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A violência contra mulheres é um problema mundial. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 35% das mulheres do mundo sofrem agressões durante a vida, das quais a maior parte perpetrada pelo marido ou companheiro. Será que a economia pode nos ajudar a entender esse fenômeno?

Em caso afirmativo, políticas públicas podem ser desenhadas para mitigar esse sério problema. Um artigo acadêmico recente avalia como transferências de renda a indivíduos pobres afetam a incidência de violência contra mulheres dentro do domicílio, com base em um experimento realizado no Quênia. Os resultados sugerem que políticas que transfiram renda, especialmente para mulheres, podem ajudar a reduzir a violência familiar.

O argumento é o seguinte. A violência pode ser usada por homens para controlar os recursos dentro do domicílio. A mulher poderia ameaçar terminar a relação caso seja atacada, mas a perspectiva de penúria fora do casamento (especialmente se o homem ganha mais) pode fazer com que ela se sujeite. Uma transferência de renda para a mulher pode ajudar a melhorar sua situação caso a relação termine. Isso torna sua ameaça de término da relação mais crível, reduzindo o incentivo do parceiro a recorrer à violência.

Para avaliar empiricamente o efeito das transferências, o experimento selecionou de maneira aleatória um conjunto de domicílios para receber certo valor em dinheiro, enquanto outro conjunto não foi contemplado (servindo assim como grupo de comparação). O efeito das transferências é a diferença média, no que toca à violência, entre os dois grupos.

Dentre os domicílios sorteados, o experimento ainda considerou duas situações: uma em que a transferência vai para a mulher e outra em que vai para o homem. Os autores encontram que os dois tipos de transferência estão associados à diminuição de violência contra a mulher dentro do domicílio. Mas, quando o dinheiro vai para a mulher, a redução é maior.

Outro resultado interessante: o estudo analisa o comportamento de quem não recebeu a transferência, mas mora em uma vila em que pessoas foram agraciadas. A ideia é entender se a redução da violência engendrada pelo experimento também se espalha para outras pessoas próximas (nesse caso, o grupo de comparação são vilas em que ninguém recebeu transferência). Descobre-se que há sim um efeito: ocorre diminuição da violência mesmo entre domicílios que não receberam transferência, mas estão próximos àqueles contemplados pelo experimento.

Violência contra a mulher e economia

A violência contra mulheres é um problema mundial. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 35% das mulheres do mundo sofrem agressões durante a vida, das quais a maior parte perpetrada pelo marido ou companheiro. Será que a economia pode nos ajudar a entender esse fenômeno?

Em caso afirmativo, políticas públicas podem ser desenhadas para mitigar esse sério problema. Um artigo acadêmico recente avalia como transferências de renda a indivíduos pobres afetam a incidência de violência contra mulheres dentro do domicílio, com base em um experimento realizado no Quênia. Os resultados sugerem que políticas que transfiram renda, especialmente para mulheres, podem ajudar a reduzir a violência familiar.

O argumento é o seguinte. A violência pode ser usada por homens para controlar os recursos dentro do domicílio. A mulher poderia ameaçar terminar a relação caso seja atacada, mas a perspectiva de penúria fora do casamento (especialmente se o homem ganha mais) pode fazer com que ela se sujeite. Uma transferência de renda para a mulher pode ajudar a melhorar sua situação caso a relação termine. Isso torna sua ameaça de término da relação mais crível, reduzindo o incentivo do parceiro a recorrer à violência.

Para avaliar empiricamente o efeito das transferências, o experimento selecionou de maneira aleatória um conjunto de domicílios para receber certo valor em dinheiro, enquanto outro conjunto não foi contemplado (servindo assim como grupo de comparação). O efeito das transferências é a diferença média, no que toca à violência, entre os dois grupos.

Dentre os domicílios sorteados, o experimento ainda considerou duas situações: uma em que a transferência vai para a mulher e outra em que vai para o homem. Os autores encontram que os dois tipos de transferência estão associados à diminuição de violência contra a mulher dentro do domicílio. Mas, quando o dinheiro vai para a mulher, a redução é maior.

Outro resultado interessante: o estudo analisa o comportamento de quem não recebeu a transferência, mas mora em uma vila em que pessoas foram agraciadas. A ideia é entender se a redução da violência engendrada pelo experimento também se espalha para outras pessoas próximas (nesse caso, o grupo de comparação são vilas em que ninguém recebeu transferência). Descobre-se que há sim um efeito: ocorre diminuição da violência mesmo entre domicílios que não receberam transferência, mas estão próximos àqueles contemplados pelo experimento.

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