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O número de pessoas físicas que investem na Bolsa de Valores vem aumentado significativamente. No Brasil, esse número saltou de 500 mil no final de 2019 para mais de 3,7 milhões em 2021.

Esse fenômeno não é só brasileiro. Nos Estados Unidos, o número de pessoas físicas investindo diretamente na Bolsa também tem aumentado. Para se ter uma ideia do tamanho do impacto, a fração do volume negociado na Bolsa americana proveniente de pessoas físicas passou de 10% para quase 25% nos últimos meses.

Em princípio esse movimento não é ruim. A Bolsa de Valores é um ótimo lugar para investir pensando no longo prazo. O problema é que muitos desses novos investidores chegam com a ilusão de ganhos rápidos. Na prática, saem perdendo dinheiro e negociando excessivamente. Para piorar, a ação coordenada desses investidores tem comprometido a qualidade de todo o mercado financeiro, aumentando a volatilidade e causando distorções nos preços de algumas ações. Vimos isso acontecer na Bolsa americana com as ações da GameStop Corp. e AMC, por exemplo.

As baixas taxas de corretagem certamente têm favorecido o aumento da especulação exagerada. Nos Estados Unidos, a corretora Robinhood inovou ao zerar as taxas de corretagem. No Brasil, as taxas de corretagem caíram bastante; algumas corretoras nem sequer cobram corretagem em alguns mercados.

Mas como essas corretoras ganham dinheiro? Elas ganham dinheiro com o fluxo de ordens de compra e venda. A Robinhood, por exemplo, recebeu mais de 300 milhões de dólares no primeiro trimestre de 2021 pela venda do fluxo de ordens de seus clientes para instituições financeiras formadoras de mercado. Essas instituições, por sua vez, lucram com a diferença entre os preços de compra e venda cobrados. Além disso, são beneficiadas pelo fato das pessoas físicas não serem investidores informados. No Brasil, algumas corretoras atuam diretamente como formadoras de mercado (o serviço é conhecido como RLP ou retail liquidity provider).

Preocupados com a qualidade do mercado, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) está revendo a regulação que permite que corretoras vendam o fluxo de ordens de seus clientes. Uma mudança na regulação pode significar o fim da corretagem zero. Para o investidor pessoa física isso não é necessariamente ruim, uma vez que pode frear a especulação exagerada que tanto prejuízo causa ao investidor.

COLUNA PUBLICADA NA FOLHA DE SÃO PAULO



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Quem ganha com corretagem zero?

O número de pessoas físicas que investem na Bolsa de Valores vem aumentado significativamente. No Brasil, esse número saltou de 500 mil no final de 2019 para mais de 3,7 milhões em 2021.

Esse fenômeno não é só brasileiro. Nos Estados Unidos, o número de pessoas físicas investindo diretamente na Bolsa também tem aumentado. Para se ter uma ideia do tamanho do impacto, a fração do volume negociado na Bolsa americana proveniente de pessoas físicas passou de 10% para quase 25% nos últimos meses.

Em princípio esse movimento não é ruim. A Bolsa de Valores é um ótimo lugar para investir pensando no longo prazo. O problema é que muitos desses novos investidores chegam com a ilusão de ganhos rápidos. Na prática, saem perdendo dinheiro e negociando excessivamente. Para piorar, a ação coordenada desses investidores tem comprometido a qualidade de todo o mercado financeiro, aumentando a volatilidade e causando distorções nos preços de algumas ações. Vimos isso acontecer na Bolsa americana com as ações da GameStop Corp. e AMC, por exemplo.

As baixas taxas de corretagem certamente têm favorecido o aumento da especulação exagerada. Nos Estados Unidos, a corretora Robinhood inovou ao zerar as taxas de corretagem. No Brasil, as taxas de corretagem caíram bastante; algumas corretoras nem sequer cobram corretagem em alguns mercados.

Mas como essas corretoras ganham dinheiro? Elas ganham dinheiro com o fluxo de ordens de compra e venda. A Robinhood, por exemplo, recebeu mais de 300 milhões de dólares no primeiro trimestre de 2021 pela venda do fluxo de ordens de seus clientes para instituições financeiras formadoras de mercado. Essas instituições, por sua vez, lucram com a diferença entre os preços de compra e venda cobrados. Além disso, são beneficiadas pelo fato das pessoas físicas não serem investidores informados. No Brasil, algumas corretoras atuam diretamente como formadoras de mercado (o serviço é conhecido como RLP ou retail liquidity provider).

Preocupados com a qualidade do mercado, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) está revendo a regulação que permite que corretoras vendam o fluxo de ordens de seus clientes. Uma mudança na regulação pode significar o fim da corretagem zero. Para o investidor pessoa física isso não é necessariamente ruim, uma vez que pode frear a especulação exagerada que tanto prejuízo causa ao investidor.

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