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Vamos falar sobre privatizações?

A grande surpresa da semana passada foi o retorno das privatizações: da Eletrobras até a Casa da Moeda, os ativos do governo estão à venda novamente.

É uma notícia alvissareira.

Privatizações trazem um benefício direto. Quando o governo vende os ativos, pode usar a receita da venda para reduzir a sua dívida. Significa menor pagamento de juros no futuro, abrindo assim mais espaço no orçamento para cortar impostos ou para maiores gastos com serviços públicos como policiamento, saneamento básico ou escolas.

Mas seu benefício indireto é ainda mais importante. Por terem o Estado como grande acionista, as estatais estão sempre à mercê dos políticos, que muitas vezes as usam para empregar seus apaniguados ou mesmo para negócios pouco republicanos. A captura de empresas estatais por políticos significa preços mais altos ou qualidade mais baixa em seus serviços e produtos; eventual necessidade de aportes de recursos do contribuinte (um exemplo são bancos estatais como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, que frequentemente têm de ser socorridos); e mais poder para políticos picaretas. A privatização reduz a influência dos políticos e as empresas recém-privatizadas passam a seguir os incentivos do mercado.

Como costuma acontecer, aprovar reformas exige um grande esforço político.

Tentativas de privatizar empresas estatais sempre encontram resistência daqueles que se beneficiam dos arranjos atuais. Por exemplo: enquanto a produção de eletricidade for estatal, grandes consumidores de energia podem ser compelidos a pedir favores a políticos influentes em vez de procurar as melhores alternativas no mercado. Muitos políticos não vão gostar de perder a prerrogativa de nomear diretores na estatal que produz eletricidade em seu Estado.

A privatização não vai anular a malandragem dos desonestos, mas certamente dificulta um bocado.

Vai haver esperneio contra as privatizações. Interesses escusos vão se unir aos ingênuos de sempre, que acreditam que empresas estatais são um passo na direção da utopia socialista.

Provavelmente ouviremos muitas bobagens e manifestações sem sentido contra as privatizações. Mas, aos poucos, as pessoas vão se informando e as reformas vão apontando a saída da dramática crise em que o Brasil se meteu.

* Texto originalmente publicado na nossa Coluna da Folha, em 29 de agosto de 2017

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Vamos falar sobre privatizações? A grande surpresa da semana passada foi o retorno das privatizações: da Eletrobras até a Casa da Moeda, os ativos do governo estão à venda novamente. É uma notícia alvissareira. Privatizações trazem um benefício direto. Quando o governo vende os ativos, pode usar a receita da venda para reduzir a sua dívida. Significa menor pagamento de juros no futuro, abrindo assim mais espaço no orçamento para cortar impostos ou para maiores gastos com serviços públicos como policiamento, saneamento básico ou escolas. Mas seu benefício indireto é ainda mais importante. Por terem o Estado como grande acionista, as estatais estão sempre à mercê dos políticos, que muitas vezes as usam para empregar seus apaniguados ou mesmo para negócios pouco republicanos. A captura de empresas estatais por políticos significa preços mais altos ou qualidade mais baixa em seus serviços e produtos; eventual necessidade de aportes de recursos do contribuinte (um exemplo são bancos estatais como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, que frequentemente têm de ser socorridos); e mais poder para políticos picaretas. A privatização reduz a influência dos políticos e as empresas recém-privatizadas passam a seguir os incentivos do mercado. Como costuma acontecer, aprovar reformas exige um grande esforço político. Tentativas de privatizar empresas estatais sempre encontram resistência daqueles que se beneficiam dos arranjos atuais. Por exemplo: enquanto a produção de eletricidade for estatal, grandes consumidores de energia podem ser compelidos a pedir favores a políticos influentes em vez de procurar as melhores alternativas no mercado. Muitos políticos não vão gostar de perder a prerrogativa de nomear diretores na estatal que produz eletricidade em seu Estado. A privatização não vai anular a malandragem dos desonestos, mas certamente dificulta um bocado. Vai haver esperneio contra as privatizações. Interesses escusos vão se unir aos ingênuos de sempre, que acreditam que empresas estatais são um passo na direção da utopia socialista. Provavelmente ouviremos muitas bobagens e manifestações sem sentido contra as privatizações. Mas, aos poucos, as pessoas vão se informando e as reformas vão apontando a saída da dramática crise em que o Brasil se meteu. * Texto originalmente publicado na nossa Coluna da Folha, em 29 de agosto de 2017 Para ficar por dentro do que rola no Por Quê?, clique aqui e assine a nossa Newsletter.
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