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														A grande maioria das
pessoas tem poucas atividades profissionais. Quando um indivíduo possui mais de
uma profissão, elas tendem a ser correlacionadas – isto é, requerem habilidades
semelhantes. Isso vale especialmente para indivíduos com elevado nível
educacional. Por exemplo, dentistas que só fazem tratamento de canal,
ortopedistas que só fazem cirurgia de joelho, economistas que só estudam
política monetária, e por aí vai.


Isso traz ganhos enormes para a sociedade. Quando as pessoas se especializam no que fazem melhor, é possível elevar a produtividade da economia como um todo. Além, é claro, de ampliar a variedade de bens e serviços disponíveis.

E são os mecanismos de mercado que “empurram” as pessoas para a especialização. Afinal, tendemos a ganhar mais dinheiro justamente naquelas profissões em que temos melhor desempenho relativo – no linguajar do economista, em que temos vantagem comparativa.

O canadense John Urschel foi por alguns anos uma exceção a essa lógica. Em 2014, ele foi recrutado pelos Baltimore Ravens, equipe da liga profissional de futebol americano, isto é, a NFL – National Football League. Mais ou menos na mesma época, foi aceito como aluno de doutorado em matemática no prestigioso programa do MIT, o Massachussets Institute of Technology.

Ambas atividades (jogar futebol profissional e estudar matemática) requerem dedicação em tempo integral. Mas Urschel tocou as duas ao mesmo tempo por alguns anos. Finalmente, em 2017, optou por uma delas. E escolheu o doutorado em Matemática.

Como eu disse acima, os mecanismos de mercado tendem a nos empurrar para determinada ocupação. À primeira vista, a escolha de Urschel não parece em linha com isso. Apesar de não ser um dos principais jogadores da liga, tinha um salário anual de 600 mildólares. Como matemático (mesmo com doutorado no MIT), dificilmente chegaria a esse valor.

Mas é preciso ponderar outros aspectos. Atletas profissionais têm carreira curta. Com sorte a pessoa joga até os 40 anos. Mas há riscos de contusão e de não arranjar times interessados ao longo do tempo, especialmente por conta da competição com jogadores mais jovens entrando na liga.

Jogadores ainda têm um perfil de renda arriscado. Sim, você pode se tornar uma estrela, chegando a ganhar perto de 20 milhões anuais. Mas tem o risco de ficar sem time e se machucar, como mencionado.

A carreira de um matemático acadêmico é provavelmente muito mais longeva e estável.

E, como jogador de futebol americano, há um risco adicional. Pesquisas acadêmicas recentes vêm encontrando uma ligação entre a prática do esporte e doenças cerebrais. Mais uma coisa para entrar na conta ao comparar as duas carreiras.

Claro, a questão de preferência também deve ser importante – a pessoa deve ter maior prazer desempenhando uma atividade. Mas, em termos estritamente econômicos, a decisão de Urschel parece totalmente razoável.

Mais informações na entrevista que Urschel concedeu ao podcast Freakonomics Radio, em 2017.


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Ser matemático ou jogador de futebol profissional (ou ambos)?

A grande maioria das pessoas tem poucas atividades profissionais. Quando um indivíduo possui mais de uma profissão, elas tendem a ser correlacionadas – isto é, requerem habilidades semelhantes. Isso vale especialmente para indivíduos com elevado nível educacional. Por exemplo, dentistas que só fazem tratamento de canal, ortopedistas que só fazem cirurgia de joelho, economistas que só estudam política monetária, e por aí vai.


Isso traz ganhos enormes para a sociedade. Quando as pessoas se especializam no que fazem melhor, é possível elevar a produtividade da economia como um todo. Além, é claro, de ampliar a variedade de bens e serviços disponíveis.

E são os mecanismos de mercado que “empurram” as pessoas para a especialização. Afinal, tendemos a ganhar mais dinheiro justamente naquelas profissões em que temos melhor desempenho relativo – no linguajar do economista, em que temos vantagem comparativa.

O canadense John Urschel foi por alguns anos uma exceção a essa lógica. Em 2014, ele foi recrutado pelos Baltimore Ravens, equipe da liga profissional de futebol americano, isto é, a NFL – National Football League. Mais ou menos na mesma época, foi aceito como aluno de doutorado em matemática no prestigioso programa do MIT, o Massachussets Institute of Technology.

Ambas atividades (jogar futebol profissional e estudar matemática) requerem dedicação em tempo integral. Mas Urschel tocou as duas ao mesmo tempo por alguns anos. Finalmente, em 2017, optou por uma delas. E escolheu o doutorado em Matemática.

Como eu disse acima, os mecanismos de mercado tendem a nos empurrar para determinada ocupação. À primeira vista, a escolha de Urschel não parece em linha com isso. Apesar de não ser um dos principais jogadores da liga, tinha um salário anual de 600 mildólares. Como matemático (mesmo com doutorado no MIT), dificilmente chegaria a esse valor.

Mas é preciso ponderar outros aspectos. Atletas profissionais têm carreira curta. Com sorte a pessoa joga até os 40 anos. Mas há riscos de contusão e de não arranjar times interessados ao longo do tempo, especialmente por conta da competição com jogadores mais jovens entrando na liga.

Jogadores ainda têm um perfil de renda arriscado. Sim, você pode se tornar uma estrela, chegando a ganhar perto de 20 milhões anuais. Mas tem o risco de ficar sem time e se machucar, como mencionado.

A carreira de um matemático acadêmico é provavelmente muito mais longeva e estável.

E, como jogador de futebol americano, há um risco adicional. Pesquisas acadêmicas recentes vêm encontrando uma ligação entre a prática do esporte e doenças cerebrais. Mais uma coisa para entrar na conta ao comparar as duas carreiras.

Claro, a questão de preferência também deve ser importante – a pessoa deve ter maior prazer desempenhando uma atividade. Mas, em termos estritamente econômicos, a decisão de Urschel parece totalmente razoável.

Mais informações na entrevista que Urschel concedeu ao podcast Freakonomics Radio, em 2017.


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