa melhores empregos em termos de salário, maior poder de compra dos moradores locais e, portanto, maior demanda por produtos e serviços vendidos nessas cidades – restaurantes, advogados, cabeleireiros etc.

Podemos ver isso com mais clareza quando consideramos a renda bruta dos trabalhadores sem diploma universitário. Existe uma clara associação positiva entre a renda dos trabalhadores sem diploma universitário e a proporção de diplomados na população local.

Ou seja, mesmo que você não seja diplomado, caso trabalhe numa região com mais diplomados, seu salário tende a ser maior. Nas regiões metropolitanas com proporção de diplomados abaixo de 10%, a renda bruta média no trabalho principal dos não diplomados é de R$ 778; onde a proporção de diplomados está entre 10% e 15%, a renda dos não diplomados é, na média, de R$ 1041; e onde os diplomados são mais do que 15% da população, a renda média dos não diplomados chega aos R$ 1.222.

E quanto à renda dos diplomados? Como esperávamos, ela também é maior onde os diplomados são uma fração maior da população. Isso pode ocorrer por diversos motivos. Primeiro, cidades em que a renda do trabalho é mais alta podem ter maior capacidade financeira de educar seus jovens; portanto, têm mais diplomados. Segundo, a presença de mais diplomados pode ser crucial para o desenvolvimento de tipos de trabalho ou setores que geram mais renda. E terceiro, a presença dessas atividades econômicas pode atrair mais diplomados. Mas não é só.

Voltaremos, em breve, ao assunto!

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