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A Academia Real de Ciências da Suécia anunciou nesta segunda-feira, 9, os ganhadores do prêmio Nobel de Economia de 2018: William D. Nordhaus e Paul Romer. Ambos têm um interesse comum em processos de desenvolvimento de longo prazo, mas suas pesquisas nos parecem diferentes demais para caber em apenas um artigo. Assim sendo, neste primeiro perfil, apresentamos William D. Nordhaus (foto acima):

Um Nobel para o Meio-Ambiente

O professor William D. Nordhaus foi premiado por suas contribuições para incorporar o meio-ambiente na análise macroeconômica de longo prazo. Em sua obra, mostrou que a análise do crescimento econômico deve também levar em conta o impacto ambiental. Por exemplo, um avanço no PIB que cause devastação, devido a práticas agrícolas que destroem o solo, é insustentável; no longo prazo, nos fará mais pobres. As cidades mortas no Vale do Paraíba retratadas na obra de Monteiro Lobato exemplificam as consequências da deterioração ambiental causada pela expansão da cultura do café no século 19, quando ainda não dominávamos o cultivo sustentável do grão. Entre economistas, Nordhaus também foi pioneiro no estudo da relação entre consumo de combustíveis fósseis e aquecimento global. A atividade econômica não seria apenas moldada pelos limites da natureza como também a transformaria. O aquecimento global é um dos grandes riscos à economia global, causando desertificação em áreas tropicais ao mesmo tempo em que há alto crescimento populacional no continente africano. A resultante desse fenômeno deve ser uma grande preocupação hoje e para gerações futuras. Mas Nordhaus foi além. Não só alertou sobre o problema do aquecimento global. Ele também propôs uma intervenção governamental baseada em mecanismos de mercado, com a cobrança de imposto sobre a emissão de poluentes de carbono, de forma coordenada, globalmente. Outra alternativa para conter a emissão de poluentes de carbono: um sistema de licenças para poluir que podem ser comercializadas. A intervenção governamental para reduzir os riscos associados ao aquecimento global é justificada. Nesse caso, há um problema de externalidade gritante - como já tratamos aqui no Por Quê?. As empresas e pessoas cujas atividades geram emissões de carbono não consideram em suas decisões o efeito das emissões sobre o bem-estar de outros indivíduos. Ou seja, não internalizam o efeito externo negativo de suas ações. O remédio para o problema das externalidades: aumentar o custo das atividades que geram externalidades negativas, por exemplo, via impostos.

Quem é Paul Romer, um dos ganhadores do Nobel de Economia de 2018?

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Quem é William D. Nordhaus, um dos ganhadores do Nobel de Economia de 2018?

A Academia Real de Ciências da Suécia anunciou nesta segunda-feira, 9, os ganhadores do prêmio Nobel de Economia de 2018: William D. Nordhaus e Paul Romer. Ambos têm um interesse comum em processos de desenvolvimento de longo prazo, mas suas pesquisas nos parecem diferentes demais para caber em apenas um artigo. Assim sendo, neste primeiro perfil, apresentamos William D. Nordhaus (foto acima): Um Nobel para o Meio-Ambiente O professor William D. Nordhaus foi premiado por suas contribuições para incorporar o meio-ambiente na análise macroeconômica de longo prazo. Em sua obra, mostrou que a análise do crescimento econômico deve também levar em conta o impacto ambiental. Por exemplo, um avanço no PIB que cause devastação, devido a práticas agrícolas que destroem o solo, é insustentável; no longo prazo, nos fará mais pobres. As cidades mortas no Vale do Paraíba retratadas na obra de Monteiro Lobato exemplificam as consequências da deterioração ambiental causada pela expansão da cultura do café no século 19, quando ainda não dominávamos o cultivo sustentável do grão. Entre economistas, Nordhaus também foi pioneiro no estudo da relação entre consumo de combustíveis fósseis e aquecimento global. A atividade econômica não seria apenas moldada pelos limites da natureza como também a transformaria. O aquecimento global é um dos grandes riscos à economia global, causando desertificação em áreas tropicais ao mesmo tempo em que há alto crescimento populacional no continente africano. A resultante desse fenômeno deve ser uma grande preocupação hoje e para gerações futuras. Mas Nordhaus foi além. Não só alertou sobre o problema do aquecimento global. Ele também propôs uma intervenção governamental baseada em mecanismos de mercado, com a cobrança de imposto sobre a emissão de poluentes de carbono, de forma coordenada, globalmente. Outra alternativa para conter a emissão de poluentes de carbono: um sistema de licenças para poluir que podem ser comercializadas. A intervenção governamental para reduzir os riscos associados ao aquecimento global é justificada. Nesse caso, há um problema de externalidade gritante - como já tratamos aqui no Por Quê?. As empresas e pessoas cujas atividades geram emissões de carbono não consideram em suas decisões o efeito das emissões sobre o bem-estar de outros indivíduos. Ou seja, não internalizam o efeito externo negativo de suas ações. O remédio para o problema das externalidades: aumentar o custo das atividades que geram externalidades negativas, por exemplo, via impostos. Quem é Paul Romer, um dos ganhadores do Nobel de Economia de 2018? Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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