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Num certo país, na terra da Montanha de Açúcar, um rapaz inventou um instrumento que permite às pessoas se encontrarem e se comunicarem rapidamente via internet. Todo mundo ficou mais feliz e o rapaz, ricaço.

Consequentemente, a desigualdade de renda subiu por lá. Até porque tem outros rapazes e moças superinteligentes e empreendedores desenvolvendo tecnologias estonteantes – e sendo bem remunerados por isso. Mas, veja, essa moçada é taxada e não é pouco. Uns 35% da renda deles, digamos, vai para o estado, ou seja, vira algo para outras pessoas.

renda

Por que a desigualdade de renda é um problema? Nesse caso específico, não é. Se você não gosta da vida em Montanha de Açúcar só porque tem gente muito rica por lá, não posso fazer nada para te agradar.

Existe também a terra de Carlos Magro (não confundir com Carlos Magno), nos trópicos, onde a desigualdade é altíssima. Mais alta ainda.

Carlinhos, o rei da cocada do local, é bem diferente do pessoal de Montanha de Açúcar. Ele não inventou nada, não melhorou a vida de ninguém. Simplesmente, deu um jeito de se amigar com os políticos do país pagando gastos de campanha e jantares fabulosos. Em troca, claro, de alguns monopólios. Setores inteiros da economia foram entregues a ele de bandeja, em prol do desenvolvimento do país! Leis o protegem da voraz competição externa vinda do temível irmão do norte.

E Carlinhos tem sua claque, outros amiguinhos do rei tropical, pagadores de outras farras. Esse grupinho de amiguinhos, também chamado de elite, é bem rico. A população é pobre e paga caro para fazer uma ligação telefônica usando a empresa de Carlinhos.

A desigualdade na terra de Carlos Magro é, obviamente, alta.

Também me revolto contra Carlinhos e seus compinchas. Ficaram ricos distribuindo renda dos outros para os próprios bolsos e sem deixar ninguém feliz – fora eles mesmos. Aí é realmente dureza.

A origem da primeira desigualdade, convenhamos, é bem distinta da segunda. Contra essa última, a solução é intensificar a livre entrada, a competição, o combate à corrupção e ter menos regulamentação.

A primeira não deve ser combatida, apenas taxada. A segunda é tudo de ruim e deve ser ferozmente combatida.

Toda desigualdade é igual?

Num certo país, na terra da Montanha de Açúcar, um rapaz inventou um instrumento que permite às pessoas se encontrarem e se comunicarem rapidamente via internet. Todo mundo ficou mais feliz e o rapaz, ricaço. Consequentemente, a desigualdade de renda subiu por lá. Até porque tem outros rapazes e moças superinteligentes e empreendedores desenvolvendo tecnologias estonteantes – e sendo bem remunerados por isso. Mas, veja, essa moçada é taxada e não é pouco. Uns 35% da renda deles, digamos, vai para o estado, ou seja, vira algo para outras pessoas. renda Por que a desigualdade de renda é um problema? Nesse caso específico, não é. Se você não gosta da vida em Montanha de Açúcar só porque tem gente muito rica por lá, não posso fazer nada para te agradar. Existe também a terra de Carlos Magro (não confundir com Carlos Magno), nos trópicos, onde a desigualdade é altíssima. Mais alta ainda. Carlinhos, o rei da cocada do local, é bem diferente do pessoal de Montanha de Açúcar. Ele não inventou nada, não melhorou a vida de ninguém. Simplesmente, deu um jeito de se amigar com os políticos do país pagando gastos de campanha e jantares fabulosos. Em troca, claro, de alguns monopólios. Setores inteiros da economia foram entregues a ele de bandeja, em prol do desenvolvimento do país! Leis o protegem da voraz competição externa vinda do temível irmão do norte. E Carlinhos tem sua claque, outros amiguinhos do rei tropical, pagadores de outras farras. Esse grupinho de amiguinhos, também chamado de elite, é bem rico. A população é pobre e paga caro para fazer uma ligação telefônica usando a empresa de Carlinhos. A desigualdade na terra de Carlos Magro é, obviamente, alta. Também me revolto contra Carlinhos e seus compinchas. Ficaram ricos distribuindo renda dos outros para os próprios bolsos e sem deixar ninguém feliz – fora eles mesmos. Aí é realmente dureza. A origem da primeira desigualdade, convenhamos, é bem distinta da segunda. Contra essa última, a solução é intensificar a livre entrada, a competição, o combate à corrupção e ter menos regulamentação. A primeira não deve ser combatida, apenas taxada. A segunda é tudo de ruim e deve ser ferozmente combatida.
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