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														O Pix entrou em funcionamento no final de 2020 e rapidamente se tornou a maneira preferida de enviar dinheiro no país. Dados do Banco Central indicam que, em número de transações realizadas, o Pix já ultrapassa, por larga margem, outras modalidades de realizar transferências de recursos ou fazer pagamentos, como TED, DOC, boleto, cheque etc.

Mas esse movimento não foi acompanhado por uma queda correspondente nessas alternativas. Sim, as transações realizadas por algumas dessas vias caíram, mas nem de perto no mesmo montante. Isso sugere que seu crescimento vai muito além da mera substituição entre modalidades de transferências dentro do setor financeiro.

Essa evidência é reforçada quando olhamos para o valor total das transações (em reais). Nesse caso, o encolhimento nas outras modalidades é ainda menor. Na verdade, apesar do crescimento espantoso, o Pix ainda não é o líder quando a comparação é feita por valor. Transações em TED ainda dominam, devido a seu valor médio elevado.

Assim, o Pix é de longe o líder em transações, porém não em valor. Isso implica que ele tende a ser mais usado para realizar transferências de montantes menores.

Como mencionado, o crescimento do Pix não foi acompanhado por uma queda correspondente em outras formas de transferir recursos dentro do setor financeiro. Mas há possivelmente efeitos fora do sistema financeiro que estes dados não captam. Minha desconfiança, especialmente por causa dos pequenos valores médios associados ao Pix, é que ele esteja substituindo transações em dinheiro vivo.

Se isso for verdade, o impacto do Pix sobre a violência não é nem um pouco óbvio. Por um lado, temos o efeito tradicional: com a maior facilidade em fazer transações, há mais oportunidades para roubos. Por outro lado, pessoas e empresas carregariam menos dinheiro vivo, o que diminuiria as oportunidades para criminosos nessa ponta (que é particularmente atrativa, pois o dinheiro vivo é menos rastreável).

No futuro próximo, nossos economistas acadêmicos poderão avaliar esta conjectura de maneira mais rigorosa.

COLUNA PUBLICADA NA FOLHA DE S.PAULO


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Algumas conjecturas sobre o crescimento do Pix

O Pix entrou em funcionamento no final de 2020 e rapidamente se tornou a maneira preferida de enviar dinheiro no país. Dados do Banco Central indicam que, em número de transações realizadas, o Pix já ultrapassa, por larga margem, outras modalidades de realizar transferências de recursos ou fazer pagamentos, como TED, DOC, boleto, cheque etc.

Mas esse movimento não foi acompanhado por uma queda correspondente nessas alternativas. Sim, as transações realizadas por algumas dessas vias caíram, mas nem de perto no mesmo montante. Isso sugere que seu crescimento vai muito além da mera substituição entre modalidades de transferências dentro do setor financeiro.

Essa evidência é reforçada quando olhamos para o valor total das transações (em reais). Nesse caso, o encolhimento nas outras modalidades é ainda menor. Na verdade, apesar do crescimento espantoso, o Pix ainda não é o líder quando a comparação é feita por valor. Transações em TED ainda dominam, devido a seu valor médio elevado.

Assim, o Pix é de longe o líder em transações, porém não em valor. Isso implica que ele tende a ser mais usado para realizar transferências de montantes menores.

Como mencionado, o crescimento do Pix não foi acompanhado por uma queda correspondente em outras formas de transferir recursos dentro do setor financeiro. Mas há possivelmente efeitos fora do sistema financeiro que estes dados não captam. Minha desconfiança, especialmente por causa dos pequenos valores médios associados ao Pix, é que ele esteja substituindo transações em dinheiro vivo.

Se isso for verdade, o impacto do Pix sobre a violência não é nem um pouco óbvio. Por um lado, temos o efeito tradicional: com a maior facilidade em fazer transações, há mais oportunidades para roubos. Por outro lado, pessoas e empresas carregariam menos dinheiro vivo, o que diminuiria as oportunidades para criminosos nessa ponta (que é particularmente atrativa, pois o dinheiro vivo é menos rastreável).

No futuro próximo, nossos economistas acadêmicos poderão avaliar esta conjectura de maneira mais rigorosa.

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