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9751603 - a stethoscope is on a balance sheet. health care costs

"Quanto vale uma vida humana?" Admitamos: é uma pergunta moralmente perigosa.

A resposta fácil é: não podemos colocar um preço na vida humana.

Fácil e errada!

No sistema de saúde pública, por exemplo, a vida humana tem, sim, preço. Devemos decidir quais tratamentos valem a pena do ponto de vista financeiro - por mais fúnebre que a conta possa parecer.

Ninguém discorda da utilidade de gastar R$ 100 mil num tratamento que tem 100% de chances de salvar a vida do Joãozinho.

Mas e se esse tratamento carregar a probabilidade de cura de apenas 10% e custar R$ 100 milhões aos cofres públicos?

No dia a dia, gestores da saúde precisam chegar a um número. Se o preço para salvar a vida do Joãozinho for abaixo de X, pau na máquina. Se for acima, infelizmente, não podemos fazer nada.

Mais que isso: o preço para salvar a vida de um paciente depende da idade. Para salvar uma criança, há mais disposição ao gasto – ora, serão mais anos de vida pela frente. E para os idosos?

Se não há critério objetivo, chegamos ao pior dos mundos: aquele em que se obriga a rede pública a dar tratamento, mesmo sem dinheiro em caixa, para quem pode gastar com advogados e conseguir liminares.

Isso acontece no Brasil. Existem juízes dispostos a obrigar o SUS a bancar cuidados médicos ainda que o tratamento seja pouco efetivo ou não caiba no orçamento.

Não é brincadeira uma coisa dessas. Quando a Justiça determina que serviços caros e provadamente ineficientes sejam pagos pelo SUS, pessoas morrem.

Por quê? Por que desse jeito falta dinheiro, tão escasso nestes tempos de crise, para cobrir tratamentos que efetivamente curam e são mais baratos.

 

 

Quanto vale uma vida humana?

9751603 - a stethoscope is on a balance sheet. health care costs "Quanto vale uma vida humana?" Admitamos: é uma pergunta moralmente perigosa. A resposta fácil é: não podemos colocar um preço na vida humana. Fácil e errada! No sistema de saúde pública, por exemplo, a vida humana tem, sim, preço. Devemos decidir quais tratamentos valem a pena do ponto de vista financeiro - por mais fúnebre que a conta possa parecer. Ninguém discorda da utilidade de gastar R$ 100 mil num tratamento que tem 100% de chances de salvar a vida do Joãozinho. Mas e se esse tratamento carregar a probabilidade de cura de apenas 10% e custar R$ 100 milhões aos cofres públicos? No dia a dia, gestores da saúde precisam chegar a um número. Se o preço para salvar a vida do Joãozinho for abaixo de X, pau na máquina. Se for acima, infelizmente, não podemos fazer nada. Mais que isso: o preço para salvar a vida de um paciente depende da idade. Para salvar uma criança, há mais disposição ao gasto – ora, serão mais anos de vida pela frente. E para os idosos? Se não há critério objetivo, chegamos ao pior dos mundos: aquele em que se obriga a rede pública a dar tratamento, mesmo sem dinheiro em caixa, para quem pode gastar com advogados e conseguir liminares. Isso acontece no Brasil. Existem juízes dispostos a obrigar o SUS a bancar cuidados médicos ainda que o tratamento seja pouco efetivo ou não caiba no orçamento. Não é brincadeira uma coisa dessas. Quando a Justiça determina que serviços caros e provadamente ineficientes sejam pagos pelo SUS, pessoas morrem. Por quê? Por que desse jeito falta dinheiro, tão escasso nestes tempos de crise, para cobrir tratamentos que efetivamente curam e são mais baratos.    
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