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							Se você tem um conjunto de pessoas com R$ 5 mil de renda e adiciona um bilionário, a renda média do grupo vai subir muito. A média é uma estatística sensível a valores extremos. O contrário acontece quando você adiciona um valor muito baixo, o que reduz bastante a média.

A inflação é uma média das variações de preços de uma cesta de consumo. Como comentamos aqui no Por Quê?, recentemente o IBGE divulgou a inflação de julho (medida pelo IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), com um número super negativo: -0,68% no mês. Isso significa que, na cesta que compõe o IPCA, houve uma diminuição média de preços de 0,68%.

Mas isso foi basicamente resultado de reduções consideráveis em dois itens: combustíveis e energia. E, no cômputo do IPCA, a média não é simples, mas sim ponderada – os itens têm pesos diferentes de acordo com sua participação do orçamento dos consumidores. Combustíveis e energia pesam bastante, e a queda em seus preços contribuiu para puxar a média das variações para baixo e jogar a inflação no terreno negativo.

Tratam-se, entretanto, de exceções. Ainda notamos variações positivas de preços espalhadas pelo índice. Podemos ver isso na série do núcleo de inflação, calculada pelo Banco Central, em que se expurgam variações extremas de preços, tanto para cima quanto para baixo. Confira no gráfico abaixo, que apresenta a inflação medida pelo IPCA (em azul) e o núcleo da inflação (rosa), entre agosto de 2021 e julho de 2022.


 
Como esperado, o núcleo é menos volátil (a linha rosa é bem mais “suave” que a azul). Note, em particular, o último valor da série. Ainda que o IPCA cheio revele uma deflação, o núcleo se encontra no campo positivo, indicando que o preço de diversos itens está subindo.

Outra estatística ajuda a ilustrar esse fato: o índice de difusão da inflação. Ele mostra, dentre os diversos itens que compõem o IPCA, a fração que registrou variação positiva. Ainda que esse número venha caindo, no mês de julho (em que houve deflação no IPCA cheio) é possível notar mais de 60% dos produtos com aumentos médios de preço.


Fonte dos dados
Banco Central do Brasil. Sistema Gerenciador de Séries Temporais .
IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, % ao mês. Núcleo médias aparadas sem suavização, IPCA, % ao mês.
Índice de difusão, IPCA, %.

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Uma deflação peculiar | Gráfico da semana

Se você tem um conjunto de pessoas com R$ 5 mil de renda e adiciona um bilionário, a renda média do grupo vai subir muito. A média é uma estatística sensível a valores extremos. O contrário acontece quando você adiciona um valor muito baixo, o que reduz bastante a média.

A inflação é uma média das variações de preços de uma cesta de consumo. Como comentamos aqui no Por Quê?, recentemente o IBGE divulgou a inflação de julho (medida pelo IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), com um número super negativo: -0,68% no mês. Isso significa que, na cesta que compõe o IPCA, houve uma diminuição média de preços de 0,68%.

Mas isso foi basicamente resultado de reduções consideráveis em dois itens: combustíveis e energia. E, no cômputo do IPCA, a média não é simples, mas sim ponderada – os itens têm pesos diferentes de acordo com sua participação do orçamento dos consumidores. Combustíveis e energia pesam bastante, e a queda em seus preços contribuiu para puxar a média das variações para baixo e jogar a inflação no terreno negativo.

Tratam-se, entretanto, de exceções. Ainda notamos variações positivas de preços espalhadas pelo índice. Podemos ver isso na série do núcleo de inflação, calculada pelo Banco Central, em que se expurgam variações extremas de preços, tanto para cima quanto para baixo. Confira no gráfico abaixo, que apresenta a inflação medida pelo IPCA (em azul) e o núcleo da inflação (rosa), entre agosto de 2021 e julho de 2022.


 
Como esperado, o núcleo é menos volátil (a linha rosa é bem mais “suave” que a azul). Note, em particular, o último valor da série. Ainda que o IPCA cheio revele uma deflação, o núcleo se encontra no campo positivo, indicando que o preço de diversos itens está subindo.

Outra estatística ajuda a ilustrar esse fato: o índice de difusão da inflação. Ele mostra, dentre os diversos itens que compõem o IPCA, a fração que registrou variação positiva. Ainda que esse número venha caindo, no mês de julho (em que houve deflação no IPCA cheio) é possível notar mais de 60% dos produtos com aumentos médios de preço.


Fonte dos dados
Banco Central do Brasil. Sistema Gerenciador de Séries Temporais .
IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, % ao mês. Núcleo médias aparadas sem suavização, IPCA, % ao mês.
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