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Quando uma boa notícia esconde uma má notícia? Uma boa medida de política econômica, por exemplo, pode se revestir de um significado negativo. É o caso do leilão das hidrelétricas da semana passada.

Comecemos pelas boas notícias, foram muitas:

1) Os valores auferidos no leilão foram superiores ao preço mínimo e mostram que ativos brasileiros têm mantido seu valor, mesmo com a crise econômica;

2) Foi o setor privado que ofereceu as melhores ofertas, portanto, o preço alto não reflete um erro de cálculo de empresa estatal;

3) As usinas hidrelétricas leiloadas vão passar a ser controladas pelo setor privado, encolhendo assim a estatal elétrica Cemig;

4) A presença de participantes novos no mercado de energia é sinal de maior concorrência no
futuro;

A má notícia é uma: as receitas do leilão vão ajudar o governo federal a atingir sua meta de déficit para 2017.

Por trás das boas notícias, há esse importante lembrete, que tira o sono de quem se preocupa com o futuro do Brasil: o governo federal precisa leiloar ativos para conseguir fechar as contas (na realidade, é uma outorga, uma espécie de cessão temporária, e não exatamente uma privatização, que seria uma cessão permanente).

Os técnicos do governo estão se virando como dá para atingir a meta das contas fiscais para esse ano. Vale tudo, até apito amigo contra a Croácia na abertura da Copa para se classificar. Mas precisamos mesmo é de um ajuste fiscal permanente para não precisarmos passar esta mesma aflição em 2018, 2019... Um dia teremos que botar o time em campo contra a Alemanha e escalar o Fred no ataque — e aí não vai ter apito amigo que ajude.

 

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Que má notícia esconde o leilão da Cemig?

l Quando uma boa notícia esconde uma má notícia? Uma boa medida de política econômica, por exemplo, pode se revestir de um significado negativo. É o caso do leilão das hidrelétricas da semana passada. Comecemos pelas boas notícias, foram muitas: 1) Os valores auferidos no leilão foram superiores ao preço mínimo e mostram que ativos brasileiros têm mantido seu valor, mesmo com a crise econômica; 2) Foi o setor privado que ofereceu as melhores ofertas, portanto, o preço alto não reflete um erro de cálculo de empresa estatal; 3) As usinas hidrelétricas leiloadas vão passar a ser controladas pelo setor privado, encolhendo assim a estatal elétrica Cemig; 4) A presença de participantes novos no mercado de energia é sinal de maior concorrência no futuro; A má notícia é uma: as receitas do leilão vão ajudar o governo federal a atingir sua meta de déficit para 2017. Por trás das boas notícias, há esse importante lembrete, que tira o sono de quem se preocupa com o futuro do Brasil: o governo federal precisa leiloar ativos para conseguir fechar as contas (na realidade, é uma outorga, uma espécie de cessão temporária, e não exatamente uma privatização, que seria uma cessão permanente). Os técnicos do governo estão se virando como dá para atingir a meta das contas fiscais para esse ano. Vale tudo, até apito amigo contra a Croácia na abertura da Copa para se classificar. Mas precisamos mesmo é de um ajuste fiscal permanente para não precisarmos passar esta mesma aflição em 2018, 2019... Um dia teremos que botar o time em campo contra a Alemanha e escalar o Fred no ataque — e aí não vai ter apito amigo que ajude.   Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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