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Suponha que, na semana que vem, uma frente fria inesperada chegue ao Brasil. As temperaturas são derrubadas para algo próximo de zero e muita gente, sem casacos suficientes em casa, corre às lojas.

Em outras palavras, o frio faz com que a demanda de casacos suba. E o que acontece quando a demanda sobe e a oferta fica parada? A alta da demanda puxa os preços para cima.

Ou seja, no exemplo, comprar um casaco feito para ser usado no frio custa mais caro justamente quando as pessoas mais precisam de casacos: quando esfria.

Mas, se dói no bolso, por que é importante para a sociedade que os preços subam?

O aumento do preço sinaliza que vender casacos se tornou uma atividade mais lucrativa, não é? Logo, isso incentiva vendedores a trazerem casacos de outras regiões em que não está tão frio. Sabendo que o preço subiu por causa da alta da demanda, fábricas têm o incentivo de produzir mais casacos para atender a acelerada elevação da demanda. Fora isso, o preço mais alto desestimula a demanda de algumas pessoas. E esse efeito ajuda a “segurar” aquele ímpeto inicial dos consumidores.

Todo esse movimento ocorre por quê?

Porque o preço atua como um mensageiro da escassez. Ele sinaliza aos produtores e lojistas que ficou mais lucrativo vender casacos, o que os leva a suprir essa demanda adicional. Também avisa aos consumidores que o casaco ficou mais caro, ajudando a frear a subida da demanda. E, como resultado, a diferença entre oferta de casacos e demanda por casacos diminui, bem como a escassez desse mercado.

E se, por considerar os preços "abusivos", proibirem, por lei, o encarecimento dos casacos durante o frio?

Com o congelamento de preços, é como se o "termômetro" fosse jogado fora. O sinal de que as vendas de casacos trazem mais lucro, dado pela elevação dos preços, deixa de chegar aos produtores. Eles não se movimentariam para prover mais casacos aos clientes. E a demanda permaneceria muito alta, já que o preço não estaria indicando aos consumidores que eles devem comprar um pouco menos.

Resultado: faltarão casacos nesse mercado.

E a vacina contra H1N1, o preço é abusivo mesmo? 

No Brasil, vivenciamos um crescimento da contaminação da gripe H1N1. As pessoas, preocupadas com isso, buscam comprar vacinas para si e para seus familiares, principalmente para crianças pequenas. Portanto, a demanda pela vacina subiu. E, como no caso dos casacos, temos escassez, o que dá origem a aumentos de preços.

Mas o Procon resolveu agir. Quer punir laboratórios e hospitais que praticarem preços abusivos.

Isso resolve o problema da falta de vacinas?

Não, só agrava.

Sem os preços livres para voar, não há incentivos suficientes à fabricação de mais vacinas. Tampouco há freios para conter a demanda acima da esperada.

O aumento no número de pessoas vacinadas é crucial para deter o avanço da doença. E uma proibição ao aumento de preços não ajudará em nada.

Mas e os mais pobres, como ficam? Gripados?

Algumas pessoas tem muito a perder com o aumento de preços, claro. Muita gente não tem dinheiro para comprar o medicamento. Mas, no caso da fatia mais pobre da população, a melhor política não é congelar o preço. O ideal é que o governo pague a vacinação dos pobres e que esse custo seja dividido por toda a sociedade via impostos.

Preço da vacina contra H1N1 é abusivo? Por quê?

Suponha que, na semana que vem, uma frente fria inesperada chegue ao Brasil. As temperaturas são derrubadas para algo próximo de zero e muita gente, sem casacos suficientes em casa, corre às lojas. Em outras palavras, o frio faz com que a demanda de casacos suba. E o que acontece quando a demanda sobe e a oferta fica parada? A alta da demanda puxa os preços para cima. Ou seja, no exemplo, comprar um casaco feito para ser usado no frio custa mais caro justamente quando as pessoas mais precisam de casacos: quando esfria. Mas, se dói no bolso, por que é importante para a sociedade que os preços subam? O aumento do preço sinaliza que vender casacos se tornou uma atividade mais lucrativa, não é? Logo, isso incentiva vendedores a trazerem casacos de outras regiões em que não está tão frio. Sabendo que o preço subiu por causa da alta da demanda, fábricas têm o incentivo de produzir mais casacos para atender a acelerada elevação da demanda. Fora isso, o preço mais alto desestimula a demanda de algumas pessoas. E esse efeito ajuda a “segurar” aquele ímpeto inicial dos consumidores. Todo esse movimento ocorre por quê? Porque o preço atua como um mensageiro da escassez. Ele sinaliza aos produtores e lojistas que ficou mais lucrativo vender casacos, o que os leva a suprir essa demanda adicional. Também avisa aos consumidores que o casaco ficou mais caro, ajudando a frear a subida da demanda. E, como resultado, a diferença entre oferta de casacos e demanda por casacos diminui, bem como a escassez desse mercado. E se, por considerar os preços "abusivos", proibirem, por lei, o encarecimento dos casacos durante o frio? Com o congelamento de preços, é como se o "termômetro" fosse jogado fora. O sinal de que as vendas de casacos trazem mais lucro, dado pela elevação dos preços, deixa de chegar aos produtores. Eles não se movimentariam para prover mais casacos aos clientes. E a demanda permaneceria muito alta, já que o preço não estaria indicando aos consumidores que eles devem comprar um pouco menos. Resultado: faltarão casacos nesse mercado. E a vacina contra H1N1, o preço é abusivo mesmo?  No Brasil, vivenciamos um crescimento da contaminação da gripe H1N1. As pessoas, preocupadas com isso, buscam comprar vacinas para si e para seus familiares, principalmente para crianças pequenas. Portanto, a demanda pela vacina subiu. E, como no caso dos casacos, temos escassez, o que dá origem a aumentos de preços. Mas o Procon resolveu agir. Quer punir laboratórios e hospitais que praticarem preços abusivos. Isso resolve o problema da falta de vacinas? Não, só agrava. Sem os preços livres para voar, não há incentivos suficientes à fabricação de mais vacinas. Tampouco há freios para conter a demanda acima da esperada. O aumento no número de pessoas vacinadas é crucial para deter o avanço da doença. E uma proibição ao aumento de preços não ajudará em nada. Mas e os mais pobres, como ficam? Gripados? Algumas pessoas tem muito a perder com o aumento de preços, claro. Muita gente não tem dinheiro para comprar o medicamento. Mas, no caso da fatia mais pobre da população, a melhor política não é congelar o preço. O ideal é que o governo pague a vacinação dos pobres e que esse custo seja dividido por toda a sociedade via impostos.
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