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Em julho de 1994, com a implementação do Plano Real, o Brasil finalmente conquistou a estabilidade monetária que buscava havia muito. Com o plano, a inflação, que passara de 2.000% ao ano, foi reduzida a patamares civilizados.

A estabilidade se manifesta nas cédulas de dinheiro que utilizamos no nosso dia a dia.  Hoje, com poucas exceções, o conjunto de notas e moedas a que temos acesso é o mesmo de 1994. A nota de 100 reais, especificamente, continua sendo a de maior denominação desde então.

Em um ambiente de hiperinflação, por outro lado, é muito complicado manter um conjunto estável de cédulas e moedas. A inflação corrói o valor do dinheiro; com todos os preços subindo, uma cédula pode comprar cada vez menos. Se o governo não colocar cédulas de maior denominação para circular, as pessoas têm de carregar cada vez mais dinheiro para fazer suas compras. Transações corriqueiras requereriam uma quantidade enorme de cédulas.

Lançar cédulas de maior denominação mitiga esse problema. . E também ajuda o governo, que não precisa gastar tanto para imprimir uma quantidade cada vez maior de cédulas (afinal, produzir dinheiro custa dinheiro).

Era isso o que acontecia no período anterior ao Plano Real: novas cédulas eram frequentemente introduzidas, e as antigas saíam de circulação.

Vejamos o exemplo na nota de 100 mil cruzeiros, lançada em outubro de 1985. Ela estampava o rosto do presidente Juscelino Kubitschek, e na época era a de denominação mais elevada. Só que menos de cinco anos depois, em março de 1990, ela foi retirada de circulação pelo Banco Central. Já não valia mais nada.



Nesse período de inflação muito alta, a nota ainda recebeu um carimbo em 1986, no Plano Cruzado. Esse plano envolveu, entre outras coisas, um corte de três zeros. Uma nova moeda (cruzado) substituiu o cruzeiro; cada cruzado valia 1.000 cruzeiros. As notas de JK, já impressas, receberam um carimbo para indicar a mudança. O Banco Central também introduziu a nota de 100 cruzeiros, que era muito parecida.





Só que o Plano Cruzado não resolveu o problema da inflação, e os preços em pouco tempo voltaram a crescer aceleradamente. A necessidade de cédulas de maior denominação era evidente, o que logo resultou na introdução de notas de 500, 1.000 e 10.000 cruzeiros. E a nota de JK, que uma vez foi a de maior denominação, havia se transformado em troco de pinga – poucos anos depois, sairia de cena.

Todas as cédulas desse período seguiram trajetórias semelhantes, sendo rapidamente eliminadas por algum plano de estabilização e/ou porque não valiam mais nada mesmo. Você pode checar essas informações neste link, dentro da página do Banco Central.

Compare essa sucessão de cédulas com o que ocorre no período mais recente, de inflação baixa e controlada: a nota de R$100 é a de maior denominação há 25 anos.

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Vida e morte de uma cédula

Em julho de 1994, com a implementação do Plano Real, o Brasil finalmente conquistou a estabilidade monetária que buscava havia muito. Com o plano, a inflação, que passara de 2.000% ao ano, foi reduzida a patamares civilizados. A estabilidade se manifesta nas cédulas de dinheiro que utilizamos no nosso dia a dia.  Hoje, com poucas exceções, o conjunto de notas e moedas a que temos acesso é o mesmo de 1994. A nota de 100 reais, especificamente, continua sendo a de maior denominação desde então. Em um ambiente de hiperinflação, por outro lado, é muito complicado manter um conjunto estável de cédulas e moedas. A inflação corrói o valor do dinheiro; com todos os preços subindo, uma cédula pode comprar cada vez menos. Se o governo não colocar cédulas de maior denominação para circular, as pessoas têm de carregar cada vez mais dinheiro para fazer suas compras. Transações corriqueiras requereriam uma quantidade enorme de cédulas. Lançar cédulas de maior denominação mitiga esse problema. . E também ajuda o governo, que não precisa gastar tanto para imprimir uma quantidade cada vez maior de cédulas (afinal, produzir dinheiro custa dinheiro). Era isso o que acontecia no período anterior ao Plano Real: novas cédulas eram frequentemente introduzidas, e as antigas saíam de circulação. Vejamos o exemplo na nota de 100 mil cruzeiros, lançada em outubro de 1985. Ela estampava o rosto do presidente Juscelino Kubitschek, e na época era a de denominação mais elevada. Só que menos de cinco anos depois, em março de 1990, ela foi retirada de circulação pelo Banco Central. Já não valia mais nada. Nesse período de inflação muito alta, a nota ainda recebeu um carimbo em 1986, no Plano Cruzado. Esse plano envolveu, entre outras coisas, um corte de três zeros. Uma nova moeda (cruzado) substituiu o cruzeiro; cada cruzado valia 1.000 cruzeiros. As notas de JK, já impressas, receberam um carimbo para indicar a mudança. O Banco Central também introduziu a nota de 100 cruzeiros, que era muito parecida. Só que o Plano Cruzado não resolveu o problema da inflação, e os preços em pouco tempo voltaram a crescer aceleradamente. A necessidade de cédulas de maior denominação era evidente, o que logo resultou na introdução de notas de 500, 1.000 e 10.000 cruzeiros. E a nota de JK, que uma vez foi a de maior denominação, havia se transformado em troco de pinga – poucos anos depois, sairia de cena. Todas as cédulas desse período seguiram trajetórias semelhantes, sendo rapidamente eliminadas por algum plano de estabilização e/ou porque não valiam mais nada mesmo. Você pode checar essas informações neste link, dentro da página do Banco Central. Compare essa sucessão de cédulas com o que ocorre no período mais recente, de inflação baixa e controlada: a nota de R$100 é a de maior denominação há 25 anos. Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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