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Está cada vez mais difícil confiarmos na previdência pública. O motivo principal todos sabemos:  com a população vivendo mais e tendo menos filhos, haverá cada vez mais pessoas aposentadas e menos pessoas contribuído para o sistema de aposentadoria. Levando em conta esse cenário, vamos fazer um exercício. Quanto um jovem de 20 anos, preocupado com a aposentadoria e que não quer confiar no governo, tem de poupar  por mês para manter o padrão de vida quando  parar de trabalhar? E mais: como será essa poupança?

Para respondermos a essas perguntas, temos de formular  algumas hipóteses. Lá vão elas. Digamos que a  pessoa vai começar a trabalhar aos 20 anos, parar de trabalhar aos 70 e viver até os 90. Com 20 anos ela vai começar ganhando 2 mil por mês e esse salário vai aumentando até os 44 anos, quando chega a 8 mil; a partir daí, fica estável em 8 mil até os 69. Estamos aqui falando de tudo em termos reais, ou seja, não precisamos nos preocupar com inflação.

 



Vamos considerar que um título público renda ao ano em termos líquidos 2% e que uma carteira bem diversificada de ações renda na média ao ano em termos líquidos 5% (estou talvez sendo um pouco conservador com esse rendimento da Bolsa). Por fim, vamos considerar que a pessoa vai investir da seguinte maneira: dos  20 aos 29 anos, ela colocará 100% de sua poupança na Bolsa. Dos 30 aos 39, mantendo inalterados os investimentos anteriores, investirá 75% da parcela do salário a ser poupada na Bolsa e 25% no título público. Dos 40 aos 49, 50% em cada. Dos 50 aos 59, 25% na Bolsa e 75% no título público. E dos 60 aos 69, 100% no título público. Quando  ela fizer 70 anos,  vai vender todo o investimento que tiver na Bolsa e, mais uma vez, comprar o título público. Assim, ela viverá de renda a partir daí sem nenhum risco. Bom, as hipóteses são essas.

Qual é o percentual do salário que esse nosso amigo precavido tem de poupar para a aposentadoria desde os 20 anos de idade para que, dos 70 aos 90 anos, ele consiga ter uma renda igual ao do último ano em que  trabalhou, ou seja, 8 mil reais por mês, sem ter de contar com governo, filhos etc.?  É 15%. Isso mesmo. Todo mês ele tem de pegar 15% do que ganha e colocar nesse seu investimento privado para a aposentadoria. Parece razoável, não?

Duas observações relevantes. A primeira é que o papel da Bolsa nessa história é muito importante. Como tem  rendimento médio maior, ela ajuda muito na poupança de longo prazo. Para confirmar,  imagine que esse nosso amigo não investisse nada em Bolsa, ou seja, colocasse todo mês 100% em título público. Nesse caso, ele teria de poupar todo mês 28% do seu salário em vez  de 15%.  Outra coisa fundamental é começar a poupar desde cedo. Vamos supor que ele apenas percebesse a importância da poupança para aposentadoria aos 40 anos e, a partir daí, seguisse as regras aqui propostas.  Bom, nesse caso, para conseguir tirar 8 mil por mês dos 70 aos 90 anos, ele teria de poupar todo mês, a partir dos 40, 32% do salário.

Por fim, notamos que, na verdade, conseguindo 8 mil por mês de rendimento dos 70 aos 90 anos,  ele vai poder viver melhor do que no último ano de trabalho, em que ele ganhava 8 mil mas poupava 15% (1,2 mil). Tudo bem, ele merece!

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Poupando para a aposentadoria

Está cada vez mais difícil confiarmos na previdência pública. O motivo principal todos sabemos:  com a população vivendo mais e tendo menos filhos, haverá cada vez mais pessoas aposentadas e menos pessoas contribuído para o sistema de aposentadoria. Levando em conta esse cenário, vamos fazer um exercício. Quanto um jovem de 20 anos, preocupado com a aposentadoria e que não quer confiar no governo, tem de poupar  por mês para manter o padrão de vida quando  parar de trabalhar? E mais: como será essa poupança? Para respondermos a essas perguntas, temos de formular  algumas hipóteses. Lá vão elas. Digamos que a  pessoa vai começar a trabalhar aos 20 anos, parar de trabalhar aos 70 e viver até os 90. Com 20 anos ela vai começar ganhando 2 mil por mês e esse salário vai aumentando até os 44 anos, quando chega a 8 mil; a partir daí, fica estável em 8 mil até os 69. Estamos aqui falando de tudo em termos reais, ou seja, não precisamos nos preocupar com inflação.   Vamos considerar que um título público renda ao ano em termos líquidos 2% e que uma carteira bem diversificada de ações renda na média ao ano em termos líquidos 5% (estou talvez sendo um pouco conservador com esse rendimento da Bolsa). Por fim, vamos considerar que a pessoa vai investir da seguinte maneira: dos  20 aos 29 anos, ela colocará 100% de sua poupança na Bolsa. Dos 30 aos 39, mantendo inalterados os investimentos anteriores, investirá 75% da parcela do salário a ser poupada na Bolsa e 25% no título público. Dos 40 aos 49, 50% em cada. Dos 50 aos 59, 25% na Bolsa e 75% no título público. E dos 60 aos 69, 100% no título público. Quando  ela fizer 70 anos,  vai vender todo o investimento que tiver na Bolsa e, mais uma vez, comprar o título público. Assim, ela viverá de renda a partir daí sem nenhum risco. Bom, as hipóteses são essas. Qual é o percentual do salário que esse nosso amigo precavido tem de poupar para a aposentadoria desde os 20 anos de idade para que, dos 70 aos 90 anos, ele consiga ter uma renda igual ao do último ano em que  trabalhou, ou seja, 8 mil reais por mês, sem ter de contar com governo, filhos etc.?  É 15%. Isso mesmo. Todo mês ele tem de pegar 15% do que ganha e colocar nesse seu investimento privado para a aposentadoria. Parece razoável, não? Duas observações relevantes. A primeira é que o papel da Bolsa nessa história é muito importante. Como tem  rendimento médio maior, ela ajuda muito na poupança de longo prazo. Para confirmar,  imagine que esse nosso amigo não investisse nada em Bolsa, ou seja, colocasse todo mês 100% em título público. Nesse caso, ele teria de poupar todo mês 28% do seu salário em vez  de 15%.  Outra coisa fundamental é começar a poupar desde cedo. Vamos supor que ele apenas percebesse a importância da poupança para aposentadoria aos 40 anos e, a partir daí, seguisse as regras aqui propostas.  Bom, nesse caso, para conseguir tirar 8 mil por mês dos 70 aos 90 anos, ele teria de poupar todo mês, a partir dos 40, 32% do salário. Por fim, notamos que, na verdade, conseguindo 8 mil por mês de rendimento dos 70 aos 90 anos,  ele vai poder viver melhor do que no último ano de trabalho, em que ele ganhava 8 mil mas poupava 15% (1,2 mil). Tudo bem, ele merece!
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